sexta-feira, março 30, 2007

FIDEL, O PROFETA

INFLUÊNCIA
Assuntos por aqui não faltam para comentar. Escrever sobre Fidel Castro, Hugo Chávez e Evo Morales seria, portanto, uma grande perda de tempo. A não ser quando é para explicar os riscos que o Brasil corre pela influência e pela sedução que estes malucos ainda exercem num povo tão despreparado e com baixo discernimento como o nosso.
COLAPSO
Ontem, Fidel Castro mostrou o quanto está muito doente. A sua cabeça de ditador, que por si só já se mostrava ser muito doentia, entrou em colapso total quando resolveu fazer as afirmações idiotas sobre o interesse dos americanos em incentivar a produção de etanol a partir do milho.
DECRÉPITO
Nem vou levar em consideração o quanto o Brasil teria sido atingido pela besteira assinalada por Fidel, considerando o nosso potencial de produção de bio-combustíveis. Prefiro ficar nos números absurdos que o decrépito ditador se referiu, ao dizer que 3 bilhões de pessoas no mundo deverão morrer de fome com a falta de alimentos que deixarão de ser produzidos pela preferência dada aos bio-combustíveis.
LOUCURA
Este estado, bem adiantado, de loucura de Fidel, que não estava sendo percebida com tanta clareza, só poderia ser confundida como profecia. Fidel, como se sabe, nunca foi profeta. Sempre se preocupou em ser um agente promotor de pobreza e ladrão impiedoso da liberdade individual dos cubanos.
PRODUTOS PERIGOSOS
Cuba, por ser produtor de açúcar deveria se preocupar com o produto. Fidel deveria se referir ao açúcar dizendo que, se mal usado, pode criar problemas sérios de saúde pública, começando pelas cáries e obesidade. Mais ainda: que os três produtos brancos que mais afetam a humanidade são o açúcar, o sal e a cocaína.

O que é política?

Apesar das muitas acepções que a palavra política tem, devemos reconhecer que existe uma realidade homogênea da política.
Aponto três significados para o vocábulo: no primeiro, política é uma forma de conduta humana, uma atividade que se expressa em relações de poder, de mando e de obediência. Quando a ação está referida ao fenômeno do poder, estamos na presença da política prática, aplicada, a arte política, ou seja, a técnica para adquirir, conservar e acrescentar o poder.
O conteúdo desta atividade tem como idéia principal a luta pelo poder. Contudo, também se apresenta como ação de governar, cujo fim básico é organizar e dirigir a comunidade, analisando a forma pela qual se conduzem os governantes para obter êxito em seus propósitos e metas. Assim mesmo, a ação política se entende como empresa comunitária, com especial referência à atividade dos governados, dos dirigidos.
Neste sentido, o poder deixa de ser um fim em si, para se transformar em um meio para se atingir este fim, ainda que ele não seja outro que não a própria institucionalização do poder. Deste modo, o poder atua como antecedente constante e incondicionado da ação política.
Designo como dinâmica política ao processo da política como atividade ou ação que se dá no momento da conquista do poder. Visto assim, resultam três momentos diferentes da política.
O segundo significado é o resultado da política como atividade que tem surgido nos órgãos, na organização e na distribuição das competências que são atividades cristalizadas no Estado moderno, dando lugar à uma política estática. Isto tem levado a diversos autores a sustentar que antes do que o Estado surgiu a política, em virtude da sua maior amplitude.
Das duas idéias anteriores, da dinâmica política e da estática política, convertidas em objeto do estudo sistemático do vocábulo que estamos analisando, surge o seu terceiro significado que se refere a política teórica ou ciência política.
Na sua obra “Teoria de La Política”, o tratadista Carlos Fayt, com a intenção de fazer o termo política mais compreensível explica-o sob quatro sentidos diferentes.
a) Conceito amplo e genérico: Política e político vistos nestas dimensões se referem a toda classe de poder organizado, que significa que não devem ser associados unicamente com poder do Estado, sendo qualquer formação social em que se estabelece uma relação de mando e obediência entre os chefes e seus membros.
b) Conceito específico: Neste sentido o poder político se impõe coativamente e obriga a todos os membros da comunidade a respeitar suas decisões, podendo fazer uso da força material se necessário. Deste ponto de vista a política é a atividade humana que se realiza com a finalidade de influir na organização da vida estatal mediante o exercício do poder.
c) Sentido vulgar de política: Este critério parte da idéia de que a política é a atividade do homem para conquistar o poder, sem importar-se com os meios morais para consegui-lo. Nesta acepção o termo é usado em relação com o governo, com os partidos políticos e com os grupos que pretendem obter o poder do Estado.
d) Acepção científica: Política é o conjunto de conhecimentos sistematizados referentes à organização e governo das comunidades humanas passadas e presentes, de suas instituições e das diversas doutrinas políticas que tem inspirado seu desenvolvimento, levando em conta as relações de poder estabelecidas entre seus membros.

quinta-feira, março 29, 2007

A FLOR DO QUE ..?????

E ainda o Senador Sibá Machado (PT-AC) propõem substituir exames vestibulares por sorteios.
Coisa de aloprado.

quarta-feira, março 28, 2007

CICLO MALDITO

INCAPAZES
Na undécima hora, o presidente Lula definiu os nomes de Carlos Lupi (PDT), para o Ministério do Trabalho, e de Luiz Marinho (foto abaixo), para a Previdência. A escolha, aqui entre nós, está muito perto do trágico para não dizer outra coisa. E só dá alguma esperança para quem é muito, mas muito ingênuo e desentendido.
ESPASMOS
O Brasil vive, nestas duas Pastas -Trabalho e Previdência -um velho e conhecido ciclo maldito, de espasmos de esperança, que a esta altura só consegue envolver os muito idiotas, até a frustração total. Até porque já foi percebido que tudo sempre acaba na falta das decisões necessárias para corrigir aquilo que há muito tempo ultrapassa as barreiras da lógica, do bom senso e da honestidade.
VAI PIORAR
Quando se fala em reformas, que poderiam colocar o Brasil de forma definitiva no seleto primeiro mundo, o melhor caminho seria começar pelas leis trabalhistas (para corrigir o fantástico trabalho informal), e pelas leis previdenciárias (propondo um sistema de capitalização em substituição ao falido sistema de repartição).
DIREITOS ADQUIRIDOS
E justamente para estes ministérios, Lula dispõe de gente, que pelo perfil já mostrado, só deve piorar mais ainda o que já está péssimo. É obvio que ministro não tem alçada nem liberdade total para mudar a Constituição. Mas pode ajudar criando um ambiente mais favorável e transparente. Pelo que se conhece dos distintos isto não está nos planos. Eles ainda são adeptos da frase: Em direitos não se mexe.
BOLIVARIANO
Vejam quem é Carlos Lupi: para quem ainda não sabe, ele se declarou alto e bom som como simpatizante e adorador das idéias de Hugo Chávez. Portanto, não é especulação. Ele mesmo se declarou fã incondicional confesso das loucuras defendidas pelo maluco venezuelano. Lupi, ao se dizer adepto de Chávez vai querer mostrar isto no seu ministério.
TROCA-TROCA
A decisão do TSE, por seis votos a um, à consulta feita pelo PFL explica que os votos que os candidatos recebem pertencem ao partido ao qual estão filiados. Pelo expressivo número de votos do TSE sobre o tema é muito provável que o STF acompanhe a decisão, caso um ou mais partidos não a aceitem.
SÓ MATANDO
A decisão em si já é uma reforma. E deve corrigir alguma coisa daqui para frente. O problema, hoje, é o que o PFL pretende fazer com os parlamentares que já trocaram de partido e precisarão voltar ao ninho. Qual a cabeça ideológica e de compromisso que estes vão ter depois de terem sido cooptados (ou vendidos)? Gente assim é igual a cachorro que come ovelha. Só matando, ou melhor, precisa ser expulsa. Bem, mas isto é o que eu penso...

HUMOR - Para quem acha que já viu de tudo!

Clique na imagem para poder ler melhor esta "notícia" inusitada!

A DESCENTRALIZAÇÃO NA AGENDA NACIONAL

No latim clássico não existia distinção entre letras maiúsculas e minúsculas. Todos os textos eram escritos com letras semelhantes àquelas que hoje conhecemos como maiúsculas. A criação da maior parte das letras minúsculas deu-se entre os séculos IV e VI.
Quando a escrita e a cultura se refugiam nos mosteiros os livros passaram a ser vistos como objetos artísticos que valem não só pelo seu conteúdo mas também pelo seu aspecto físico. Assim, as iluminuras medievais desenvolvem a arte das maiúsculas nas letras que iniciam os capítulos de um livro. É por isso que, ainda hoje, a letra maiúscula é chamada de Capitular.
Depois que o padrão da escrita deixa de ser a inscrição na pedra e passa a ser o desenho no papel, as letras maiúsculas, mais difíceis de usar em caligrafia, caem em desuso para os textos simples, passando a ser vistas como algo ao mesmo tempo arcaico e elegante. Vem daí a noção inconsciente de que as letras maiúsculas designam coisas mais importantes do que as minúsculas.
Começa-se então a usar maiúsculas para dar ênfase a determinadas palavras, como nomes próprios, ou qualquer outra à qual se queira dar realce pelo seu sentido moral ou espiritual. Não é por outra razão que cientistas grafam "Ciência"; artistas grafam "Artes" ou "Cultura"; políticos grafam “Partido”; socialistas grafam “Movimentos Sociais”; liberais grafam “Mercado”, e por aí vai, demonstrando, claramente, que por trás dessa flexibilidade do uso das maiúsculas e minúsculas há um forte componente ideológico, diferentes visões de mundo. A revista Veja da semana passada trouxe um editorial corajoso e polêmico. Sob o título “Uma questão de estado”, informou seus leitores que, a partir daquela edição, passaria “a grafar a palavra estado com letra minúscula”, contrariando os dicionaristas que aconselham o uso de maiúscula quando a palavra for usada na acepção de nação politicamente organizada.
Seus editores explicaram assim a decisão: “Se povo, sociedade, indivíduo, pessoa, liberdade, instituições, democracia, justiça são escritas com minúscula, não há razão para escrever estado com maiúscula. Escrever estado com inicial maiúscula, quando cidadão ou contribuinte vão assim mesmo, em minúsculas, é uma deformação típica mas não exclusivamente brasileira. Os franceses, estado-dependentes, adoradores de seu generoso cofre nacional, escrevem ´État´. Os povos de língua inglesa, generalizando, esperam do estado a distribuição equânime da justiça, o respeito a contratos e à propriedade e a defesa das fronteiras. Mas não consideram uma dádiva do estado o direito à boa vida material sem esforço. Grafam ´state´. Com maiúscula, estado simboliza uma visão de mundo distorcida, de dependência do poder central, de fé cega e irracional na força superior de um ente capaz de conduzir os destinos de cada uma das pessoas. Grafar estado é uma pequena contribuição de Veja para a demolição da noção disfuncional de que se pode esperar tudo de um centralismo provedor".

O poeta chileno Pablo Neruda costumava ensinar: "Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as idéias". Pois não foi outra coisa que fizeram os editores da revista. Como se pode observar, o pano de fundo dessa decisão editorial é a opção entre centralização e descentralização, tema cada vez mais em pauta nas discussões que buscam encontrar caminhos e soluções para o desenvolvimento do País.
Afinal, sem a correta repartição das competências e a devida distribuição dos tributos, acentua-se cada vez mais a centralização e a concentração de poderes nas mãos da União, agravando-se o nefasto e ineficiente fenômeno do “federalismo centrípeto”. Enquanto o Governo Federal comemora seguidos recordes de arrecadação, estados e municípios vivem uma constante sangria de recursos, à beira de um colapso financeiro. É uma equação que não fecha nunca.
O espírito federativo não é uma dádiva a ser partilhada entre os entes federados, mas um dever de Estado (ou estado?), que gera direito subjetivo à unidade federada.
O grande historiador Alexis de Tocqueville dizia que “A história nunca muda. O que muda são os historiadores”. Na semana passada, ao desmentir o francês, a revista Veja deu uma valiosa contribuição para mudar a nossa história.

terça-feira, março 27, 2007

A DUALIDADE ENTRE A LEI E A APLICAÇÃO DA LEI!

Argentina? Ou Brasil? Ou os dois?
Trechos da coluna de Mariano Grondona (foto) no La Nacion.

1. Em todo sistema político media certa distância entre o que Ferdinand Lassalle chamou de "constituição escrita", que figura nos papéis e "constituição real", que impera nos fatos, ainda que não esteja escrita. Esta distância é maior ou menor segundo as circunstâncias. No período anterior a independência se costumava dizer que "as ordens do Rei se acatam, mas não se cumprem".

2. Os argentinos herdaram da colônia está profunda dualidade entre o que se anuncia e o que se faz, entre a máscara e o rosto. Esta não é a tradição institucional anglo-saxã, onde impera a palavra - enforcement - que provém do verbo - to enforce - ou fazer cumprir. Para nós, uma lei existe quando é anunciada. Para os anglo-saxões, uma lei só existe quando se cumpre.

3. Aristóteles observou em - A Política - que uma lei não é lei quando é promulgada formalmente, mas quando se cumpre e termina por incorporar-se na sociedade como um - hábito coletivo. Só então passa a ser uma verdadeira lei. Aristóteles aconselhou aos legisladores que não aprovassem leis sem estarem seguros de que seriam cumpridas, porque caso contrário só conseguiriam desprestigiar o conceito mesmo de lei. Alberdi ironizou estas - revoluções caligráficas -, as leis utópicas que só valem no papel.

OPINIÃO PÚBLICA: NOVAS CURIOSIDADES!

1. A TV portuguesa fez enquete sobre qual o maior português de todos os tempos. Ganhou Salazar. O final da vida pública de Salazar foi melancólico. Depois de um derrame, ele deixou de ser primeiro ministro, mas não foi informado. Fechado em casa, despachava com "seus" ministros como se ainda fosse primeiro ministro. Faleceu em 1970.

2. Seu período de poder - começa como poderoso ministro das finanças entre 1928 e 1932. E depois presidente do conselho de ministros até 1968. Seu longo ciclo político pode ser dividido em duas partes. Entre 1928 e 1944, quando se destaca como gênio das finanças numa Europa da hiperinflação na Alemanha, da desorganização da França... O fato de ter dirigido um governo autoritário não lhe tira méritos, na medida que - com a única exceção do Reino Unido - o mundo vivia um ciclo de governos autoritários.

3. Mesmo nos EUA, Roosevelt não foi uma exceção. Governou entre 1934 e 1938 com leis delegadas e poder de intervenção em toda a economia, do trabalho aos bancos. No último ano de sua primeira gestão, toda essa legislação de exceção foi derrubada pela Corte Suprema.

4. Salazar - de certa forma - é o fundador do equilíbrio/superávit fiscal como política econômica. Estabilizou a economia, aproveitou a instabilidade internacional para acumular enormes reservas em ouro. Isolou Portugal dos conflitos, inclusive da guerra civil espanhola (Sanjurjo o chefe dos falangistas não conseguiu autorização para usar o aeroporto oficial e sair de Portugal e sua saída em aeroporto clandestino lhe custou a vida e abriu caminho para Franco) e tirou proveito desta posição (vide a utilização dos Açores pelos Aliados no período final da guerra).

5. A segunda guerra abriu espaço para um mundo novo, com outra visão do processo econômico, com integração entre os blocos, com papel ativo do Estado na aceleração econômica, etc... Mas Salazar ficou no mundo anterior. Sua gestão no pós-guerra manteve os mesmos parâmetros de antes e afundou Portugal no atraso, culminando com seu melancólico final de carreira.

6. O surpreendente desta pesquisa em TV é o fato que sua memória positiva só deveria estar viva para uma geração posterior a que viveu durante seu período de sucesso. Ou seja, aqueles que nasceram até a segunda guerra.

7. Mesmo sendo o público da TV de perfil etário mais velho, ainda assim o impacto de seu nome deveria estar concentrado entre os maiores de 65 anos. No entanto a vitória que sua memória obteve nos faz pensar em duas explicações: fracassos do presente recriam a memória do passado, mesmo que por ilusão regressiva; ou reforçam a idéia que a política tem raízes longas e profundas no tempo e sobrevive muito mais que outras atividades por tradição oral.

8. De qualquer forma deve ser um sinal para as lideranças portuguesas atuais -que oscilando entre o PS e o PSD - convivem há anos com uma economia cronicamente recessiva ou de baixo crescimento como a do Brasil. E serve também como alerta e aprendizado - por aqui - para aqueles eufóricos ao lerem pesquisas de popularidade de governos eventuais ou que acham que tudo é definitivamente novo e que a história já se foi .

Estado de São Paulo
Enquete da TV pública aponta Salazar como 'maior português de todos os tempos'

A eleição do “maior português de todos os tempos” terminou domingo à noite, em Lisboa, de maneira melancólica: o ditador António de Oliveira Salazar, mentor do regime fascista que durou 48 anos (1926-1974), foi considerado o “maior” para 41% das pessoas que ligaram para a Rádio e Televisão de Portugal (RTP), emissora pública e organizadora do concurso.

A nossa lista de Schindler

Oskar Schindler

A portaria do Ministério da Saúde que relaciona as doenças crônicas, bem como os respectivos medicamentos de uso prolongado - de alto valor unitário e tratamento de custo elevado -, precisa ser revista com urgência e submetida ao mais amplo debate, garantida a participação da sociedade organizada, do setor público e do próprio Parlamento na discussão proposta.
Ao receber a visita do Presidente da Associação Brasileira de Assistência aos Portadores de Fibrose Cística, também conhecida como mucoviscidose, fiquei bastante sensibilizado com os relatos pungentes trazidos por Sérgio Henrique Sampaio - emissário dos doentes crônicos dessa doença - cujas manifestações sistêmicas comprometem principalmente os sistemas respiratório, digestivo e aparelho reprodutor.

O drama enfrentado pelas famílias que abrigam portadores de doenças crônicas e não podem custear o tratamento dos seus entes queridos, além de nos comover, envolve uma questão de saúde pública da maior gravidade. Estou convicto de que a política de assistência farmacêutica do Brasil precisa ser repensada em todos os níveis.

As sucessivas portarias do Ministério da Saúde possuem lacunas e não tutelam todas as doenças graves. Muitas vezes, mesmo prevendo determinada doença rara, os medicamentos disponibilizados no âmbito do Sistema único de Saúde - SUS - para tratamento não atendem todas as manifestações da doença. Cito o exemplo da fibrose cística, cujas manifestações respiratórias e digestivas exigem inúmeros medicamentos para manter o paciente vivo. Registro que para cada 3000 nascimentos entre brancos de vários países, a incidência da doença varia entre 1 e 2 casos. É menos freqüente entre negros e asiáticos. A mediana de sobrevida nos EUA é 31 anos.

A inclusão na lista dos medicamentos excepcionais do Ministério da Saúde finda se transformando numa espécie de ''lista de Schindler''. Todos devem se recordar do filme do diretor Steven Spielberg retratando o empresário alemão que usou sua fortuna durante a 2ª guerra mundial para salvar judeus, a partir da elaboração de uma lista. A doença e, por conseguinte, os medicamentos que ficarem de fora da lista do Ministério da Saúde, privam o portador de doença crônica sem condições de custear o tratamento do direito à vida.

Nos casos de exclusão da lista, o único caminho para obter o medicamento tem sido recorrer ao Judiciário. O gestor público alega que muitas vezes é obrigado a cumprir ações judiciais para distribuição de remédios não padronizados e de eficácia e necessidade duvidosas. É possível que existam distorções. Em que pesem decisões eventualmente questionáveis, não podemos confundir nem imputar àqueles portadores de doenças crônicas a responsabilidade por essas ações judiciais.

Uma ação cível pública obrigando o Estado de Alagoas a fornecer medicamentos para pacientes renais crônicos alçou o tema da saúde de milhões de brasileiros portadores de doenças graves ao crivo da nossa suprema corte. A recente liminar do Supremo Tribunal Federal que deferiu, em parte, pedido do Estado de Alagoas na Suspensão de Tutela Antecipada (STA) - para suspender decisão concedida em ação civil pública - sem dúvida enseja o momento apropriado à ampla reflexão e debate dessa questão.

Devemos ter em mente que o rol de medicamentos excepcionais trazidos nas portarias editadas pela pasta setorial da Saúde, para medicamentos excepcionais - Portarias 1318 e 2577 -, além de não ser exaustivo, deixa de contemplar vários medicamentos imprescindíveis ao tratamento adequado.

É hora de repensar com disciplina e amor um tão tema sensível e, com permissão da imortal Lygia Fagundes Telles, sugiro ''repensar com humildade neste tempo de arrogância''.


Senador Alvaro Dias - vice-presidente do Senado Federal

segunda-feira, março 26, 2007

“ESTÁ NA HORA DE GOVERNAR” DEPOIS DE TANTAS ELEIÇÕES NO CONTINENTE."

por DANIEL ZOVATTO – DIRETOR PARA AMÉRICA LATINA DO INSTITUTO INTERNACIONAL PARA A DEMOCRACIA E ASSISTÊNCIA ELEITORAL

01. Depois do histórico rally eleitoral que acaba de passar América Latina, de longe o mais importante desde a democratização, está na hora de se produzir resultados, cumprir com as promessas de campanha, gerar crescimento alto e sustentável e empregos de qualidade, e reduzir drasticamente a pobreza e a desigualdade.

02. Entre novembro de 2005 e dezembro de 2006 dos 18 países da região, 11 realizaram eleições presidenciais: Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Honduras, México, Nicarágua, Peru e Venezuela.

03. América Latina na verdade girou ao centro e não a esquerda se analisarmos as três grandes correntes: centro-direita, socialdemocrata e populista. Brasil, Chile e Uruguai são do eixo social-democrata. O eixo nacional-populista tem Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua. E o de centro-direita México, Colômbia e Peru.

04. Das 11 eleições, 8 previam segundo turno e em 4 isso ocorreu.

05. Dos 11 presidentes eleitos só quatro obtiveram maioria legislativa própria: Morales, Bachelet, Uribe e Chávez.

06. Cinco partidos dos que estavam no governo venceram: Brasil, Chile, Colômbia, México e Venezuela.

07. No Chile, Costa Rica, Honduras, México e Nicarágua a participação eleitoral diminuiu comparando com a eleição anterior. Nos demais aumentou.

08. Os questionamentos pós-eleitorais se deram no México, Costa Rica, Honduras e Peru.

09. Em 7 dos 11 países havia a possibilidade de re-eleição. Todos os candidatos-presidentes conseguiram se reeleger.

10. A democracia eleitoral saiu fortalecida deste intenso rally. Não ocorreu qualquer tsunami político. Mudança mesmo só na Bolívia, Equador e Honduras.

11. Em 2007 teremos mais duas eleições presidenciais: Argentina e Guatemala.

Resumo de artigo em El País.

ESTADO DE BEM ESTAR ECOLÓGICO!

01. Com essa expressão, MONA SAHLIN assumiu o comando do partido social-democrata sueco. É a primeira mulher que comanda o partido nos 118 anos de sua existência. Aposta na renovação para voltar ao poder em 2010.
-Quero um partido mais alegre e mais atento.
02. Mona Sahlin tem 50 anos cumpridos e em sua carreira meteórica se mostra como uma política atípica.
03. Mona Sahlin defende com paixão as energias renováveis. "-Um país livre de combustíveis fósseis, nos apontaria enormes vantagens, e entre elas a diminuição da volatilidade nos preços do petróleo". Em 2020 Suécia deve ser uma economia praticamente livre de petróleo.
04. Em 1982, com 25 anos, se converteu na deputada mais jovem da história do Parlamento. Em 1995 - quando era vice-primeira ministra, renunciou a vida pública no escândalo Toblerone. Ela teria utilizado um cartão de crédito oficial para compras privadas de roupa, fraldas e chocolates e não havia pago multas de estacionamento. Em seguida ressarciu os cofres públicos inteiramente pelos fatos.
05. Em 1998 retornou integrando o gabinete do então primeiro ministro Göran Persson, a quem sucede agora. Foi ministra de desenvolvimento sustentável, Integração e Igualdade.
06. Sábado 17 de março, diante de 1.700 delegados reunidos em Estocolmo Persson declarou ao ceder-lhe o comando:
-"Começa a construção do estado de bem estar ecológico".
Mona Sahlin declarou que sua prioridade é o meio ambiente:
- A batalha contra o aquecimento do planeta é tão importante quanto a luta de classes 100 anos atrás.

Fonte: Reuters e El País.

quinta-feira, março 22, 2007

Álvaro Dias: Reforma foi "espetáculo deprimente"

Felipe Corazza Barreto
A reforma ministerial vai terminando em Brasília e as escolhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva são bombardeadas pela oposição. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) fala das mudanças na Esplanada dos Ministérios como resultados de um "balcão de negócios" comandado pelo presidente:

- É um espetáculo deprimente toda vez que esse governo anuncia uma reforma ministerial

Dias critica o que chama de "mediocridade política" de Lula na briga política por cargos de primeiro escalão. Para o senador, a escolha foi ruim e deve se refletir em um fracasso nas perspectivas do governo, entre elas, o crescimento econômico.
Leia a entrevista:

Terra Magazine - Como o sr. avalia a forma como o presidente Lula escolheu seu ministério?
Álvaro Dias - É um balcão de negócios, uma prática espúria. O presidente abre mão de exercitar a sua principal prerrogativa, que é a de escolher os integrantes da sua equipe. É um momento alto do governo, quando o governo escolhe bem abre perspectivas de ser bem sucedido. Quando escolhe mal desperdiça a oportunidade de ter êxito. E quando o presidente não escolhe, ele delega aos partidos. Os partidos não colocam em primeiro plano os critérios da competência, da probidade, da eficiência. É um espetáculo deprimente toda vez que esse governo anuncia uma reforma ministerial, é uma mediocridade política que se configura.

Essa mediocridade se reflete onde?
Quando o governo escolhe mal, ele consagra a incompetência administrativa, não tem outra solução.

O Senado vai discutir hoje às 18h a área energética do PAC. Qual será o rumo dessa discussão, na opinião do sr.?
O governo vai tentar aprovar sem alterações. A oposição vai propor alterações principalmente em função de interesses regionais.

E como o sr. vê o PAC?
Eu considero acanhado. Ele não alcança as questões estruturais, ele não assegura, em função do que propõe, o atingimento das metas propostas, no que diz respeito ao crescimento econômico do país. É impossível alcançar os índices anunciados com a política mantida, taxas de juros elevadas, carga tributária pesadíssima e ausência de investimentos públicos. O investimento público tem sido ao redor de 1,5% do PIB. O governo não contribui para que os índices que propõe como crescimento desejado sejam alcançados.

O sr. mencionou, em discurso na semana passada, a China como exemplo de investimento público. O sr. a considera um modelo adequado?
A China teve, de 2004 para cá, um crescimento de 40% do PIB. A China pode se tornar a maior economia do mundo, a continuar no ritmo de crescimento atual.

Mas o modelo de produção chinês ainda deprecia muito as condições do trabalhador, com trabalho semi-escravo...
É, nesse ponto não é compatível com o estágio brasileiro, de respeito aos direitos humanos.

Terra Magazine

POPULISMO NA AMÉRICA LATINA: MAIS PRESENTE QUE NUNCA!

Os dez mandamentos do populismo.
Resumo do artigo do historiador mexicano Enrique Krauze, publicado no Estado de São Paulo.

O populismo na América Latina adotou um amálgama desconcertante de posições ideológicas. Esquerdas e direitas poderiam reivindicar a paternidade do populismo, todas ao conjuro da palavra mágica "povo". Proponho dez traços.

1 - O populismo exalta o líder carismático.
2 - O populista não só usa e abusa da palavra: ele se apropria dela. A palavra é o veículo específico de seu carisma. Fala com o povo de modo constante, incita suas paixões, "ilumina o caminho", e faz isso sem restrições nem intermediários.
3 - O populismo fabrica a verdade. O governo "popular" interpreta a voz do povo, eleva essa versão à condição de verdade oficial, e sonha com decretar a verdade única. Os populistas confundem a crítica com inimizade militante, por isso buscam desprestigiá-la, controlá-la, silenciá-la.
4 - O populista usa de modo discricionário os recursos públicos.
5 - O populista divide diretamente a riqueza. "Vocês têm o dever de pedir!", exclamava Evita a seus beneficiários. Criou-se assim uma idéia fictícia da realidade econômica e entronizou-se uma mentalidade assistencialista.
6 - O populista alimenta o ódio de classes.
7 - O populista mobiliza permanentemente os grupos sociais. "O povo" mas uma massa seletiva e vociferante que caracterizou outro clássico, Marx - não Karl, mas Groucho: "O poder para os que gritam".
8 - O populismo fustiga sistematicamente o "inimigo externo". Precisa desviar a atenção interna para o adversário de fora.
9 -
O populismo despreza a ordem legal. Há na cultura política ibero-americana um apego atávico à "lei natural" e uma desconfiança das leis feitas pelo homem.
10 - O populismo mina, domina e, em último recurso, domestica ou cancela as instituições da democracia liberal. Ele abomina os limites a seu poder, considera-os aristocráticos, oligárquicos, contrários à "vontade popular".
O populismo tem, além disso, uma natureza perversamente "moderada" ou "provisória": não termina sendo plenamente ditatorial nem totalitária. Por isso alimenta sem cessar a enganosa ilusão de um futuro melhor, mascara os desastres que provoca, posterga o exame objetivo de seus atos, amansa a crítica, adultera a verdade, adormece, corrompe e degrada o espírito público.

quarta-feira, março 21, 2007

Canabrava

Interessante o Lula... Antes de ser presidente, ele queria os usineiros em cana. Agora, ele quer a cana dos usineiros...

terça-feira, março 20, 2007

E, numa cidadezinha mineira...

O ninho deles.
Nem me perguntem como ele foi parar ali. Perguntem ao Solda.

O Deputado Clodovil Solta Os Bichos

Admito que muita gente possa não gostar do estilista, agora deputado, Clodovil Hernandes, suas opiniões muitas vezes não são elegantes. Mas há algo que ninguém pode negar-lhe, uma alta inteligência e capacidade de fazer críticas pertinentes.
Ontem ele aproveitou para criticar, bem à sua moda o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a recém nomeada ministra do Turismo Marta Suplicy (Smith de Vasconcelos?, Favre? quem sabe).
Diz sobre esse, finge que vai mas não vai, do novo ministério:
“ - É a mesma coisa que costurar um vestido que não termina nunca. Acaba ficando fora de moda.”
Sobre a nova ministra foi ainda mais cáustico:
“- Eu quero saber o que ela entende de turismo. Aliás, não sei o que ela sabe fazer, nunca soube. (...) Não gosto dela mesmo. É uma antipatia generalizada. Por isso a cobra da minha mesa se chama Marta. É uma homenagem a ela.”

PRESIDENTE DA COLÔMBIA EM ENTREVISTA À FSP: CONTRA O NARCOTRÁFICO É REPRESSÃO!

Favelas de Medellín ocupadas pelo exército.

FOLHA - Nesta semana, o senhor tem um encontro com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, em Medellín. Como a Colômbia reduziu a criminalidade, que conselhos o senhor daria a ele?
URIBE - É muito difícil dar conselhos. Mas nossa decisão aqui é derrotar o narcotráfico e, para isso, é necessária determinação política. Combinar ações, prender responsáveis. Também fazemos uma extradição severa; 530 narcotraficantes foram extraditados, 480 deles para os EUA. E confiscamos bens adquiridos ilegalmente dos narcotraficantes. Na cidade de Medellín havia uma série de favelas dominadas pela guerrilha e pelos paramilitares. Ambos grupos financiados pela coca. Colocamos o Exército e a polícia nas favelas com toda a determinação. E prendemos quem estava nesses grupos. Fizemos uma campanha para quem quisesse se desmobilizar. Mais de 40 mil pessoas entregaram as armas

domingo, março 18, 2007

QUEM MATOU SOLANO LÓPEZ? O PAPEL DO FUZIL SPENCER DE REPETIÇÃO!

Trechos retirados ao jornal ABC-Color de 1 de março de 2007 - em matéria de Rafael Mariotti.

01. Solano López foi morto pelas tropas brasileiras em Cerro Corá as margens do rio Aquidaban no dia 1 de março de 1870.
02. Essa data é não apenas lembrada no Paraguai, como estudos e pesquisas vêm à luz. Esse ano - na semana passada - entre eles surgiram duas informações importantes.
03. Solano López foi fuzilado por ordem do General Câmara porque não aceitou se entregar, apesar de já estar caído e dominado. O general Câmara teria dito a López: - Marechal! Sou o general brasileiro que comanda essas forças. Renda-se que garanto a sua vida. López teria respondido:
- Morro com a minha pátria e com a minha espada na mão.
Câmara reagiu. Segundo os brasileiros dizendo:
-Desarmem este homem.
Segundo os paraguaios:
-Matem esse homem.
04. A história registra que quem deu os disparos finais foi o soldado José Lacerda conhecido como Chico Diabo. Agora as pesquisas apresentadas contestam esta versão e garantem que quem deu os tiros finais foi o soldado riograndense João Soares usando um fuzil Spencer.
05. Até a guerra de secessão nos EUA e a Guerra do Paraguai, os fuzis usados eram ainda os das guerras napoleônicas. Davam 2 disparos por minuto. Christopher Miner SPENCER - em 1860 - procurou o presidente Lincoln e apresentou seu fuzil de repetição com 20 tiros por minuto. Lincoln atirou e o aprovou imediatamente, mandando produzi-lo em escala. Com isso a guerra de secessão, desequilibrou a favor dos unionistas contra os confederados.
06. Caxias - atento à guerra de secessão - soube do fuzil Spencer e determinou sua compra imediata. Em 1867 o exército brasileiro usava o fuzil Spencer. No combate de San Solano em 6 de setembro de 1868, um grupo de cavalaria brasileiro - de apenas 57 soldados - resistiu e fez um enorme estrago na cavalaria paraguaia de 500 homens, garantindo o tempo para chegar reforços. A diferença foram os fuzis Spencer do lado brasileiro.
07. Mesmo antes, no combate de Isla Tayi em 3 de outubro de 1867 e no de Tatayibá de 21 deste mês os fuzis e carabinas Spencer já haviam feito amplos estragos na cavalaria paraguaia.
08. Os paraguaios guardam um exemplar desta arma no Museu Monsenhor Juan Sinforiano Bogarin.

ARGENTINA: O CASO MAIS GRAVE!

01. Por mais que o histriônico Chávez se mexa, atrás dele tem um poço de petróleo.

02. O caso de Kirchner é muito mais grave. Atrás dele tem um país com forte referência internacional, com economia agropecuária secularmente de primeiro mundo, de alto nível de escolarização, com setores industriais avançados, com destacada influência cultural... e isso tudo há muitas décadas. Tão forte que menos de dois anos depois do default de sua dívida o risco de sua economia emparelha com a bem comportada economia brasileira.

03. Hoje, Kirchner comanda unipessoalmente e ditatorialmente a Argentina, com leis delegadas, sem oposição, grande parte cooptada e que avança imperialmente sobre todos os espaços. Até para seus vizinhos como o Uruguai, sufocado em seus investimentos e decisões por ONGs assalariadas de Kirchner.

04. Mais esperto que Chávez, abre o picadeiro para Chávez dar cambalhotas e por trás, mexe com suas marionetes de um antiamericanismo fora de época.

05. Carlos Lacerda - quando perguntado sobre seu líder e pretenso sucessor - disse uma frase que ficou registrada:
- "É a cópia dos meus piores defeitos".
Kirchner -se propõe ser, mas na prática é a cópia dos piores defeitos de Perón. Esse sim é um caso grave!

Por Alfredo Leuco - Para LA NACION - trecho.
La decisión de gobernar de facto la provincia de Buenos Aires desde la Casa Rosada es el acontecimiento escandaloso que articula ambas inquietudes. El Presidente, en su afán de controlar todo y de que nadie lo controle a él, completó en estos días su obra en el distrito más grande del país: desplazó a Gerardo Otero y pasó a comandar la economía de los bonaerenses. Pero ya había invadido políticamente el distrito al digitar la candidatura extraterritorial de Daniel Scioli, sumamente floja de papeles para competir desde la legalidad absoluta. Ni Carlos Menem había llegado a tanto. Kirchner no solamente es un presidente de alta imagen positiva. También es el ministro de Economía de la Nación, ayudado por Julio De Vido y Guillermo Moreno, lo que reduce a Felisa Miceli al lugar de una voluntariosa secretaria. También telegobierna Santa Cruz y convirtió al Poder Legislativo en un ministerio donde hace y deshace a gusto. Ahora conduce también la provincia de Buenos Aires.

Rio em clima de PAN!

IGNACY SACHS, ECOSSOCIOECONOMISTA, EM ENTREVISTA AO ESTADO DE SP!

Sobre o Brasil de Lula: pífio/assistencial/predador.

É possível juntar as premissas?
Todo o debate sobre crescimento gira em torno das diferentes formas de como o econômico, o social e o ambiental se combinam. O crescimento econômico razoável, com pleno emprego e destruição ambiental monumental é justamente capitalismo reformado. Então vamos partir para corrigir este terceiro ponto.
O Brasil segue três premissas negativas?
Ele tem um crescimento pífio, com uma política social de cunho assistencialista e problemas ambientais que se avolumam.

OBSTRUÇÃO! MATÉRIAS NOS JORNAIS OCULTAM O PRINCIPAL!

Vamos dizer as coisas como são. O que quer dizer - obstrução - na Câmara de Deputados? Simples. Quer dizer que para votar, os deputados da dita base do governo devem estar presentes. A oposição pede que a base do governo compareça. Se comparecer, acabou a obstrução por definição. Então é bom que a imprensa informe adequadamente e diga: "Ausência de deputados da base do governo impede as votações". A oposição exigir presença de uma base alimentada a suco de mensalão é o mínimo".

MENOS ONGs E MUITAS OGs

OGs
No Brasil não há muitas ONGs - Organizações Não Governamentais -. O que existe, isto sim, são milhares de OGs – Organizações Governamentais. Muito governamentais. Esta realidade nada mais é do que o fruto da esperteza de alguns para iludir os bobos que existem só para pagar a conta. Com impostos, naturalmente.
CPI
Caso a CPI das ONGs, aprovada ontem pelo Senado, cumpra só a metade do que pode e pretende, já basta. As investigações deverão provar muita falcatrua e muito dinheiro do governo usado para sustentar inúmeras organizações.
OS SEM ALCANCE
Tomara que a parte pouco esclarecida da população (mais de 80% do povo), que nunca é alcançada por esclarecimentos, tome desta vez algum conhecimento das coisas que serão reveladas. Quem sabe deixam de ser tão bobos e não acreditem que toda a ONG e do bem.
NOVA LÓGICA
O presidente Lula, com a sua exagerada demora na escolha dos seus ministros, derrubou a lógica de que a pressa é inimiga da perfeição. A lógica do seu governo é outra: preferiu uma longa demora para escolher mal. Muito mal.
BELA ESCOLHA
Ao escolher um ministro cheio de suspeição, que está sendo processado por crime de responsabilidade, Lula deu mais um péssimo exemplo. Além de colocar em risco muita coisa. Muito se parece com o rei de Portugal, quando escolheu os membros do Primeiro Governo Geral do Brasil, em 1549: ele tirou da prisão alguém que cumpria pena por corrupção e enviou para o Brasil para ser o ouvidor-geral. Bela escolha.
COLLOR
Ontem, quando o ex-presidente Collor fazia o seu primeiro pronunciamento no Senado, muita gente da mídia aproveitava para fazer troça. Pelo que entendi só admitem que Collor é o grande vilão da história. A minha convicção é outra: o nosso parlamento nunca conseguiu ser melhor do que qualquer pessoa. É pior, sem dúvida.
CORPORAÇÕES
O meu convencimento, no entanto, é outro. Collor não saiu da presidência pelos seus erros (que até poderiam ser muitos). O que o tirou do governo foram os seus acertos, que contrariavam muitos interesses. Os acertos de seu breve governo, é que fizeram mal às corporações. Públicas e privadas.

segunda-feira, março 12, 2007

EQUADOR! CAOS INSTITUCIONAL! A SITUAÇÃO MAIS GRAVE DE AMÉRICA LATINA!

01. As instituições de estado equatorianas pouco existem e há bastante tempo. De nada valeram as convocações anteriores de constituintes. Pouco tempo depois eram ignoradas pelos poderes. Nos últimos 10 anos caíram vários presidentes. A lista começa com o histriônico Bucarán e segue. A vice não assume e o presidente da câmara de deputados Fabian Alarcon dá um golpe e assume o poder. Convoca uma constituinte. No governo seguinte Alarcon é processado e preso por corrupção.

02. Quando parecia que a situação estabilizaria com Mauhad - por seu preparo intelectual - seu governo desintegra e ele renuncia. Na eleição seguinte Gutierrez, um militar que tentara um golpe antes, vence. Algum tempo depois substitui o supremo tribunal e termina caindo.

03. Na eleição do final de 2006 vence Rafael Correa. Ministro técnico do governo tampão anterior, descobre em pesquisas o nicho do discurso chavista e vence as eleições sem eleger um só deputado.

04. Chama uma constituinte sem passar pelo congresso ou por plebiscito em acordo com o TSE. Os deputados derrubam e o TSE cassa o mandato dos deputados que votaram contra o plebiscito. Ontem os deputados voltaram à câmara dos deputados, mas a polícia não apenas os impediu, como os reprimiu com extrema violência. A fragilidade de um STF que foi fechado pouco tempo atrás, a inexistência de servidores e carreiras estáveis (todos - absolutamente todos), são contratados por tempo determinado e ao começo de cada governo seus contratos terminam e são substituídos ou recontratados... são exemplos da fragilidade institucional.

05. Não se sabe ainda como se comportará o exército. Tudo é imprevisível! Tudo! Aliás, quase tudo. Resta o fato do Equador ter sido oficialmente dolarizado e o dólar é a única moeda que circula. Essa é - paradoxalmente - a única âncora do Equador contra o caos econômico, num quadro de caos político.

PRESIDENTE RAFAEL CORREA PROPÕE INSURREIÇÃO!
E no melhor estilo autoritário ataca a imprensa!

Rafael Correa pediu que se intensifiquem as mobilizações populares a partir desta segunda-feira, a fim de "notificar à oposição de direita que a cidadania não aceitará o bloqueio à Assembléia Constituinte". Mais especificamente: "El lunes a las calles a marchar, a demostrarle a los medios de comunicación vendidos a grupos de poder, a las mafias políticas defenestradas por el Tribunal Supremo Electoral que no hay punto de retorno, que no vamos a soportar más abusos, pero en forma pacífica".

Ao mesmo tempo, fez duras críticas aos meios de comunicação, que em 80% estão contra o Governo, enquanto 80% da população se mostram a seu favor. Tais meios o estariam "metendo num mesmo saco que o Parlamento", o que seria "totalmente injusto, inoportuno, imoral e parte da corrupção também".

Brasil: País do Presente

A síndrome de nação do futuro alimenta o nosso imaginário popular desde que Stefan Zweig, pelos idos dos anos 40, publicou a obra ''Brasil - País do Futuro''. O civismo de muitas gerações se nutriu desse jargão ufanista.
No crepúsculo dos sonhos surgiu um alento. Em 2003 - em forma de acrônimo cunhado pelo grupo Goldman Sachs surgiu o termo BRIC ''utilizado para designar o Brasil, Rússia, Índia e China'' os quatro países de maior potencial de crescimento econômico, projetando-se as próximas décadas.

A China, com o seu crescimento colossal, acompanhada da Rússia e Índia, vem seguindo o vaticínio lançado pelo mencionado banco de investimento norte-americano.

Lamentavelmente, o Brasil, estagnado economicamente há mais de duas décadas, caminha a passos largos para ser alijado do BRIC.

Em que pese a incapacidade de gerar desenvolvimento sustentável, o nosso País é dotado pela natureza de fatores inesgotáveis para enfrentar desafios e gerar riqueza. Há cinco séculos, desde 1549, quando Tomé de Souza implantou o primeiro governo geral na Bahia, a então nascente colônia portuguesa gerou o primeiro ciclo econômico virtuoso, expressado na agricultura da cana de açúcar.

Cinco séculos depois, a cana de açúcar volta a ter importância estratégica para a economia nacional. O Brasil é o maior produtor mundial de etanol, proveniente da cana de açúcar, com nível de eficiência superior em até seis vezes ao etanol gerado pelo milho, trigo e outros bens primários que os Estados Unidos de forma pioneira expandiram, a partir de política interna de privilégios e subsídios oferecidos aos agricultores norte-americanos.

O etanol brasileiro nasceu na década de 70, empreendendo autêntica revolução energética no cotidiano dos brasileiros. Em meio a crise do petróleo da década de 70 - o Brasil fortemente afetado - o governo brasileiro alterou a nossa matriz energética. Nascia então o Pró-Álcool, programa concebido para abastecer a frota nacional de veículos, tendo como carro-chefe o combustível oriundo da cana de açúcar.

Infelizmente, nas décadas seguintes, o programa foi sendo gradativamente desativado, a partir de sucessivos equívocos perpetrados pelos mais diferentes atores envolvidos na questão. Todavia, foi a ausência de diretriz governamental na definição de garantia de abastecimento para os veículos que levou milhões de brasileiros a rejeitar o carro a álcool. Os grandes produtores, por sua vez, adequavam as suas usinas à conjuntura dos preços internacionais, ou seja: se a cotação da tonelada de açúcar exportado era maior, porque produzir álcool? Foi o tiro de misericórdia no Pró-Álcool.

Em boa hora, reflexo da atual consciência ambiental, o etanol, por ser um combustível limpo e antipoluidor, ganhou importância mundial, ''surfando'' na onda da busca de combustíveis alternativos ditada pela estratégia global de desenvolvimento.

Nesse cenário, o Brasil desfruta de posição privilegiada. Contudo, se não definir o quanto antes política energética séria e enérgica na defesa dessa riqueza nacional, poderá ser atropelado. Não se trata de nenhuma tese conspiratória, mas de constatação baseada em dados de realidade. Na guerra da energia que já começa a ser travada e se alargará pelos próximos anos, o Brasil precisa ser ator ativo e não mero figurante.

Outra frente, na qual despontamos na vanguarda da pesquisa de combustíveis alternativos, é o biodiesel. Nesse caso, há se de ressaltar o notável trabalho da Petrobras, que há décadas traçou objetiva estratégia: não ser apenas uma petroleira, mas uma sólida empresa de energia. Ao longo de anos vem estudando e pesquisando outras fontes produtoras e geradoras de energia a partir da agricultura. O biodiesel brasileiro tem aí a sua origem. Essa estratégia impediu que o Brasil fosse atropelado ante a descoberta de diversas fontes de produção de biodiesel.

Se o programa do biodiesel for implantado com eficiência e competência técnica, poderá suplantar a importância do próprio etanol. O fato objetivo é que são dois vetores novos no cenário energético mundial onde a situação brasileira é, sob qualquer ângulo, extremamente privilegiada. É hora de lançar as bases do Brasil do presente, abandonando a quimera do futuro.


Senador Alvaro Dias - vice-presidente do Senado Federal

O FILÓSOFO JEAN BAUDRILLARD

NA ECO-RIO-92 EM ENTREVISTA, FALAVA DO BRASIL! 15 ANOS DEPOIS, NÃO PODERIA TER ACERTADO TANTO! PELO MENOS NA POLÍTICA!

Folha de São Paulo
. Caderno MAIS.

PERGUNTA - Você vê a questão da hiper-realidade no Brasil?
BAUDRILLARD - Eu não vejo o Brasil como um país hiper-real. Não é como a Califórnia, a América do Norte. Talvez porque o Brasil ainda não tenha passado pelo princípio de realidade, não pode se tornar hiper-real, porque o hiper-real é mais que o real, um tipo de confusão entre o real e o imaginário. Tem-se a impressão de que não existe um princípio de definição da realidade. É bem uma espécie de país de ficção, mas não de ficção de transparência. Tenho a impressão de que o Brasil está mais próximo do jogo da ilusão, da sedução, dessa relação dual, mas confusa.

PEQUENOS JORNAIS PODEM ENTRAR POR FLUXOS DE OPINIÃO EM EXPANSÃO E ACELERÁ-LOS... E MULTIPLICAR-SE!

The Washington Post.
Se há alguma notícia boa em relação ao negócio de jornais, ela pode ser encontrada nos menores jornais do ramo, mesmo com o naufrágio de seus irmãos maiores. A circulação de todos os jornais dos EUA declina desde 1987. Os jornais menores ("small papers", no original - RV), no entanto - diários e semanários de comunidades, com menos de 50 000 exemplares - , tem se constituído num farol brilhante, em uma indústria obscurecida. Assim como a Internet transforma dramaticamente os jornais maiores, muitas publicações menores resistem ao declínio com relativa facilidade e algumas estão inclusive, prosperando. Elas tem uma concorrência mais reduzida, empregam equipes menores com salários mais baixos e têm uma devoção zelosa às notícias locais, tanto as impressos como as online, segundo os experts. Entre 413 jornais do grupo de pequenos, 105 ganharam, em 2005, uma circulação mais ampla.

sexta-feira, março 09, 2007

URUGUAIOS QUEREM TLC COM EUA!

Clovis Rossi - Folha de São Paulo

Outra pesquisa é ilustrativa a respeito: no Uruguai, Bush tem apenas 12% de aprovação, mas 59% dos uruguaios querem um acordo de livre comércio com os EUA, inclusive a maioria dos simpatizantes da Frente Ampla, a coalizão esquerdista que governa o país. Traduzindo para o popular: gritemos "abajo los gringos", mas agarremo-nos ao portentoso mercado da única superpotência.