quarta-feira, setembro 30, 2009

DON'T LET IT DIE


Esta música é da década de 1970, animou muitos bailes, mas creio que quase ninguém entendia o que Hurricane Smith estava cantando.

Agora se vê que ele, há quase 40 anos, já estava prevendo o que iriam fazer com o mundo.

Assista ao vídeo, veja a letra e a melodia maravilhosa, na voz rouca de Hurricane Smith.


Ouça..... Eu não Sabia

quarta-feira, setembro 16, 2009

segunda-feira, agosto 17, 2009

Preciosidade - Voo de Helicoptero em 1967 no Rio c/ Roberto Carlos


O helicóptero pertencia à antiga Companhia VOTEC (Voos Técnicos e Executivos), facilmente identificada pela logo-marca. Foi a primeira empresa contratada para efectuar voos para as plataformas marítimas da PETROBRAS.
Trata-se de um clip gravado durante a produção do filme "Roberto Carlos em ritmo de aventura", elaborado em plena época da Jovem Guarda.
Na travessia do Túnel do Pasmado, o trânsito foi interrompido e pode-se ver alguns veículos aguardando o término da ação.
Ainda não existiam a Torre do Rio Sul ou o Condomínio Morada do Sol. A Avenida Atlântica possuía, apenas, uma pista de rolamento, as ondas da praia ainda estouravam longe da margem.
Ao passar pela Cinelândia (Avenidas 13 de Maio e Rio Branco) pode ser visto o antigo Senado Federal (conhecido como Palácio Monroe) demolido durante as obras do Metrô Rio.
O pouso foi feito no prédio do antigo Banco do Estado da Guanabara, hoje, BancoItaú S.A., na Avenida Nilo Peçanha, provavelmente, o único heliporto existente, então, no centro da cidade.
Naquela época que deixou muitas saudades, o Rio de Janeiro era chamado de Estado da Guanabara.
O piloto que realizou este voo já faleceu e pelas normas actuais de segurança seria impossível realizar um procedimento semelhante.
Até hoje se elogia a habilidade do piloto em passar pelo túnel, em uma única passagem, sem um treinamento mais específico.

segunda-feira, agosto 03, 2009

quinta-feira, julho 30, 2009

Lula, o psicopata!

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quarta-feira, junho 24, 2009

Fala presidente!!!

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"NADA MUDOU EM 23 ANOS"

REVISTA VEJA, 14 MAIO DE 1986
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quarta-feira, maio 13, 2009

Somália - a verdade sobre os "piratas"

Quem imaginaria que em 2009, os governos do mundo declarariam uma nova Guerra aos Piratas? No instante em que você lê esse artigo, a Marinha Real Inglesa – e navios de mais 12 nações, dos EUA à China – navega rumo aos mares da Somália, para capturar homens que ainda vemos como vilãos de pantomima, com papagaio no ombro. Mais algumas horas e estarão bombardeando navios e, em seguida, perseguirão os piratas em terra, na terra de um dos países mais miseráveis do planeta. Por trás dessa estranha história de fantasia, há um escândalo muito real e jamais contado. Os miseráveis que os governos ‘ocidentais’ estão rotulando como "uma das maiores ameaças de nosso tempo" têm uma história extraordinária a contar – e, se não têm toda a razão, têm pelo menos muita razão.
Os piratas jamais foram exatamente o que pensamos que fossem. Na "era de ouro dos piratas" – de 1650 a 1730 – o governo britânico criou, como recurso de propaganda, a imagem do pirata selvagem, sem propósito, o Barba Azul que ainda sobrevive. Muita gente sempre soube disso e muitos sempre suspeitaram da farsa: afinal, os piratas foram muitas vezes salvos das galés, nos braços de multidões que os defendiam e apoiavam. Por quê? O que os pobres sabiam, que nunca soubemos? O que viam, que nós não vemos? Em seu livro Villains Of All Nations, o historiador Marcus Rediker começa a revelar segredos muito interessantes.
Se você fosse mercador ou marinheiro empregado nos navios mercantes naqueles dias – se vivesse nas docas do East End de Londres, se fosse jovem e vivesse faminto –, você fatalmente acabaria embarcado num inferno flutuante, de grandes velas. Teria de trabalhar sem descanso, sempre faminto e sem dormir. E, se se rebelasse, lá estavam o todo-poderoso comandante e seu chicote [ing. the Cat O’ Nine Tails, lit. "o Gato de nove rabos"]. Se você insistisse, era a prancha e os tubarões. E ao final de meses ou anos dessa vida, seu salário quase sempre lhe era roubado.
Os piratas foram os primeiros que se rebelaram contra esse mundo. Amotinavam-se nos navios e acabaram por criar um modo diferente de trabalhar nos mares do mundo. Com os motins, conseguiam apropriar-se dos navios; depois, os piratas elegiam seus capitães e comandantes, e todas as decisões eram tomadas coletivamente; e aboliram a tortura. Os butins eram partilhados entre todos, solução que, nas palavras de Rediker, foi "um dos planos mais igualitários para distribuição de recursos que havia em todo o mundo, no século 18 ".
Acolhiam a bordo, como iguais, muitos escravos africanos foragidos. Os piratas mostraram "muito claramente – e muito subversivamente – que os navios não precisavam ser comandados com opressão e brutalidade, como fazia a Marinha Real Inglesa." Por isso eram vistos como heróis românticos, embora sempre fossem ladrões improdutivos.
As palavras de um pirata cuja voz perde-se no tempo, um jovem inglês chamado William Scott, volta a ecoar hoje, nessa pirataria new age que está em todas as televisões e jornais do planeta. Pouco antes de ser enforcado em Charleston, Carolina do Sul, Scott disse: "O que fiz, fiz para não morrer. Não encontrei outra saída, além da pirataria, para sobreviver".
O governo da Somália entrou em colapso em 1991. Nove milhões de somalianos passam fome desde então. E todos e tudo o que há de pior no mundo ocidental rapidamente viu, nessa desgraça, a oportunidade para assaltar o país e roubar de lá o que houvesse. Ao mesmo tempo, viram nos mares da Somália o local ideal onde jogar todo o lixo nuclear do planeta.
Exatamente isso: lixo atômico. Nem bem o governo desfez-se (e os ricos partiram), começaram a aparecer misteriosos navios europeus no litoral da Somália, que jogavam ao mar contêineres e barris enormes. A população litorânea começou a adoecer. No começo, erupções de pele, náuseas e bebês malformados. Então, com o tsunami de 2005, centenas de barris enferrujados e com vazamentos apareceram em diferentes pontos do litoral. Muita gente apresentou sintomas de contaminação por radiação e houve 300 mortes.
Quem conta é Ahmedou Ould-Abdallah, enviado da ONU à Somália: "Alguém está jogando lixo atômica no litoral da Somália. E chumbo e metais pesados, cádmio, mercúrio, encontram-se praticamente todos." Parte do que se pode rastrear leva diretamente a hospitais e indústrias européias que, ao que tudo indica, entrega os resíduos tóxicos à Máfia, que se encarrega de "descarregá-los" e cobra barato. Quando perguntei a Ould-Abdallah o que os governos europeus estariam fazendo para combater esse ‘negócio’, ele suspirou: "Nada. Não há nem descontaminação, nem compensação, nem prevenção."
Ao mesmo tempo, outros navios europeus vivem de pilhar os mares da Somália, atacando uma de suas principais riquezas: pescado. A Europa já destruiu seus estoques naturais de pescado pela superexploração – e, agora, está superexplorando os mares da Somália. A cada ano, saem de lá mais de 300 milhões de atum, camarão e lagosta; são roubados anualmente, por pesqueiros ilegais. Os pescadores locais tradicionais passam fome.
Mohammed Hussein, pescador que vive em Marka, cidade a 100 quilômetros ao sul de Mogadishu, declarou à Agência Reuters: "Se nada for feito, acabarão com todo o pescado de todo o litoral da Somália."
Esse é o contexto do qual nasceram os "piratas" somalianos. São pescadores somalianos, que capturam barcos, como tentativa de assustar e dissuadir os grandes pesqueiros; ou, pelo menos, como meio de extrair deles alguma espécie de compensação.
Os somalianos chamam-se "Guarda Costeira Voluntária da Somália". A maioria dos somalianos os conhecem sob essa designação. [Matéria importante sobre isso, em http://wardheernews.com/Articles_09/April/13_armada_not_solution_muuse.html : "The Armada is not a solution".] Pesquisa divulgada pelo site somaliano independente WardheerNews informa que 70% dos somalianos "aprovam firmemente a pirataria como forma de defesa nacional".
Claro que nada justifica a prática de fazer reféns. Claro, também, que há gângsteres misturados nessa luta – por exemplo, os que assaltaram os carregamentos de comida do World Food Programme. Mas em entrevista por telefone, um dos líderes dos piratas, Sugule Ali disse: "Não somos bandidos do mar. Bandidos do mar são os pesqueiros clandestinos que saqueiam nosso peixe." William Scott entenderia perfeitamente.
Por que os europeus supõem que os somalianos deveriam deixar-se matar de fome passivamente pelas praias, afogados no lixo tóxico europeu, e assistir passivamente os pesqueiros europeus (dentre outros) que pescam o peixe que, depois, os europeus comem elegantemente nos restaurantes de Londres, Paris ou Roma? A Europa nada fez, por muito tempo. Mas quando alguns pescadores reagiram e intrometeram-se no caminho pelo qual passa 20% do petróleo do mundo… imediatamente a Europa despachou para lá os seus navios de guerra.
A história da guerra contra a pirataria em 2009 está muito mais claramente narrada por outro pirata, que viveu e morreu no século 4º AC. Foi preso e levado à presença de Alexandre, o Grande, que lhe perguntou "o que pretendia, fazendo-se de senhor dos mares." O pirata riu e respondeu: "O mesmo que você, fazendo-se de senhor das terras; mas, porque meu navio é pequeno, sou chamado de ladrão; e você, que comanda uma grande frota, é chamado de imperador." Hoje, outra vez, a grande frota europeia lança-se ao mar, rumo à Somália – mas… quem é o ladrão?

Fonte aqui, UK, 5/1/2009 (autoria de Johann Hari)

Tradução de Caia Fittipaldi

Lideranca e solidariedade na hora H!

Pra refletir um pouco sobre o nosso papel e nossas escolhas na vida...

Olhem o grande espírito de solidariedade.

Líder não manda, encaminha, orienta e fica atento a todo momento; ele não é estrela. Surge quando necessário. Faz o essencial.

Ele vive o sucesso do liderado.

A menina, 13 anos, ganhou um prêmio e foi cantar o Star Spangled Banner, o hino dos EUA, no jogo da NBA. Vinte mil pessoas no estádio, ela afinadinha.

Aí o braço tremeu, ela engasgou, esqueceu a letra...

DEU BRANCO!!! Treze anos. Sozinha, ali no meio...

O PÚBLICO ESTUPEFATO ameaça uma VAIA.

De repente, Mo Cheeks, técnico dos Portland Trail Blazers, aparece ao seu lado e começa a cantar, incentivando-a, e trazendo o público junto.

Bonita CENA e - o que é mais incrível - ... só o técnico tomou a iniciativa de ir até lá para ajudar, enquanto os demais à volta dela só observavam estupefatos...

Mostra como uma atitude de *LIDERANÇA e SOLIDARIEDADE NA HORA CERTA* pode fazer uma grande diferença, para ajudarmos um ser humano e mudar a história do JOGO da vida.

Será que isso já não aconteceu em nossas vidas?

E a nossa atitude foi a do técnico Mo Cheeks ou a de todos que estavam ao redor, comum e de descaso?

TEM GENTE QUE ESTÁ NO MUNDO PARA AJUDAR... OUTROS PARA VAIAR.

PENSE NISSO. AGORA, VEJA O FILME...

Se tivermos pessoas com essa atitude, não estaremos só.

Uma mão amiga, na hora certa, é tudo.

Líder é líder!

quinta-feira, abril 30, 2009

Explicação

Meu verso é minha consolação.
Meu verso é minha cachaça. Todo mundo tem a sua cachaça.
Para beber, copo de cristal, canequinha de folha-de-flandres,
folha de taioba, tudo serve.
Para louvar a Deus como para aliviar o peito,
queixar o desprezo da morena, cantar minha vida e trabalhos
é que faço meu verso.
E meu verso me agrada.
Meu verso me agrada sempre...
Ele às vezes tem o ar sem-vergonha de quem vai dar uma cambalhota,
mas não é para o público, é para mim mesmo esta cambalhota!
(Carlos Drummond de Andrade).


Amigos, o vício é uma coisa séria. O vício é coisa difícil de largar. Na última quinta-feira, despedi-me de vocês, resolvido a nunca mais escrever colunas sobre futebol. Pedi a conta na Furacao.com e passei e-mail aos amigos comunicando a minha decisão.

Recebi dezenas de respostas pedindo pra ficar ou, ao menos, não deixar de escrever, nem que fosse para o “Fala, Atleticano”, a coluna do leitor do site. Firme em minha decisão, li cada um dos pedidos, respondi e firmei posição de não voltar de jeito nenhum.

Pelas minhas contas, foram 250 colunas em cinco anos, contabilizadas as colunas como leitor no “Fala, Atleticano” e depois como Colunista do RubroNegro.Net e da Furacao.com. Escrever mais o quê? Nada mais a declarar, encerrei a noite de quinta-feira decidido a não escrever mais sobre futebol. E a noite se abriu em sonhos.

Sexta-feira de manhã, algo me incomodava. Tomei café, fumei e nada de o incômodo passar. Liguei o computador e iniciei um parágrafo “O Geninho precisa parar com essa mania de botar os garotos no final da partida, pois isso não resolve nada”. Atônito, olhei para o micro e apaguei o período: colunas de futebol? Jamais.

Na tela, arrisquei um poema “Só a tua ausência me deu a real dimensão do quanto sinto a tua falta!” – mas o que é que me faltava? Tinha estado com a Edith na noite anterior, tinha estado com os amigos havia poucos dias, tudo que eu poderia querer estava comigo, mas na tela o poema era um neon na minha cara “Só a tua ausência me deu a real dimensão do quanto sinto a tua falta!”.

Resignado, dobrei-me diante da verdadeira verdade: faltava-me a coluna, este vício maldito. Vício é coisa séria, difícil de largar. E junto com essa inafastável verdade vieram-me os versos de Drummond, os quais cito no início deste texto, mas me vieram convertidos em paródia que também pode se chamar “Explicação”:

Minha coluna é minha consolação.

Minha coluna é minha cachaça. Todo mundo tem a sua cachaça.
Para escrever, site pequeno, coluna do leitor, site grande, Orkut, e-mail, blog, tudo serve.
Para louvar o Atlético como para aliviar os nervos, queixar o desprezo, cantar minha vida e trabalhos é que faço minha coluna. E minha coluna me agrada.
Minha coluna me agrada sempre...
Ela às vezes tem o ar sem-vergonha de quem vai dar uma cambalhota, mas não é para o público, é para mim mesmo esta cambalhota!
Definitivamente, era preciso voltar a escrever as colunas. Mas onde? Tinha pedido para sair do site. E agora, Rafael? Em plena Sexta-Feira da Paixão, eu estava sem esperanças de voltar a escrever. Triste, fui à área de serviço, acendi um cigarro e por uma fresta da janela assoprava a fumaça para longe, como se criasse uma outra forma de me comunicar com Deus.

Não demorou muito e minha mãe veio me perguntar o que é que estava havendo. Contei-lhe sobre a perda da coluna e ela disse que a Páscoa é tempo de renascimento. Irônico, perguntei-lhe “Até colunas renascem na Páscoa?” e ela apenas repetiu “Páscoa é tempo de renascimento!”. Lembro-me só de ter dito “Amém!”.

Não me perguntem como, não queiram saber quem por mim intercedeu, mas eis que no Domingo de Páscoa me (re) apareceu um velho Amigo, Dr. Waldemar,
a me oferecer espaço neste blog para veicular minha coluninha, meu vício, minha cachaça, minha consolação.

Agradecido e cheio de felicidade, aceitei o convite do bom Amigo e neste espaço publicarei minhas colunas, a começar por hoje. E como o blog é rico noutros tantos assuntos - política, arte e literatura - é bem capaz de eu me animar a fugir um pouco do Atlético e publicar uns poemas, ou tentativas de poemas, coisa que até então não tinha podido fazer.
Para escrever, site pequeno, coluna do leitor, site grande, Orkut, e-mail, blog, tudo serve.
Para louvar o Atlético como para aliviar os nervos, queixar o desprezo, cantar minha vida e trabalhos é que faço minha coluna. E minha coluna me agrada.
Minha coluna me agrada sempre...
Espero, humildemente, que ela também agrade vocês, queridos leitores, prezados amigos, companheiros sem os quais a vida perde muito de sua graça e de sua beleza!
Abração do Rafael Lemos, agora sob as ordens do preclaro Chefe, Waldemar Pluschkatt Neto, meu velho e bom Amigo, convertido agora em Anjo da Guarda!

E-mail para contato:
rflemos75@hotmail.com

PROTESTO!

quinta-feira, março 26, 2009

IL SILENZIO


O TOQUE DE SILÊNCIO É UNIVERSAL.

EM QUASE TODAS AS FORÇAS ARMADAS DO MUNDO É O MESMO.

ELE É TOCADO TODAS AS NOITES ÀS 22 HS. E EM SOLENIDADES FÚNEBRES DE MILITARES QUE FALECERAM EM ATO DE SERVIÇO E MILITARES FALECIDOS NA ATIVA.

AS MODULAÇÕES PODEM VARIAR, NESSA APRESENTAÇÃO ELE É TOCADO POR COMPLETO.

É UM TOQUE LÚGUBRE MAS MUITO BONITO.

A GAROTA TEM UM FÔLEGO IMENSO, ACOMPANHADO PELA FAMOSA ORQUESTRA DE ANDRÉ RIEU.

terça-feira, março 24, 2009

Igreja universal -- diploma assinado por JESUS

IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS . . .

DIPLOMA DE DIZIMISTA ASSINADO POR JESUS

Igreja Universal terá que devolver

Mais de R$ 50 mil de dízimo à fiel

Com informações de Emerson Campos - Portal Uai

Edson Luiz e sua mãe, Dulce Conceição de Mello,

65 anos.

A Igreja Universal do Reino de Deus foi condenada a devolver ao fiel Edson Luiz de Melo todos os dízimos e doações feitas por ele. De acordo com o processo movido por sua mãe, Edson, que é portador de enfermidade mental permanente, passou a freqüentar a igreja em 1996 e desde então era induzido a participar de reuniões sempre precedidas e/ou sucedidas de contribuição financeira.

Segundo o advogado, que representou o fiel, Walter Soares Oliveira, a quantia total a ser restituída será apurada com base nas provas, mas certamente ultrapassará os R$ 50 mil. Além de devolver as doações, a Igreja Universal ainda terá de indenizar o fiel em R$ 5 mil por danos morais.

No processo consta que "promessas extraordinárias" eram feitas na igreja, em troca de doações financeiras e dízimo. Teria sido vendida a Edson Luiz, por exemplo, a "chave do céu". A vítima também recebeu um "Diploma de Dizimista" assinado por Jesus Cristo. Com isso, as colaborações doadas mensalmente chegaram a tomar todo o salário do fiel, que trabalhava como zelador.

Edson chegou a receber até um diploma de dizimista assinado por Jesus Cristo

Em virtude do agravamento de sua doença, Edson foi afastado do trabalho, quando então passou a emitir cheques pré-datados para fins de doação à igreja. Ele ainda fez empréstimos em um banco e vendeu um lote por um valor irrisório, para conseguir manter as doações à instituição religiosa.

Processo

Em 1ª Instância o juiz havia ponderado que a incapacidade permanente do fiel só se deu a partir de 2001, quando houve sua interdição. Dessa forma, ele entendeu que a igreja não poderia restituir valores de doação anteriores àquele ano, motivo pelo qual estipulou em R$ 5 mil o valor que deveria ser devolvido.

Já em 2ª Instância, o desembargador Fernando Botelho, relator do recurso, considerou que o fiel não tinha "condições de manifestar, à época dos fatos, livremente a sua vontade, já que dava sinais (quando da emissão dos cheques de doação à igreja) de ter o discernimento reduzido" sendo "os negócios jurídicos ali realizados nulos", e por isso determinou, juntamente com os outros dois desembargadores, a devolução do valor integral das doações.

À decisão ainda cabe recurso judicial

segunda-feira, março 09, 2009

O que é PAC?

O QUE A SIGLA PAC REALMENTE SIGNIFICA?

Peeling Aplicado na Coroa

Programa de Auto-limpeza da Cara

Privilegiar Aparência da Candidata

Programa de Aceleração da Cirurgia

Plástica de Adequação da "Companheira"

Programa de Alavancagem da Candidata

Perfil Aceitável da "Companheira"

Pitanguy Adiante Corrige

quarta-feira, março 04, 2009

terça-feira, março 03, 2009

ACUSADO DE OBRAS SUNTUÁRIAS! O PARTHENON, A MAIOR DELAS!

É razoável a afirmação de que Péricles (imagem ao lado) tenha sido o inspirador das construções que tomaram corpo em 450 a. C. na acrópole ateniense. O volumoso programa de edificações enriqueceu Atenas com o Parthenon e outros edifícios na Acrópole, além de ginásios e teatros em outras partes da pólis. Do ponto de vista interno, Péricles teria sido acusado pela oposição de esbanjador dos recursos públicos por utilizá-los com gastos suntuosos. Em contrapartida, a seu favor, Péricles alegou que sua política de obras garantia emprego aos carpinteiros, arquitetos, ceramistas, oleiros e a todos os artistas envolvidos. Segundo ele, todo recurso empregado teria retorno na forma de outras atividades.
Fato foi que sua administração se tornaria lendária e grandes idéias floresceriam naquele período "de ouro" da civilização grega.
Fonte aqui.

AH... SE LULA SOUBESSE!

Lula andou falando sobre as dificuldades do PAC, comentou que “se no tempo de JK existisse TCU, Ibama, Funai e Ministério Público, não tinha construído Brasília".
Engana-se o sempre desinformado presidente. No tempo de JK, para construir uma praça o Congresso tinha que aprová-la dando a localização e valor. JK teve que gastar todo o primeiro ano de governo para detalhar no Congresso o que queria fazer. Naquela época as despesas eram Empenhadas pelos Tribunais de Contas. E se não havia um MP (ministério público) ativo, também não havia MP (medida provisória) para mexer no orçamento como quisesse a qualquer momento e, na época, os parlamentares tinham poder de iniciativa de leis que criavam e aumentavam despesas, e em matéria administrativa (incluindo pessoal), tributária e financeira. E do outro lado estava a Banda de Música da UDN com Lacerda, de palavra em punho e os bacharéis de Minas.

POR QUE A INTENSIDADE DA CRISE ATUAL SERÁ MENOR QUE A DE 1929?

O economista S. Besserman, em palestra, disse que as razões da crise financeiro-econômica atual são mais demolidoras que as de 1929. Que esta crise é produto do esgotamento de uma era e não de um simples ciclo onde no final se retorna ao ponto de partida. Mas suas conseqüências serão menos graves que as de 1929. E explicou por que. Em 1929 o peso do Estado, no mundo todo, era de 3% do PIB mundial. Agora é de 20%, o que garante uma resistência anticíclica bem maior.

LEMBRETES PARA A CONJUNTURA!

SATISFAÇÃO = PERCEPÇÃO - EXPECTATIVA. Equação publicada em artigo de David Maister a respeito das filas. Traduzindo politicamente. Governo que quer criar expectativas muito acima do que virá, vai afetar a sua própria avaliação. Melhor falar sério e baixar a expectativa para mais perto da realidade.

Daniel Kahneman (prêmio Nobel de
Economia de 2002 com Vernon Smith) mostrou que as decisões dos indivíduos costumam contradizer as regras básicas de probabilidade quando esses indivíduos se encontram em situações de risco. Uma de suas descobertas mais significativas é que quando uma pessoa tem que tomar decisões em situações de risco, fundamenta cada decisão pelo cálculo de perdas e ganhos em si, antes que nas conseqüências que teria para seu patrimônio. Retirado de matéria do El País, da época, na cobertura do Premio Nobel.

Existe um ponto em que a liberdade degenera em anomia: a dissolução de todas as regras, o mundo sem normas, com isso também sem segurança. Paralelamente à globalização, vivenciamos uma dissolução do direito e da ordem em escala mundial. Do livro de Ralf Dahrendorf - Lei e Ordem.

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

NÃO É A PIOR

Os sinais vitais da economia dos países ricos vão de mal a pior, nesta virada de mês. Mas ainda não é, como se diz por aí, a maior crise do mundo dos últimos 80 anos.
A grande crise foi a do triênio 80-82, quando, nos Estados Unidos, a recessão anual chegou a 4%, com inflação de 14%, juros de 21% e desemprego de 11% - com sobras para o mundo todo, porque crise produzida pelo segundo choque do petróleo.

Foi a chamada década perdida - nada menos de 34 países, Brasil no meio, entraram em moratória.

Nesta crise, nenhum.

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

LIBERDADE PARLAMENTAR!

Karl Marx (foto) escreveu uma série de seis artigos no Rheinische Zeitung entre 5 e 19 de maio de 1842, comentando o debate sobre a imprensa que se deu na Assembléia Regional em Dusseldorf. A editora L&PM publicou como livro, no Brasil, com o nome de "Liberdade de Imprensa". Abaixo um trecho do primeiro artigo.
Na realidade, o desenvolvimento da liberdade parlamentar no antigo sentido francês - a independência vis a vis a opinião publica - derivou em isolamento.
Não podemos deixar de advertir sobre esse conceito. Um genuíno Parlamento Político prospera somente sob a proteção da mente pública, assim como a vida prospera sob a proteção do ar livre. Só plantas 'exóticas', plantas que são transplantadas a um clima diferente, requerem a proteção e o cuidado das estufas.

O POLICIAMENTO INTERNO DE FAVELAS!

1. O policiamento interno e permanente de favelas pela polícia é uma necessidade. As ocupações provisórias pela polícia colocam os moradores em pânico, pois quem se mostrar simpático aos policiais será retaliado, morto, ou terá que abandonar sua casa e sair da comunidade quando os traficantes voltarem. São dezenas e dezenas de casos e o mais recente foi o fracasso da ocupação do "Alemão" em 2007, por 4 meses.

2. No entanto a ocupação esporádica fora de uma política de policiamento interno permanente servirá mais para produzir notícias boas na imprensa que para caminhar na direção de uma solução efetiva e progressiva. Em geral essas ações pontuais e emblemáticas são tentativas de criar expectativas num quadro de política de segurança fracassada.

3. Começar por uma pequena favela, vertical, íngreme, de fácil controle, pode ser uma indicação disso. Colocar 125 PMs nela, nesse caso, significa uma relação de 1 PM para 40 moradores, relação que não permitiria apontar para a universalização em longo prazo. Para 500 mil moradores em favelas, metade do total, seriam 12.500 PMs a mais.

4. Em seu programa de segurança pública em 1998, aperfeiçoado em 2002, o PFL-RJ, hoje DEM, tratou da questão, pensando na ampliação progressiva. Para isso indicou a necessidade de iniciar por uma comunidade, em aglomerados ou em conjunto seqüencial de morros. Citou as favelas da Tijuca. Com isso a relação PM/Morador seria decrescente a cada ocupação através de economia de escala.

5. A fixação de moradia de policias internamente em áreas urbanizadas ou em seu entorno criaria uma força adicional facilmente mobilizável. Essa é a lógica das milícias, que ocupam uma área com efetivo maior e após a fixação de policiais, inicialmente milicianos, na comunidade, o efetivo é reduzido drasticamente, pois os policiais fixados passam a ser uma espécie de força de reserva.

6. A escolha aleatória de comunidades, sem a possibilidade de expansão do programa, é muito melhor que nada, mas terá muito mais um impacto simbólico, tipo efeito-demonstração, que um resultado efetivo. Serão casos isolados.

7. Como, aliás, já tem sido. Exemplo disso é a comunidade ao lado do Bope, que já vem de alguns anos e não gerou efeito multiplicador, pois não significava nenhuma política de segurança, mas um projeto.

PRIORIDADE DE GOVERNO E POLÊMICA!

Em uma série de notas, este Blog reproduziu trechos do livro de Peter Drucker (foto): Administrando em Tempos de Grandes Mudanças. Esse é um dos trechos, capítulo 6: Regras para Presidentes. O que Drucker chama de presidente, não só é o presidente do país, como governadores e prefeitos. São regras para os chefes de governo. A segunda regra é:
Concentre-se, não se divida. A prioridade máxima do presidente tem de ser algo que precisa ser feito. Se essa prioridade não for altamente controversa, é provável que seja uma prioridade errada."

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

O mundo como ele é

Judy Wallman, pesquisadora americana de genealogia, montou sua árvore genealógica, e descobriu que seu tio-bisavô Remus Reid era também ancestral do senador Harry Reid, democrata de Nevada. O parente comum tinha sido condenado e enforcado por roubo de cavalos em Montana, em 1889. A única foto (ao alto a esquerda) disponível de Remus Reid era a de seu enforcamento. No verso da foto, a inscrição: "Remus Reid, ladrão de cavalos, preso na prisão do Território de Montana em 1885, fugiu em 1887, roubou o trem Montana Flyer por seis vezes. Localizado e preso por detetives da Agência Pinkerton, foi condenado e enforcado em 1889".
Judy Wallman enviou e-mail ao senador Harry Reid (foto ao lado) pedindo informações sobre o parente comum, sem mencionar o que havia descoberto. Recebeu a seguinte mensagem: "Remus Reid foi um famoso vaqueiro no Território de Montana. Seu império comercial cresceu a ponto de incluir a aquisição de valiosos exemplares de cavalos de raça, bem como um íntimo e profícuo relacionamento com a Ferrovia de Montana. A partir de 1883 dedicou vários anos de sua vida ao serviço do governo estadual. Depois disso, licenciou-se para reiniciar seu relacionamento com a Ferrovia. Em 1887, foi o elemento fundamental em grande investigação conduzida pela famosa Agência de Detetives Pinkerton. Em 1889 veio a falecer durante importante cerimônia cívica realizada em sua homenagem, quando a plataforma sobre a qual estava cedeu logo após seu discurso."

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Por que tivemos a crise econômica



Para quem ainda não entendeu bem as origens do abalo na economia global que estamos vivendo, esse vídeo é imperdível.
É um programa de entrevistas, do tipo do Jô Soares, onde um banqueiro explica, de forma simples e irônica, o que aconteceu.
Vale a pena "investir" 8 minutos.

OS BANCOS E A LIQUIDEZ DADA PELO GOVERNO FEDERAL!

1. Muitos bancos médios e pequenos têm reclamado da forma com que os grandes bancos têm reagido às linhas de crédito que o governo federal tem aberto a eles. A princípio essas linhas deveriam ser repassadas aos bancos menores para aliviá-los de situações de iliquidez para comprar parte das carteiras, etc.

2. Mas não é isso que está acontecendo. Os grandes bancos insistem em salvar os menores, absorvendo-os. Ou seja, em vez de salvar os menores, estão querendo comprá-los e oferecendo de partida o valor atual de seus patrimônios, uns 40% menor que antes da crise. Muitos estão resistindo à venda. Mas outros só resistem aos preços e estão dispostos a serem vendidos a um preço intermediário entre o antes da crise e o atual.

3. Se isso ocorrer de forma significativa, a concentração bancária aumentará e o desemprego de bancários com ela, pela economia de escala administrativa e pela proximidade de agencias e serviços. É verdade que os clientes poderiam ficar satisfeitos por passarem neste momento para um banco mais forte, no entanto os efeitos seguintes serão negativos: concentração e desemprego.

A crise econômica nos Estados e Municípios!

1. O impacto da crise econômica nos EEs e MMs dependerá da estrutura de suas economias e das economias de seus entornos. Quanto maior o peso de setores de menor elasticidade da demanda, menos impacto a crise terá. E ao contrário. Por exemplo: o Rio-Capital tende a ser mais resistente que SP - Capital. Assim tem sido em outros períodos recessivos. Certamente na expansão se dá o contrário.

2. Por outro lado, os governos municipais e estaduais poderão ou não ser agentes anticíclicos. Todos devem separar as despesas em "controláveis e não controláveis", "flexíveis e inflexíveis". Por exemplo: o serviço da dívida é não-controlável e inflexível ao mesmo tempo. Os programas descontinuáveis são controláveis e flexíveis. A folha de pagamentos é não controlável para o caso dos estáveis, mas na margem pode ser flexível. Os programas recreativos são em geral controláveis e flexíveis, mas alguns programas sociais são controláveis, mas inflexíveis.

3. Da mesma forma se deve analisar a estrutura das receitas. Os Estados e Municípios que dependem muito dos Fundos de Participação (nordeste e norte, especialmente) sofrerão mais em função do imposto de renda e do IPI. Paradoxalmente, tendo uma economia interna menos exposta ao ciclo, suas receitas dependem do que acontece com os setores mais expostos ao ciclo no sudeste.

4. O Estado de SP, por sua maior liquidez, prorrogou em dois meses o prazo de recolhimento do ICMS. Isso deu capital de giro às empresas. Mas, por uma vez e de forma generalizada, atendendo aos que precisam e aos que não precisam. Melhor seria reduzir o prazo de pagamento no calendário de seus fornecedores e com isso impactar permanentemente os setores que estão diretamente ligados aos governos. E como a resultante dos gastos dos EEs e MMs é de menor efeito cíclico, essa decisão teria um multiplicador permanente e permitiria inclusive a redução de seus custos.

O IMPACTO DA CRISE ECONÔMICA NO BRASIL!

1. Comecemos por um cálculo simples, em base a uma hipótese. Se a partir de dezembro a economia tivesse crescimento zero, como ela vinha crescendo trimestre a trimestre numa curva ascendente, ao se comparar essa economia que não cresceria em 2009 com o PIB de 2008, apareceria um crescimento de 2%. Na verdade crescimento de média sobre média.

2. No entanto a partir do mês de dezembro, novos jovens chegaram ao mercado de trabalho, novas crianças procuram as escolas, novas pessoas demandam o sistema público de saúde. Para se ter uma idéia, o pesquisador Marcio Porchman, hoje presidente do IPEA, mostra em seus trabalhos que para que os novos contingentes provenientes da dinâmica demográfica sejam inteiramente absorvidos, o PIB teria que crescer 4% e só a partir daí, reduziria a taxa de desemprego e reduziria a demanda de serviços públicos.

3. O PIB brasileiro terá queda no quarto trimestre, comparado com o terceiro, mas se supusermos que ficará estável e assim fosse pelo ano de 2009, o crescimento, estatisticamente, seria um pouco menor que 2%. Ou seja, quando empresários, economistas e autoridades falarem que o PIB em 2009 crescerá 2%, estarão dizendo que ficará horizontalmente parado a partir do final deste ano.

4. A irrigação financeira aleatória pelo governo não garante a melhor ou mais anticíclica alocação de recursos. Caberia ao governo analisar em base a teoria e em base aos ciclos no Brasil, que segmentos são menos afetados por conjunturas de recessão e entender a partir daí a graduação e orientar a irrigação de forma a mitigar os efeitos da crise.

5. A princípio poder-se-ia imaginar que se deva começar pelos setores afetados pela recessão. Talvez não. Ativar os setores menos cíclicos, cuja demanda é inelástica ou de menor elasticidade e partir do multiplicador deles para multiplicar a demanda pode ser mais consistente. O mercado não é um bom alocador de recursos num quadro de crise. E a irrigação pura e simples dos setores em crise pode ser um oxigênio para esses, sem impacto macro-econômico.

Aquarius - Fifth Dimension

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Política, estratégia e coerência

Luiz Eduardo Rocha Paiva - Publicado no Estado de S ão Paulo 06 de Fevereiro de 2009


A Estratégia Nacional de Defesa (END), trabalho presidido pelo ministro da Defesa e coordenado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos, entrou em vigor em dezembro de 2008. Ela supre a lacuna existente entre a Política de Defesa Nacional (PDN), à qual se alinha, e a Estratégia Militar de Defesa, que deve ser revisada para se conformar à END. Os dois primeiros documentos são de âmbito nacional, enquanto o terceiro é mais afeito ao campo militar, embora não exclusivamente.

A END, sabiamente, avalizou muito do que já constava nos planejamentos das Forças Armadas - estratégias, programas e objetivos -, em grande parte paralisados por falta de recursos. Louve-se a manutenção do serviço militar obrigatório e a proposta de um serviço civil, ao qual, a meu ver, deveriam concorrer cidadãos e cidadãs formados nos cursos técnicos e superiores do ensino público, pagos com os nossos impostos.

O maior mérito da END está no envolvimento dos diversos setores da Nação, particularmente do Poder Executivo, nas ações estratégicas que a põem em execução. Estas são ações voltadas para retomar o desenvolvimento tecnológico com autonomia, ressuscitar a indústria nacional de defesa, implantar o planejamento da mobilização nacional, ampliar a participação do meio acadêmico e de institutos afins nos assuntos de defesa e, ainda, para compatibilizar a infraestrutura do País com as necessidades da defesa nacional.

Para ser coerente com a PDN, a END não caracteriza claramente as ameaças prioritárias ao Brasil, por considerá-las, equivocadamente, difusas. As que realmente comprometem a soberania e integridade territorial se referem à Amazônia e ao Atlântico Sul. O único ator que pode concretizá-las são os EUA, isoladamente ou numa coalizão, sendo perfeitamente conhecidos o vulto do poder militar e a forma como é empregado, ameaçando de bloqueio, ocupação ou bombardeio áreas sensíveis da infraestrutura, a fim de pressionar o governo a aceitar imposições em qualquer ponto do território. Não há necessidade de dar nome aos atores, que podem ser designados como "uma potência ou uma coalizão de potências". Se a Nação não se conscientizar da magnitude da ameaça, não vai apoiar o emprego dos recursos para a redução do desnível de poder que nos afeta a segurança.

Há uma estratégia internacional tácita, de longo prazo e por meio de ações sucessivas, para impor a soberania compartilhada na Amazônia, que se intensificou no início dos anos 90, por pressões em todos os campos do poder. Segue um princípio de Sun Tzu que diz ser "a glória suprema vencer o inimigo sem lutar". Alguém duvida que, assim como os recursos e a posição geoestratégica do Oriente Médio, da Ásia Central e dos Bálcãs atraem as grandes potências, a Amazônia não esteja sendo alvo da projeção de poder daquelas nações?

A Nação não se pode iludir e crer que, ante essa ameaça, baste o simples aumento do poder militar. Só a ocupação racional com preservação, o desenvolvimento sustentável, a integração do indígena e a integração da região ao País neutralizarão tal ameaça, e isso não depende apenas do poder militar.

O maior desafio à END não foi sua elaboração, mas será a implantação, pois é muito comum estratégias brilhantemente planejadas morrerem em gavetas, ao não serem executadas ou perderem a impulsão por falta de apoio político. Estratégias de defesa visam a fazer frente a conflitos que podem ocorrer em médio ou longo prazos. Países sem visão de futuro, em que as lideranças só têm compromisso com a próxima eleição, e não com a nação, desistem de projetos que não rendam votos. Este é o retrato do Brasil a partir dos anos 90, portanto, temo pelo sucesso da END. O governo não estabeleceu uma parcela fixa do Orçamento capaz de viabilizar o reaparelhamento das Forças Armadas e, se não o fizer, a END será mais uma iniciativa "pra inglês ver".

Por outro lado, um princípio fundamental à boa condução do Estado é o da coerência entre suas políticas e estratégias e as ações que efetivamente adota.

Não é o que ocorre no Brasil no que concerne à Amazônia.

Ao mesmo tempo que se estabelecem políticas e estratégias onde a região é destacada como prioridade de defesa, e enquanto algumas lideranças bravateiam, no estilo populista, dizendo "a Amazônia é nossa", as ações dos governos comprometem a soberania e a integridade territorial na região.

O Brasil curva-se a pressões internacionais na demarcação de terras indígenas (TIs), verdadeiros "cavalos de Troia". O País tem, hoje, soberania apenas nominal sobre algumas dessas TIs, pois as decisões que toma neste tema camuflam interesses estrangeiros que nos são impostos. O Brasil perdeu a altivez e a coragem para enfrentar conflitos no campo político e estratégico e aceita imposições, com prejuízo futuro da segurança nacional, em troca de interesses imediatos, particularmente nas negociações relacionadas com o comércio exterior. Em nossa liderança pontificam administradores, economistas e comerciantes, mas faltam estadistas. Eis, então, a nossa grande vulnerabilidade, impossível de ser compensada apenas com o poder militar, por mais forte que seja.

O desfecho da demarcação da TI Raposa-Serra do Sol no STF, que poderia contrariar interesses alienígenas, revelou a ingerência internacional nas diversas ações do príncipe herdeiro da coroa britânica, de ONGs europeias e da ONU, que enviou um representante, coincidentemente, na semana em que o ministro relator daria seu parecer sobre a questão.

As gerações futuras pagarão o preço pela omissão da sociedade, que não cobra uma postura patriótica e altiva de suas lideranças. Quem conhece a história da China no século 19 deve se preocupar com o que pode acontecer ao Brasil. Quem não a conhece pergunte à Grã-Bretanha, aos EUA, à Alemanha, ao Japão e a outras potências o que fizeram àquele país para impor seus interesses.

Luiz Eduardo Rocha Paiva, general da reserva, foi comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (2004-2006)