terça-feira, agosto 15, 2006

ONG ligada à CIA manda dossiê para Lula e para o Senado denunciando corrupção nos três poderes que financia o terrorismo no Brasil

Os estrategistas do Palácio do Planalto entraram em pânico com o teor explosivo de um documento também enviado ao Senado, na quarta-feira passada, pela entidade denominada “Para o Bem da América Latina”, abastecida de informações pelo serviço internacional da CIA, a agência central de inteligência dos Estados Unidos. A entidade enviou ao presidente Lula da Silva e aos senadores um dossiê denunciando que a corrupção no Brasil está financiando o crime organizado e o terrorismo.

O documento cita nominalmente os responsáveis por uma grande movimentação de “dinheiro sujo” que sai do Brasil para o exterior. Foram denunciados: três governadores, 25 deputados, 178 prefeitos, 133 desembargadores e 245 juízes. A entidade calcula que a rede de corrupção conte com 2.500 funcionários dos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo. O maior problema é que o esquema estaria financiando a ação de grupos terroristas, que promovem as recentes ações de guerrilha urbana no País.

O documento ao Senado deixa bem claro: “O relatório é para alertar todos os senadores sobre a real situação que a Presidência da República está omitindo, por conta da campanha eleitoral. A maior cidade da América do Sul está sitiada por uma célula terrorista. Esperam-se ataques de grandes proporções até as eleições”. O quadro preocupa a “Águia”. A Secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, manifestou semana passada, por telefone, ao presidente George W. C. Bush, sua preocupação com situação política e do avanço do terror no Brasil.

Jornais norte-americanos já colocam o Brasil em sexto lugar na preocupação com redes de terrorismo. Os EUA temem que células terroristas que atuam junto com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital tenham ligações com grupos muçulmanos e da Europa, como o IRA (Exército Republicano Irlandês) e o ETA (grupo separatista basco). Os guerrilheiros daqui do Brasil estariam recebendo ordens vindas da Colômbia e da Venezuela. As armas viriam do Paraguai, onde foi recentemente desbaratada uma “célula de fornecedores”. O armamento entraria pelos estados do Paraná e Mato Grosso.

Uma prova da ação organizada dos terroristas, nos moldes europeus ou do Oriente Médio, foi o seqüestro do repórter da Rede Globo em São Paulo, Gulherme Portanova. Ele foi libertado aos 30 minutos desta segunda-feira, no bairro do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. Ficou em poder dos bandidos deste às 8 horas da manhã de sábado, quando foi dominado junto com o auxiliar técnico Alexandre Calado, que foi solto antes para cumprir uma missão dos bandidos.

A libertação do jornalista dependeria da divulgação de um vídeo, de 3 minutos e 5 segundos de duração, por suposta ordem do PCC. A Globo obedeceu seguindo os conselhos de sua consultoria de segurança, que é ligada ao serviço secreto inglês. No DVD, exibido pela TV Globo de São Paulo, à 0h 28min de domingo, um criminoso faz críticas ao sistema penitenciário brasileiro. O marginal, supostamente ligado ao PCC, defende um mutirão para revisão de penas, melhores condições carcerárias, e contra o RDD (Regime Diferencial Disciplinado).

O PCC paulista já é considerado uma célula terrorista mais forte que o Hezbollah que é combatido por Israel, no Líbano. O relatório da ONG ligada à CIA e à Direção Nacional de Inteligência dos EUA ressalta que o presidente Bush está preocupado com Cuba, com a Venezuela e agora com o Brasil. Não será surpresa se, ao longo desta semana, o presidente Lula da Silva receber uma ligação da Casa Branca, advertindo sobre o problema, e cobrando uma solução enérgica contra a organização dos terroristas, sobretudo na tríplice fronteira entre o Brasil, a Argentina e o Paraguai.

Ataque ao governo petista

O relatório da “águia” deixa claro aos senadores e ao próprio governo brasileiro que as recentes mega-operações da Polícia Federal, com prisões de desembargadores, políticos e até de militares, causou estarrecimento ao serviço de inteligência norte-americano.

A entidade considera evidentes os indícios de exploração política nas operações da PF, “em função da situação de um governo que está enlameado na corrupção e que nos últimos momentos começa uma caça às bruxas, jogando com relatórios sobre denúncias de corrupção que há anos já se sabia”.

O relatório aponta que a situação é muito mais grave do que a indicada pelo Secretário de Segurança de São Paulo, Saulo Abreu de Castro, que foi ameaçado de processo por sugerir que haveria ligações entre o Partido dos Trabalhadores e o Primeiro Comando da Capital – fato que foi repudiado pelo presidente Lula da Silva e por seu partido.

Terroristas importados

O relatório critica o fato de vários cidadãos supostamente brasileiros, de origem libanesa e religião muçulmana, terem voltado do Líbano ao Brasil, sem critérios de segurança, em aviões da Força Aérea Brasileira, como se tudo fosse simplesmente uma ação político e diplomática.

A entidade ligada à CIA informa que o embaixador do Brasil na ONU foi advertido do problema.

Mas ele ponderou que nada poderia ter feito, já que havia mulheres e crianças entre as famílias que moravam no Líbano sob ataque, e o governo brasileiro não pôde identificar quem seria ligado a determinado grupo terrorista.

Na quarta-feira, aeroportos brasileiros receberam alertas de segurança, e aviões norte-americanos e ingleses saíram depois de seguir rigoroso esquema de segurança.

Crítica ao Exército

O relatório reclama que o Exército Brasileiro não se pronuncia sobre o caso do terrorismo.

Também destaca que o presidente Lula, para se resguardar de acontecimentos mais graves, começou agora a desfechar uma contra-proposta ao governador Lembo para que se coloque Exército na rua contra o crime.

O relatório da ONG ligada à CIA questiona se o EB tem condições de colocar 10 mil homens mal equipados e sem treinamento contra essas células-terroristas.

Pondera que os EUA não conseguem combater terroristas no Iraque, e que o Mossad (serviço secreto israelense) tem dificuldades para combater 12 mil terroristas que usam armas da época da segunda guerra mundial.

O dossiê faz referência às dificuldades do EB no Haiti, com armamentos fora de validade, projetis vencidos e carros de combate com constantes defeitos.

O relatório denuncia que, recentemente, o Brasil ajuda de munição do Paquistão e da França, pois a munição brasileira estava vencida.

Fonte aqui.

Nenhum comentário: