sábado, dezembro 30, 2006

Preconceito: palavrinha da moda e seu background

Preconceito é uma das palavrinhas-talimãs mais utilizadas na atualidade. O preconceito é importante, pois sem ele não haveria pré visões nem qualquer outro tipo de reflexão antes de uma tomada de ação. E o valor do preconceito não se pode medir teoricamente, mas só se pode medir na prática. O valor de um preconceito SOMENTE tem ordem prática. Ele não é ruim nem bom em si mesmo. Ele pode ser certo ou errado, conforme ele venha a se tornar ou não um conceito, ou algo muito próximo. Assim, mesmo que sem querer, todos temos preconceitos porque faz parte de nosso instinto de auto-defesa.
Assim, a ausência de preconceitos torna a sociedade inerte, sem espírito inovador e criador, uma vez que tende a minar a reflexão crítica, tornando-a uma massa passiva que só aceita imposições, não raciocinando, mas aceitando normas passivamente. Uma pessoa sem preconceitos é uma pessoa artificial, pois procura alienar algo natural em si: o seu instinto de auto-defesa. Não foi à toa que Aristóteles afirmou na "Política" que "se o homem, chegado à sua perfeição, é o mais excelente dos animais, também é o pior quando vive isolado, sem leis e sem preconceitos".
O discurso contra o preconceito não passa de verborragia politicamente correta, extremamente adocicada pela grande mídia, repetida sistematicamente para fins de adestramento coletivo, ou seja, ditar uma cartilha de idéias e vocabulários para minar o instinto de auto-defesa que é garantido pelos próprios preconceitos. Denomino isso de "culto à fraqueza". A ausência de preconceitos definitivamente mina o instinto de auto-defesa social.
Por detrás desse discurso de "fim ao preconceito" há uma agenda que tenciona a *igualdade*, pois a ausência de preconceitos conduz à ausência de distinções e vislumbra uma sociedade comunista. Assim, induz-se promiscuidades de toda ordem para fins de quebra da identidade, socialização, massificação e controle. É preciso padronizar os costumes e gostos para fins de indução ao consumo e ao controle.
A demonização do preconceito responde pela ruptura com qualquer idéia de hierarquia e distinção, seja social, cultural ou moral, com vistas à produção de uma diabólica sociedade sem classes; comunista, onde o trabalhador é igualado ao vagabundo; o virtuoso é igualado ao criminoso; onde o belo igualado ao feio e por aí vai. Aliena-se o instinto de auto-defesa e passa-se artificialmente a cultuar o feio, o mórbido, o imoral, pois a igualdade entre bem e o mal, entre a verdade e a mentira e entre a beleza e a feiúra, destrói o bem, a verdade e a beleza.
A própria ciência é preconceituosa. A seguir, algumas das teses de Kuhn (foto) sobre a sociologia do conhecimento:

"a) Evidências empíricas são insuficientes para resolver impasses relativos à aceitação de teorias porque escolhas de teorias dependem mais dos modos pelos quais os cientistas são socializados do que da adequação empírica das teorias em competição.
b) Os cientistas resistem a teorias que contrariam crenças e interesses dos grupos aos quais pertencem sem se preocupar em saber se estas teorias exibem ou não um poder explicativo comparativamente elevado.
c) Os cientistas adaptam suas concepções às exigências de seu ambiente sócio-político.
d) Fatores que não são origem cognitiva podem ajudar a derrubar uma teoria".

Portanto, preconceito, é uma necessidade natural do ser humano. É uma das características que nos tornam superiores aos demais seres da natureza.
É o que eu penso.

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Quais são os limites do que pode ser chamado de arte?


Este vídeo-clip, é uma das coisas mais hilárias que já vi na web. Trata-se de Prabhu Deva - Kalluri Vaanil (sei lá como se pronuncia). O legal é que os protagonistas não estão nem ai pelo mico que estão pagando.
Pop-art é isso ai.
Abraços!

O LIVRINHO!

Oito anos atrás - Garotinho - brandia um livrinho que ele assinara com um policiólogo de plantão. Nele estariam contidos todos os ensinamentos para acabar com a violência e derrotar o crime organizado. Nunca uma farsa política foi tão desmascarada. Oito anos depois se encerra um ciclo trágico para o Rio: um sanduíche de demagogia e empulhação, com tempero da blasfemia mais descarada usada como discurso político. O livrinho ficará, mas como símbolo de impostura!
Para ver o livrinho, clique aqui.

quinta-feira, dezembro 28, 2006

UM CASAMENTO DE CONVENIÊNCIA, por João Mellão Neto (Estadão)

Causou furor o desabafo do presidente Lula sobre a gradual caminhada das pessoas para o centro, à medida que se tornam mais maduras. Ele se valeu de tal argumento para justificar a sua atual afinidade com Delfim Netto, seu inimigo histórico dos tempos do regime militar. Embora a assertiva seja verdadeira - realmente, a maioria das pessoas tende a se tornar mais moderada quando envelhece -, no caso específico de Delfim Netto a constatação do presidente não se aplica. Nenhum dos dois está convergindo para o centro. Delfim não é nem nunca foi um liberal. Assim como o próprio Lula, ele sempre foi um estatólatra - alguém que acredita sinceramente no poder do Estado de moldar a natureza humana.
A extrema direita e a extrema esquerda, nesse aspecto, se assemelham. Ambas nutrem um enorme desprezo pelos valores burgueses. Ambas preconizam um Estado acima dos direitos individuais. Nenhuma delas acredita nas virtudes do livre mercado e as duas não mantêm um compromisso indissolúvel com a democracia.

O que se pode dizer de Delfim, o mais poderoso economista de sua geração? Ele trabalhou com meu avô, no início de sua carreira; e meu avô, que não tinha por hábito elogiar ninguém, não poupava palavras de exaltação ao se referir àquele jovem, agitado e obeso professor recém-formado da USP. Ele logo foi arrastado pela carreira pública. De 1967 a 1975 foi o todo-poderoso ministro da Fazenda de dois governos - Costa e Silva e Médici - e voltou a comandar a economia brasileira de 1980 a 1985, no governo Figueiredo. Lembro-me de uma entrevista dele, no início da década de 70, em que se definia como um 'socialista fabiano', posicionamento ideológico que alega manter até hoje. Ele pode ser acusado de tudo, menos de incoerente. Durante os dois períodos em que regeu as finanças do País, embora agisse de forma extremamente pragmática, sempre foi fiel ao dirigismo estatal e cultivou a sua convicção de que tecnocratas bem preparados estão mais aptos a comandar a economia do que rudes empresários, por meio do mercado.

O que significa, afinal, a expressão 'socialismo fabiano'? Na última década do século 19, foi fundada na Inglaterra a Sociedade Fabiana, dirigida pelo lendário casal Webb - Beatrice e Sidney. Composta por alguns dos mais renomados intelectuais da época, a sociedade lançou os alicerces ideológicos do Labour Party, o Partido Trabalhista inglês. Os Webbs não eram marxistas. Não postulavam a luta de classes nem acreditavam na tomada do poder pela força. Seu ideário socialista seria implantado aos poucos, à medida que técnicos qualificados fossem ocupando posições de comando na máquina do Estado.

Outra coisa não fez Delfim Netto, em seus muitos anos de poder. Ele criou toda uma geração de brilhantes tecnocratas - os chamados 'Delfim boys' -, que foram ocupando cargos importantes e estratégicos da administração pública e das empresas estatais. Esse pessoal ainda está todo por aí, a maioria trabalhando na iniciativa privada.

Que ninguém se espante caso o governo Lula venha a aproveitar Delfim em seus quadros ministeriais. Além da afinidade ideológica - ambos têm um 'viés socialista' -, Delfim conta com algo que Lula não tem: uma constelação de quadros técnicos de excelente nível, todos experimentados na lide da máquina pública e, o mais importante, todos absolutamente fieis aos desígnios de seu chefe.

Ora, a maior carência de Lula é de gente gabaritada para o exercício do poder. O 'aparelhamento do Estado' por quadros partidários do PT se revelou, na prática, um fiasco. Organizar passeatas é bem diferente de administrar departamentos. Vale repetir, aqui, a definição usada no artigo anterior: parte dos petistas não se mostrou capaz de nada, enquanto a outra parte se mostrou capaz de tudo.

Se os bravos petistas tivessem ocupado o comando da economia no correr do primeiro mandato, o Brasil não teria os excelentes resultados obtidos nestes últimos quatro anos. Só que agora Lula quer porque quer alcançar grandes acréscimos no PIB. E isso os seus monetaristas não sabem como fazer. E, para tanto, ninguém melhor que Delfim, que foi o mentor do 'milagre econômico' do início da década de 70. Caso venha a ocupar algum ministério no governo, ninguém duvida de que, com a sua reconhecida capacidade de articulação, em pequeno espaço de tempo estará novamente no comando da economia. Ele já fez algo semelhante no governo Figueiredo, quando assumiu como ministro da Agricultura e, em poucos meses, desbancou Mário Henrique Simonsen do todo-poderoso, à época, Ministério do Planejamento.

Delfim, como já reiterei, não é um liberal. É difícil definir a linha ideológica de um economista que, no poder, lança mão de qualquer expediente, seja de que escola econômica for, para alcançar os seus objetivos.

Lula e Delfim têm tudo para formalizar um eficaz casamento por conveniência. Lula, após os escândalos recentes, em que caíram todos os seus mais íntimos auxiliares do governo, é hoje um personagem à procura de um enredo. Delfim tem talento e equipe para lhe fornecer uma trama verossímil. Se dará certo, ninguém sabe. Mas, caso o mago das finanças venha a ser aproveitado no governo, haveremos de assistir a tempos muito interessantes. Nem Lula nem Delfim têm nada a perder com essa aventura. O presidente, porque não dispõe de mais homens de talento para garantir o sucesso de seu segundo mandato. E Delfim, porque, nas últimas eleições, perdeu a sua base eleitoral, formada por uma opinião pública conservadora.

Alguém duvida de que, nesta novela, os dois acabarão juntos?

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Escolhendo a criação de sua realidade de modo lúcido

O modo como observamos o mundo que nos cerca é a escolha da realidade na qual desejamos estar inseridos, mesmo que isso por vezes seja de difícil compreensão.
De acordo com a física quântica, todas as nossas possibilidades estão acontecendo simultaneamente, porém quando focamos a nossa atenção para a realidade, apenas uma possibilidade é concebida como "real" para que possamos experimentá-la como experiência de vida.
O problema é que, devido às nossas dependências emocionais, acabamos repetindo padrões indesejados, achando que, apesar das infinitas possibilidades de escolhas que temos, não possuímos a capacidade de rumar para o diferente. E - como conseqüência - passamos a nos repetir indefinidamente.
A questão é que as nossas identidades estão insistentemente engajadas neste circuito. As respostas bioquímicas em nosso corpo que têm a ver com a alegria, o prazer ou a dor, seguem sempre o mesmo caminho emocional e acabamos por não conceber, por mais que possamos desejar, a idéia de que podemos ter outros coloridos com relação à alegria ou a situações totalmente novas.
Na grande maioria das vezes sequer concebemos a hipótese de que atuamos em meio aos nossos vícios e padrões emocionais repetitivos.
E mesmo se já estivermos aceitando estas percepções, talvez devido às nossas crenças (e dependências emocionais?), ainda custamos a conceber que temos o poder para criar algo de efetivamente novo em nossas vidas.
Se desejarmos algo intensamente, a ponto de perdermos a referência de quem somos - da nossa identidade conhecida - e nos tornarmos o desejo em si, o novo pode emergir em situações totalmente inusitadas. A fixidez da vida repetitiva poderá se transformar naquilo que a consciência é em essência: Mutante.
Mutante porque cria constantemente. Você pode criar permanentemente a mesma coisa, mudando apenas o cenário de vida e pior, às vezes nem isso!

QUE TIPO DE ANO TIVEMOS?

Chegam a ser enfadonhos os constantes e repetidos alertas sobre a importância da Educação para o desenvolvimento, a redução das desigualdades, a inclusão dos deserdados, enfim, para que alcancemos o que grande parte dos outros países emergentes já estão conseguindo, graças a uma opção clara pela Educação. Porém, como dizia o escritor francês André Gide: “Todas as coisas já foram ditas, mas, como ninguém escuta, é preciso sempre recomeçar”.
No seu livro “Degraus”, da primeira década do século passado, o poeta e escritor alemão Christian Morgenstern dava um sábio conselho: “O melhor método de educação para uma criança é arranjar-lhe uma boa mãe”. Decorridos cem anos, no início deste século uma pesquisa internacional revelou que crianças nascidas em famílias com grau universitário, que cultivam o hábito da leitura e ajudam os filhos nas tarefas escolares tinham suas chances de sucesso multiplicadas.
Também já se transformou num truísmo a constatação de que não há melhor e mais eficaz método de controle de natalidade do que a Educação. O simples fato de a mulher ser mais bem informada dos seus direitos, métodos disponíveis, conseqüências advindas da maternidade, dificuldades financeiras resultantes de suas gestações a torna mais cautelosa nas suas decisões. Também a elevação das suas exigências em relação ao futuro da prole funciona como um poderoso freio, assim como o desencantamento do mundo, propiciado pelas luzes da racionalidade, espanta o espectro do fatalismo: “É Deus quem quer!”.
Há poucos dias, os telejornais noticiaram o resultado de uma pesquisa que, mais uma vez, comprova a crueldade representada pela ignorância. Pouquíssimos pobres compram remédios genéricos, largamente utilizados pela classe média. A razão? Desinformação, desconhecimento, deseducação! Um exemplo de política social estrutural, que deveria beneficiar os mais pobres, sem transformá-los em escravos dependentes, mas dando-lhe um Direito contínuo e não sujeito a explorações politiqueiras, acabou servindo à classe média, que sabe decodificar os sinais, que conhece os códigos embutidos nessa operação.
Até por ter tudo a ver com o tema acima abordado, não posso deixar de comentar, também, o absurdo atentado praticado pelos nossos parlamentares, que pretendiam se autoconceder um aumento de 90% em seus vencimentos.
Felizmente, alguns poucos e dignos deputados reagiram e fizeram com que o STF considerasse inconstitucional aquela aberração, verdadeiro acinte contra os cidadãos trabalhadores e pagadores de impostos.
No entanto, uma grave questão permanece solta no ar: de que vale o empenho e a luta por fazer das nossas escolas verdadeiras usinas de cidadãos honrados e conscientes se o exemplo que lhes vem do alto é, geralmente, moralmente pervertido, eticamente corrompido?
Sobre isso, o músico, filósofo, teólogo, médico e missionário alemão Albert Schweitzer, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1952 e um dos precursores da Bioética, era cirúrgico, preciso, certeiro: “Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única”.
Há poucos dias, Lula recebeu o título de “Homem do Ano” da revista Istoé, aquela mesma que alugou suas páginas para que os “aloprados” petistas plantassem uma denúncia falsa com o objetivo de melar a eleição paulista. No caso, cabe como uma luva a boutade: “Ele foi eleito o Homem do Ano. Para você ver que tipo de ano tivemos!”.
A conclusão pessimista é de que “a mais árdua tarefa das crianças hoje em dia é aprender boas maneiras sem ver nenhuma”, frase atribuída a Fred Astaire, que se, de fato, for seu autor, agrega mais uma à sua coleção de virtudes.
A conclusão otimista é de que a sociedade, que às vezes parece adormecida, enfeitiçada, entorpecida, como se viu na reeleição de Lula e de tantos mensaleiros, vez por outra resolve dar um basta! ao excesso de canalhices que nos infelicita.
Adeus, 2006! Já vais tarde!
Bem-vindo, 2007!

Natal: Perú, Champagne & Angústia

Eu devia ter uns nove anos de idade, na última vez em que esperei um Natal com ansiedade. Lembro perfeitamente que passei várias noites com sono agitadíssimo, sonhando com um determinado carrinho de montar da Revell, que eu queria muito ter nas mãos. Era uma réplica de um MG, pintado de amarelo na caixa que eu via na vitrine da loja, e não sei por que cargas d’água, tive uma vontade imensa de tê-lo, a ponto de ainda me lembrar, 30 anos depois. Mas o meu pai, aquela doce e objetiva criatura, tinha lá um esquema com um amigo dele dono de uma loja de brinquedos, apareceu com algumas bugigangas alternativas e, eu desencanei do carrinho e tive um bom Natal.

Não tenho bronca da festa máxima da cristandade por causa do carrinho de montar que meu pai sonegou, até porque ele era um mão-aberta que sempre me abarrotava de presentes. Deixei de ver graça no Natal quando percebi, com clareza, que só há duas classes de pessoas para quem ele é realmente importante: os comerciantes, que lavam a égua durante o mês de dezembro, e os médicos, que são chamados às pressas para curar o coma alcoólico dos convidados, ou para consertar as caras estouradas nos acidentes pós-porres. No mais, é tudo uma hipocrisia e uma tristeza imensas, disfarçadas por um falso clima de congraçamento familiar, uma alegria postiça e uma comilança obscena, a que nos entregamos, inexoravelmente, enquanto Roberto Carlos gorjeia o seu trinado manjado na tela da Globo e a Ivete Sangalo enche o saco com aqueles especiais pra lá de idiotas.

A tortura natalina já nos apresenta o seu garrote vil no início de dezembro, quando a decoração das lojas, as árvores cobertas de luizinhas e, sobretudo, a publicidade onipresente, dos comerciais de televisão ao mais humilde dos folhetinhos de papel jornal, nos lembram que é tempo de demonstrar amor ao próximo - e desamor ao saldo médio, à poupança, à moderação de gastos. Falar que o Natal se converteu numa orgia comercial é chover no molhado e já não expressa mais o despautério consumista terminal a que vamos chegando. O que importa, nas festas natalinas, não é a comunhão com quem quer que seja, salvo os balconistas de loja, que, aliás, sempre nos atendem a base de coices, assoberbados de trabalho que ficam. “Chover no molhado”, também a propósito, é uma expressão perfeita para ilustrar este último Natal, já que São Pedro se vingou do desvirtuamento do aniversário do Chefe nos enviando seguidos temporais surpresa, que enlamearam tudo, nos encharcaram até os ossos e nos fez entrar pingando nos shoppings da vida. Fora o calor, a população que duplica com os parentes do interior, o trânsito que para de vez, as vagas de estacionamento que jamais são encontradas e outras delícias da vida urbana.

Comprar presentes deveria ser um ato de amor ou, no mínimo, de atenção ao presenteado, cujas características deveríamos observar, para mimoseá-lo com algo realmente de seu agrado. Mas, com a obrigação de comprar dezenas de presentes, num curtíssimo espaço de tempo, como pensar, como escolher, como comparar preços, como fazer um bom negócio? Agoniado com o fracasso certo que implica o consumo natalino, há muito desisti de dar um bom uso ao meu 13º salário e mando ver, queimando cada centavo do meu precioso holerite. Se não posso comprar com criatividade, compro qualidade. Entro na primeira loja, escolho alguma coisa fina e pago sem ver o preço. O presenteado pode até não gostar, mas pelo menos não dirá que eu fui unha-de-fome, como sói acontecer nas melhores famílias, ou em todas, tão logo os parentes se despeçam e cada um volte para casa, sobraçando os seus pacotes.

Mas o pior mesmo é a “festa”. Para começar, a coisa alimentícia vai apenas do peru ao tênder, comidas tão sem graça, tão desinspiradas, que só poderiam mesmo ser escaladas para uma ocasião tão chata. Depois, tem as polêmicas: fazer a ceia antes ou depois da meia noite? Dar os presentes antes ou depois às crianças? Não houve Natal em minha vida em que estas questões transcendentais não fossem exaustivamente enfrentadas, e não dessem em cara feia aos derrotados. Eu, de minha parte, vou enchendo a cara enquanto discutem e geralmente já estou pra lá de Bagdá quando chegam a alguma conclusão. Resolvido tudo, peru traçado, tem a choradeira. É fulano que morreu mês passado, beltrano que está longe, a tia Mariquinha que está com câncer, coitada, e não pôde vir. Sempre tem alguém chorando em noite de Natal, é tão certo quanto a Missa do Galo. E ainda tem os abraços de gente que já não tem nada a ver conosco, que só encontramos nessa festa, que gostaríamos que evaporassem, mas que estão sempre lá, a postos, lembrando que parente é serpente e que só nos livraremos dessa convivência compulsória quando o Criador onipotente nos der o apito final, aleluia.

Você há de dizer: “Ora, se o cara detesta tanto o Natal, por que não se manda para uma cabana nas montanhas, onde não possa ser achado até o ano-novo?” Não adianta. Esteja onde estiver, nos confins do Alasca ou nas pradarias da Patagônia, algum ser vivente, ou um pingüim, uma foca, virá sorridente desejar: “Boas festas!” De modo que é melhor relaxar, comprar uma caixa de whisky do bom e deixar rolar. Talvez algum dia uma alma caridosa decrete que todo ano será bissexto e troque o 29 de fevereiro pelo 25 de dezembro. Nesse dia glorioso teremos, enfim, o Natal mais feliz de todos os tempos.

ETIÓPIA x SOMÁLIA: DESDOBRAMENTO DA GUERRA NO IRAQUE!

Guerrilheiro das Cortes islâmicas da Somália

1. A Etiópia é um “peso pesado”, com quase 80 milhões de habitantes e o mais poderoso exército da região (100.000 soldados, bem equipados). Mas é um país dividido por múltiplos grupos étnicos: Oromo (40%), Amhara e Tigre (32%), Sidamo (9%), Shankella (6%), Somali (6%), Afar (4%) e Gurage (2%). No plano religioso, se observa também uma divisão profunda: muçulmanos (45/50%), cristãos ortodoxos ou protestantes (35%), animistas (12%) e outros (3/8%). Apesar da pressão islâmica ocorrida no século VII, o cristianismo tem sido a religião preponderante ao longo da história da Etiópia. Já a Somália é um país de bastante menor dimensão, com cerca de 8 milhões de habitantes. Tem maior unidade étnica e religiosa, com predominância dos muçulmanos sunitas.
2. A Etiópia conta com um governo forte, que merece o respaldo dos EUA. A Somália tem um governo interino, reconhecido pela comunidade internacional, mas tido como fraco e cada vez mais impotente para lidar com as milícias das União das Cortes Islâmicas (UCI) - uma rede formada por 11 tribunais islâmicos criados na capital somali, Mogadíscio, financiados por comerciantes e empresários preocupados com a crescente anarquia na cidade, que teria o objetivo de restaurar e impor a Sharia, lei islâmica, e por fim à impunidade e a criminalidade na região. Os EUA temem que a UCI esteja dando refúgio a militantes da Al-Qaeda e estariam apoiando a aliança de líderes tribais formada em Mogadíscio para combater a milícia.
3. A Etiópia está preocupada com o avanço da milícia islâmica na Somália, que considera uma ameaça, e, por isso, resolveu intervir com uma ação militar no país vizinho. O Exército etíope enviou tanques e artilharia pesada ao país, e jatos da força aérea etíope iniciaram bombardeios contra alvos da milícia islâmica. Apesar de o primeiro-ministro etíope, Meles Zeawi, querer uma guerra "rápida e vitoriosa", a tarefa não vai ser fácil. Vários grupos rebeldes prometeram que irão resistir ao avanço etíope. Além disso, o exército da Etiópia se vê obrigado a manter uma forte presença em duas frentes: uma na Somália e outra na fronteira com a Eritréia, ao norte, contra quem a Etiópia foi à guerra por uma disputa territorial. A Eritréia está mobilizada e fortemente armada.

MORREU GERALD FORD AOS 93 ANOS!

Sua ascensão foi um momento maior da política nos EUA. Nixon renuncia e assumiria pela constituição seu vice. Mas este estava metido em negociatas com empreiteiros... Foi chamado pelos seus pares que disseram que não poderia assumir, pois em seguida viria um processo e os EUA não poderiam ter um presidente frágil assim. E exigiram sua renúncia. E assim foi feito.
Em seguida o senado escolheu pelo voto, entre os senadores, o novo vice-presidente. Eleito Gerald Ford, esse assumiu a presidência. Ford era a contra-imagem do vice eleito e suspeito, Spiro Agnew. Não era homem de luzes, mas era a marca da ética, o que prevaleceu.

terça-feira, dezembro 26, 2006

O aumento

A credibilidade do Congresso Nacional é inversamente proporcional ao aumento salarial pretendido. O desgaste da imagem do Legislativo, devidamente reforçado nesta legislatura que se encerra em razão dos escândalos sucessivos que vieram à tona, conseguiu se amplificar nos últimos dias.
Entendo que a decisão de reajustar o salário dos parlamentares, anunciada pelos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, deve ser submetida ao plenário das duas Casas, afinal eles não podem assumir sozinhos o ônus desta decisão. Cada parlamentar, individualmente, tem que assumir a responsabilidade pela deliberação nesse sentido.

Conforme defendi da tribuna do Senado na última segunda-feira, a questão do aumento é acessória e não deveria ter sido colocada na pauta. O que se impõe antes de qualquer deliberação de cunho pecuniário é a abertura de ampla discussão em torno da reforma do Poder Legislativo.

Apresentei há 7 anos e devo, no início da próxima legislatura, aprimorar os projetos originais (PECs n° 50, 51 e 52) e um projeto de lei complementar (PLC n° 393) que restabelecem o equilíbrio da representação parlamentar, reduzindo o número de vereadores, deputados estaduais e parlamentares federais, observando a proporção populacional de cada unidade federativa.

Temos parlamentares em excesso. A distorção nasceu no pacote de abril de 1977 e foi ratificada pela Constituinte de 1988. O que proponho é uma representação autêntica que, além de proporcionar uma grande economia, promoveria a qualificação do Parlamento.

Não enxergo outro caminho a ser trilhado. Temos que cortar na própria carne. Primeiramente deveríamos discutir quantos seremos e, só depois, quanto merecemos ganhar. De que adianta um grande número de parlamentares se a instituição não é respeitada. São decisões inadiáveis que expõem a necessidade de tornarmos o Poder Legislativo mais enxuto e mais ágil, para oferecermos respostas imediatas à população brasileira.

O debate a ser deflagrado tem itinerário definido, qual seja, a busca de meios que permitam recuperar a credibilidade perdida, sob pena do Parlamento se distanciar de forma irremediável do povo. A indignação que sacode hoje a população de nosso País não é exatamente porque se anunciou a disposição de reajustar salários. A repulsa popular é em relação ao comportamento do Congresso Nacional, que teve o período mais enxovalhado da história por causa dos escândalos de corrupção que comprometeram sua imagem.

É inútil querer desviar o foco ou evitar o enfrentamento dessas questões cruciais que envolvem o presente e o futuro da instituição. Como ter um Parlamento mais respeitado? Devemos rumar nessa direção para tentar resgatar o que foi maculado pelas ações de alguns parlamentares.

O sentimento de aversão que se propagou após a divulgação do reajuste da remuneração dos congressistas foi a gota d’água no poço sem fundo da deteriorada estampa parlamentar. A decisão do Supremo Tribunal Federal de conceder liminar balizando que o Decreto Legislativo nº 444 de 2002 (o referido decreto facultava às Mesas das duas Casas concederem aumentos salariais) não poderia ser o fulcro do aumento dos subsídios, pôs a pique a pretensão da corporação.

Não estamos na quadra histórica adequada nem capaz de ensejar a discussão do mérito da pretensão salarial, ou seja, se o reajuste é justo ou injusto. A motivação maior de quem chega ao Congresso Nacional não pode e não deve ser o salário. A capacidade de atrair postulante a uma vaga no Parlamento merece ser revestida por algo mais dignificante. Vamos lutar pela valorização da investidura do mandato popular.

Senador Alvaro Dias, líder da Oposição e vice-presidente nacional do PSDB

quinta-feira, dezembro 21, 2006

OS ELEITORES DÃO UM NÃO AO FUNDAMENTALISMO NO IRÃ!

Editoriais de dois dos principais jornais britânicos abordaram, na última terça, o resultado das eleições regionais no Irã, visto como "derrota" para o presidente Mahmoud Ahmadinejad.
O Financial Times, no texto "Democracia Teocrática", observa a imprevisibilidade que têm os regimes democráticos, mesmo em um país regido por uma teocracia, como o Irã. "Derrotado por conservadores pragmáticos e ressuscitando os reformistas nas prefeituras pelo país, Ahmadinejad também perdeu a corrida para o Conselho dos Sábios – entidade de clérigos que dá assistência ao supremo líder do país", diz o texto.

A eleição do ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani (para o Conselho dos Sábios) depois da derrota humilhante em 2005 é uma reviravolta impressionante", diz o jornal.
"A derrota dos políticos linha-dura sugere que os iranianos prefeririam que seu governo tivesse uma postura menos ideológica de sua política. Na melhor das hipóteses, isso pode servir para que Ahmadinejad se encoraje a aceitar compromissos na questão nuclear". "Na pior hipótese, pode fazer com que ele vá para a defensiva e fique mais teimoso do que antes. Será necessária uma ágil e bem direcionada diplomacia por parte do Ocidente para tirar proveitos dessa derrota eleitoral", diz o Independent.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

PESQUISA DO IBOPE MOSTRA BAIXÍSSIMO NÍVEL DE PARTICIPAÇÃO DO BRASILEIRO!

IBOPE - 7 a 10 de dezembro de 2006- 2000 entrevistas.

1. Você conversa sobre política com amigos? Nunca 29%. Quase Nunca 24%. Soma 53%.
2. Faz trabalhos para um partido político ou candidato? Nunca 83%. Quase Nunca 8%. Soma 91%.
3. Trabalha pela defesa de propostas ou idéias que afetam a sua vida ou de sua comunidade? Nunca 71%. Quase Nunca 8%. Soma 79%.
4. Participação em atividades ou entidades!
NÃO PARTICIPA: Igreja 28%. Associação de Moradores 86%. Associação profissional ou sindicato 81%. Partidos Políticos ou reuniões políticas 90%. Reuniões na escola dos filhos 41%. Atividades de voluntariado 82%. Organização, grupos ou associação, ligadas a atividades culturais, artísticas ou esportivas 85%.

terça-feira, dezembro 19, 2006

LULA AMA O PODER E SUAS MORDOMIAS!

1. Os amigos de Lula estão admirados. Sabiam do prazer de Lula pelo exercício das mordomias do poder. Mas nesse início de segundo governo é como se só essas delícias mobilizassem o presidente.
2. O governo está entregue ao piloto automático. Nada de substantivo se discutiu ou se decidiu desde o início do processo eleitoral. Após a eleição, ainda mais. Lula se diverte com as negociações, reúne-se com movimentos sociais, pensa nas eleições para as mesas da câmara e do senado. Realiza viagens inócuas. Nada ocorre. Não há governo. Não há piloto.
3. As votações no Congresso desde que não afetem os recursos do governo federal, estão correndo sem que o governo intervenha e os resultados são qualquer um. É esperar abrir o painel, rezar, e checar.
4. Estas razões é que levam à certeza de que se a popularidade de Lula cair ele sairá desesperadamente atrás de recuperá-la, a golpes de gasto assistencial.

URUGUAI!

Desenvolve-se um consenso que o melhor país para investimentos nos próximos anos na América Latina será o Uruguai. Há duas preliminares para isso. Uma é o investimento em celulose e papel, que já ganhou o aval do Banco Mundial e a decisão das mais importantes empresas do mundo no setor, e que enfrenta a resistência da Argentina sob alegação ambiental. Este pacote representa mais de quatro vezes o PIB uruguaio de hoje. A outra é a conclusão do TLC - tratado de livre comércio - entre Uruguai e EUA. Com estes dois obstáculos ultrapassados ninguém tem duvida que o Uruguai será a bola da vez dos investimentos na AL. E suas taxas de crescimento serão chinesas. Quem quer ganhar mais e quiser correr riscos é só apostar desde já.

Veículos Mais Admirados: o Prestígio da Marca

No Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa, entre as acepções da palavra “prestígio” estão: “grande influência exercida por pessoa ou coisa sobre outras pessoas”, “reconhecimento das qualidades de algo ou alguém” e “preferência por alguma coisa”. E qual o veículo de comunicação não quer ser relacionado a qualquer uma dessas terminologias? Afinal, influência, reconhecimento das qualidades e estar entre as preferências das pessoas englobam boa parte das aspirações de órgãos de qualquer meio.
É com a intenção de detectar o quão prestigiado é cada um deles que a Editora Meio & Mensagem e a Troiano Consultoria de Marca, com apoio do Instituto Qualibest, realizam o estudo Veículos Mais Admirados: o Prestígio da Marca, cujos resultados de sua sétima edição acabam de ser concluídos.
Comparando os dados obtidos neste ano com os de 2005, percebe-se que em todos os seis meios pesquisados o primeiro lugar se repete. O Estado de S. Paulo, TV Globo, revista Veja, rádio CBN, portal Uol e canal GNT de televisão por assinatura mantêm-se como os veículos mais admirados do Brasil. Tal resultado mostra que, ao longo dos últimos 12 meses, esses líderes tiveram muita competência e administraram bem as suas marcas no trade.
Para Jaime Troiano (foto), coordenador do estudo, a imagem de um veículo não é algo que mude muito rapidamente. Ele considera que prestígio é muito mais do que qualificação técnica e que medi-lo não é coisa cosmética, pois tem relação direta com a alocação de verbas no veículo. “Tenho a sensação de que a distância entre os líderes e os demais veículos, em cada um dos seus meios, aparentemente nunca será superada. Ou pelo menos tão cedo”, afirma.
VOTAÇÃO
Quase 650 pessoas do mercado publicitário participaram da pesquisa neste ano, todas obrigatoriamente assinantes do jornal Meio & Mensagem, em um universo composto de anunciantes e profissionais de agências e de veículos, além de fornecedores de serviços de marketing e de comunicação. Aqueles que atuam em veículos foram impedidos automaticamente de votar no meio (ou meios) em que seus grupos atuam, a fim de evitar distorções no resultado da pesquisa.
A conclusão do levantamento foi obtida a partir da análise de informações proporcionadas pelos votantes, tabuladas segundo metodologia desenvolvida especificamente por Troiano (ver box). Eles apontaram os atributos que consideram mais importantes em veículos dos seis meios investigados para que se chegasse ao Índice de Prestígio de Marca (IPM), definido a partir da freqüência com que os quesitos foram associados às particularidades de cada meio. O veículo que não é citado por pelo menos 10% dos entrevistados em no mínimo nove atributos não atinge o IPM necessário para constar no resultado da pesquisa. E, para ser considerado, cada atributo tem de ser relacionado a um veículo por pelo menos 10% da amostra.
Em casos de empate na pontuação do IPM de veículos de um mesmo meio, o critério de desempate privilegia aquele que registra melhor performance no atributo indicado como de mais importância para a mídia em questão. Para o meio jornal, o atributo “credibilidade” foi o indicado como mais importante por 67% dos que participaram da pesquisa. Em revista, 59% dos eleitores apontaram a “credibilidade” como atributo mais importante, enquanto em Internet a “inovação” ficou em primeiro lugar, apontada por 60% dos que votaram. Para TV aberta, TV por assinatura e rádio, o principal atributo associado pelos leitores de M&M foi “conteúdo de programação”, nos graus de 54%, 56% e 45%, respectivamente.
Televisão Aberta
Líder no ranking de prestígio de marca nas sete edições em que esse estudo foi realizado, a Rede Globo de Televisão não perderá a sua majestade tão cedo. Com IPM de 65 pontos, a Globo está disparada na frente da Segunda colocada, a TV Cultura, cujo IPM é 37. No terceiro lugar entre as TV’s abertas está a MTV, com 31 pontos no IPM.
A principal novidade nesse meio é a ascensão da Record, sexta colocada em 2005 e que agora sobe duas posições no ranking, superando Bandeirantes e SBT. O IPM da emissora do bispo Edir Macedo subiu 25 no ano passado para 28 em 2006, fato que lhe garantiu o quarto lugar. Em seguida aparece a Bandeirantes, cujo IPM é de 26, e em sexto lugar está o SBT, com IPM de 24 pontos. Verifica-se, assim, que a Band se manteve no quinto lugar, sendo que o SBT caiu de quarto para sexto colocado no ranking em apenas 1 ano. CNT (20 pontos), Rede TV (18), Rede Gazeta (17) e Rede Mulher (13) completam o ranking desse meio.
Jornal
Na liderança entre os jornais há quatro anos, O Estado de S. Paulo tem IPM de 70 pontos neste ano. Esse é o melhor desempenho do veículo na pesquisa desde que ela começou a ser realizada, no ano 2000. O IPM máximo que ele obteve anteriormente ocorreu em 2003 e 2004, com 68 pontos, sendo que no ano passado atingiu 66. No segundo lugar aparece a Folha de S. Paulo, com IPM de 67 pontos. Observa-se, então, que há mais equilíbrio na pontuação dos veículos nesse meio do que o resultado obtido em televisão aberta, sendo que a Folha já foi líder em dois anos seguidos: 2001 e 2002.
A pontuação dos demais jornais indica o isolamento de Estadão e Folha no topo do ranking, mas o terceiro lugar mudou neste ano. Agora o “bronze” nessa mídia é da Gazeta Mercantil, que em 2005 aparecia na Quinta colocação. O diário de economia e negócios ultrapassou O Globo e o Valor Econômico, que agora estão, respectivamente, na Quarta e Quinta posições. O IPM de O Globo é de 45 pontos, como o obtido pela Gazeta Mercantil, mas o jornal acabou perdendo no critério de desempate, já que a Gazeta obteve mais indicações no quesito “credibilidade” do que o título da Infoglobo. O Valor Econômico, por sua vez, conquistou IPM de 44 pontos.
A classificação desse meio prossegue com Zero Hora (38 pontos), do grupo RBS, Correio do Povo (35), da paranaense RPC, Estado de Minas (34), Correio Popular (33), de Campinas, e Correio Brasiliense (31). Merece destaque o fato de o Correio do Povo estar entre os dez primeiros colocados em 2006, já que no ano passado ele não havia conseguido atingir o IPM mínimo para figurar no resultado do estudo.
REVISTA
Dois títulos da Editora Abril estão na liderança do ranking de revistas desde o primeiro ano em que a pesquisa Veículos Mais Admirados: o Prestigio da Marca foi realizada, em 2000: Veja e Exame. A semanal de informação, que é líder nacional no mercado de revistas, obteve 56 pontos de IPM em 2006, um a mais do que no ano passado, mas menos que já chegou a registrar anteriormente no estudo, já que em 2002 e 2003 ela atingiu 60 pontos. Exame está atualmente com 49 pontos em seu IPM, nove a mais do que a terceira colocada, Época, da Editora Globo, mais cinco pontos a menos do que obteve em 2003, quando chegou a registrar IPM de 46.
Figurando na quarta posição do ranking de revistas aparece a Istoé, da Editora Três, com IPM de 38. o quarto lugar não é mal para o titulo, mas se forem observados seus resultados em anos anteriores, pode-se dizer que a publicação tem seu prestigio em queda acentuada, já que em 2003 seu IPM foi de 50 e no ano passado registrou 40 pontos.
Carta Capital aprece em quinto lugar, com 36 pontos. Ela é seguida por Você S/A, com 35; Superinteressante, com 33; Dinheiro, com 32; Trip, com 32; e Claudia, com 31 pontos. Merece destaque nesse ranking o fato de a Editora Abril emplacar cinco títulos entre as dez primeiras colocadas.
RÁDIO
A CBN é a emissora de rádio com mais prestígio do Brasil. Ela ocupa a liderança do ranking do meio desde quando a pesquisa Veículos Mais Admirados: o Prestigio da Marca começou a ser realizada, no ano 2000. com IPM de 56 pontos em 2006, seis a mais do que o registrado no ano passado, ela obtém agora o índice mais alto do rádio se considerados todas as edições do estudo.
O segundo lugar é da Eldorado AM/FM, com IPM de 45 pontos. Ela está na vice-liderança desde 2004. jovem Pan AM/FM aparece em terceiro lugar, com 43 pontos, o mesmo IPM obtido no ano passado. Na quarta posição figura a Bandeirantes AM/FM, com IPM de 37 pontos, quatro a mais do que registrou em 2005.
A BandNews é a quinta emissora de rádio com mais prestigio no mercado nacional, com IPM de 35, também quatro pontos a mais do que o obtido na edição anterior do estudo. Ela é seguida por Transamérica (27), pela gaúcha Atlântida (também 27), pela carioca 96 Rádio Rock (26), pela Mix (25) e pela Antena 1 (24).
TV POR ASSINATURA
O GNT repete a boa performance obtida em 20025 e é o canal de televisão por assinatura com maior IPM no Brasil. Seu IPM caiu um pouco em relação ao ano passado – de 43 para 42 - , mas isso não interferiu na sua liderança, já que o segundo colocado, o Globo News, repetiu o IPM de 2005, de 40 pontos. O Sportv aparece no terceiro, com 38 pontos, seguido pelo Multishow, que conseguiu IPM de 37 pontos. Observa-se, assim, que as quatro primeiras posições no ranking de TV paga são ocupadas por canais da Globosat, o que é um grande feito para a empresa.

O ESPN Brasil subiu da sétima para a quinta posição na pesquisa, já que no ano passado havia atingido a marca de 34 pontos e agora chega a 37. o Discovery, por sua vez, caiu da terceira para a sexta posição, com seu índice partindo de 39 pontos no ano passado para 36 agora.

Em sétimo lugar vem o BandNews, cujo IPM também é de 36 pontos, canal seguido por HBO (33 pontos), People & Arts (32) e AXN (31). Chama a atenção o suposto empate entre Multishow e ESPN Brasil, com 37 pontos cada, e Discovery e BandNews, com 36 pontos cada, mas, seguindo as regras para desempate (ver Box), ficou na frente o canal que obteve mais indicações no quesito “conteúdo de programação”, considerado o mais importante para o meio.
INTERNET
Em Internet, meio que entrou para a pesquisa apenas em 2004, o UOL mantém-se consolidado na liderança, com 44 pontos, mas seu IPM, que recuou dois pontos em relação ao desempenho obtido no ano passado, está agora mais perto de registrado pelo Google, segundo colocado no ranking desde 2005. Tanto no ano passado quanto em 2006, o Google obteve IPM de 42 pontos.

No terceiro lugar do ranking web aparece o terra Network, com 40 pontos, dois a menos do que no ano passado. Ele é seguido por MSN, que caiu de 37 para 33 pontos na atual edição da pesquisa. Na quinta posição desse ranking figura o portal Globo.com, com 31 pontos. O sexto portal na classificação é o Yahoo, com 29 pontos, seguido por Estadão, com (28), iG (26), Abril.com (também 26) e Lance.com (22). Vale lembrar que o iG superou o Abril.com porque teve mais indicações no atributo “inovação”, considerado mais importante para esse meio.
PESQUISA
O estudo Veículos Mais Admirados: o Prestigio da Marca é realizado por meio de uma enquête coordenada pela Troiano Consultoria de Marca e realizada através do portal Meio & mensagem Online. O estudo tem o seu resultado publicado parcialmente nesta edição, em que são apresentado apenas os dez primeiros colocados em cada mídia. Os dados que permitem uma visão mais detalhada da pesquisa serão tema da edição especial M&M Veículos Mais Admirados, que circulará no final de janeiro.
Critério para Desempate
Os meios analisados tiveram critérios diferentes para que fosse definida a importância de cada um dos atributos utilizados no cálculo que deu origem ao índice de Prestígio da Marca (IPM) dos veículos em suas respectivas mídias. O atributo mais importante para cada meio serviu como critério de desempate quando o IPM de um veículo coincidiu com o de outro. Ou seja, quando um jornal, por exemplo, apresentou o mesmo IPM de outro, ficou mais bem posicionado no ranking aquele que obteve os mais altos índices no atributo para aquele meio especificamente. A metodologia do estudo não permitiu que cada assinante do Meio & Mensagem votasse em veículos e atributos do mesmo meio em que trabalha, no caso de sua atuação profissional ser em um veículo do setor.
Atributo mais importante, por meio:
Internet: inovação;
Jornal: credibilidade;
Rádio: conteúdo de programação;
Revista: conteúdo editorial;
TV aberta: conteúdo de programação;
TV por assinatura: conteúdo de programação.
Metodologia do Índice de Prestígio de Marca
Os questionários foram dirigidos a um grupo de profissionais que atuam no mercado publicitário. Eles foram colocados à disposição dos respondentes para assinantes do Meio & Mensagem. Foram obtidos 644 questionários respondidos e válidos.
A seleção dos veículos que são avaliados na pesquisa é uma decisão soberana dos editores de Meio & Mensagem, com base em indicadores de audiência, circulação, análise de mercado e avaliação dos resultados de edições anteriores do estudo.
Os atributos de avaliação no levantamento são os mesmo utilizados nos anos anteriores.
Foram eliminados da análise final, como em todas as edições anteriores do estudo, os veículos que não foram associados a qualquer um dos atributos por pelo menos 10% dos respondentes.
O valor de índice de Prestigio de Marca (IPM) é calculado pela freqüência com que um determinado veículo é associado a cada atributo, combinada com a importância relativa desse atributo, como na fórmula apresentada a seguir:
CÁLCULO DO IPM
IPM = ∑FI x Ai
V
IPM = Índice de Prestígio de Marca
Fi = Freqüência de associação de veículo ao atributo i
Ai = Peso do atributo
V = Numero de entrevistados que associou o veículo a pelo menos um atributo

O cálculo levou em consideração somente os questionários em que o veículo foi associado a pelo menos um atributo.
O IPM resulta, portanto, de uma média ponderada entre quantas vezes um determinado veículo é associado a cada um dos atributos e a importância relativa que a amostra de entrevistados confere a esses atributos. Por essa razão, há veículos que têm posição frágil em um ou outro atributo, mas, por serem fortes em atributos mais importantes, acabam tendo IPM alto. Assim, também há veículos que têm bom desempenho em alguns atributos menos relevantes e acabam obtendo IPM mais baixo.
Cada entrevistado indicou até três atributos, que julgou mais importantes, para cada um dos seis meios. Disso resultou o peso de cada atributo (representado por “Ai” na formula) em cada meio.
Como a importância relativa dos atributos varia de meio para meio, consideramos que a comparação direta entre os veículos do mesmo meio é mais legítima do que a comparação de IPM entre veículos de áreas distintas. O IPM reflete, portanto, uma avaliação de cada veículo em relação aos demais concorrentes do mesmo meio.
A amostra de profissionais com a qual se trabalhou registra uma concentração naturalmente maior nos grandes mercados do País, São Paulo em particular. Por essa razão, alguns resultados refletem o maior peso relativo dessas áreas na percepção dos veículos.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Breve derrota dos banqueiros

O Supremo Tribunal Federal concluiu que juízes de primeira instância podem decidir caso a caso processos que questionem a taxa de juros de contratos entre bancos e clientes.
Os bancos perderam, pois esperavam que o STF deixasse claro que juízes de primeira instância não podiam fixar ou alterar essas taxas de juros, com base no Código de Defesa do Consumidor.
Agora, os correntistas poderão contestar judicialmente os juros cobrados pelos bancos, ficando a cargo dos juízes decidir se as taxas são ou não abusivas.
Os juízes cortarão juros praticados pelas instituições financeiras se entenderem, por exemplo, que há má-fé, abuso ou falta de transparência na fixação dos valores.
Isso valerá até para a Selic, juro básico da economia.
O que perderam
Em julgamento anterior, em 7 de junho, o Supremo já havia imposto derrota aos bancos, ao decidir que o CDC se aplica a clientes de instituições financeiras.
Na ocasião, os bancos haviam ganho em um ponto: as normas do CDC não poderiam ser aplicadas na definição do custo do dinheiro nos contratos.
O Judiciário poderia rever os juros, mas somente pelas regras do Código Civil.
Mas dia 14/12/2006 essa decisão foi modificada pelo STF.

sábado, dezembro 16, 2006

GIPSÓFILAS & JABACULÊS

Todos os anos, em meados de abril, milhares de pessoas invadem os bosques franceses em busca daquela delicada flor branquinha, com que se costuma rechear ramalhetes, chamada gipsófila. É tradição naquele país presentear-se os amigos com ramos dessa flor no feriado de 1º de maio, Dia do Trabalho.
Inteligentemente, o Partido Comunista Francês se aproveitava desse costume para mobilizar seus militantes em torno da colheita, cuja renda revertia integralmente para os seus cofres. Segundo informações do próprio PCF, em 2004 a colheita teria produzido um milhão de pequenos vasos, que teriam gerado uma receita de Є$ 1,5 milhão de euros (R$ 5,4 milhões de reais).
Tudo muito bonito e poético, não fosse a revista francesa "Capital" resolver ouvir um especialista no cultivo de gipsófila que garantiu ser impossível colher tantas flores em tempo tão exíguo. Diante dessa informação, e depois de minuciosa investigação, reportagem de capa da edição de fevereiro de 2004 concluía que a gipsófila era, simplesmente, a mais poética das formas de se lavar dinheiro sujo.

Tipicamente francês, eu diria. Afinal, foi um conterrâneo, o moralista La Rochefoucauld, quem cunhou a famosa expressão "a hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude".

Por aqui, também já houve um tempo em que o assovio da poesia e o véu da hipocrisia ocultavam os vícios, simulando a virtude. Era o tempo dos broches, das camisetas, dos bonés que, como a inocente gipsófila, funcionavam como lavanderia dos recursos amealhados em prefeituras companheiras.
Hoje, porém, os escrúpulos foram mandados às favas, optando-se pelo cinismo debochado, pelo escracho escancarado, pela esculhambação desabrida. Não há mais preocupação sequer com as aparências, apenas com os resultados.
A eleição presidencial deste ano teve uma escandalosa quantidade de vícios que macularam o processo eleitoral, distribuindo benesses claramente programadas e agendadas com esse objetivo.
Ou terá sido coincidência que, depois de três anos de reajustes pífios, a elevação do salário mínimo este ano tenha sido de 16,7% para uma inflação de cerca de 5%?
Ou terá sido coincidência a antecipação para setembro do pagamento de metade do 13º salário dos aposentados e pensionistas do INSS?
Ou terá sido coincidência a concessão de reajustes a mais de 110 mil servidores públicos, a um custo de R$ 5,2 bilhões, inclusive atropelando critérios como o da equivalência salarial com o setor privado?
Ou terá sido coincidência a ampliação do Bolsa-Família, cujo número de beneficiárias passou de 8,3 milhões para 11,1 milhões só neste ano?
Pelo andar da carruagem, parece que todos esses malfeitos, além das doações ilegais, serão perdoados pelos nossos tribunais, impondo-nos mais 4 longos anos de desgoverno. Mas que fique bem claro que o que se praticou nessa campanha foi o velho “é dando que se recebe”, o carcomido jabaculê, vulgo jabá, fantasiados de "tudo pelo social".

Voltando aos franceses, era neles que pensava o guru petista Carlito Maia quando dizia "quando a esquerda começa a contar dinheiro, converte-se em direita". Felizmente, seis meses antes do início da era Lula ele preferiu juntar-se aos seus velhos amigos Henfil e Betinho. Privou-se do desconforto de ver confirmadas as suas imprecações contra a esquerda francesa justamente pelas mãos dos seus fiéis companheiros, a quem doara a criação do slogan “oPTei”.
Se vivo fosse, certamente desoptaria, por coerência e aversão à hipocrisia.

GOVERNO E BANCOS FICAM COM A MAIOR PARTE DA RIQUEZA GERADA PELAS EMPRESAS


Estudo realizado recentemente pela Go4! Consultoria de Negócios localizada em Curitiba revelou que governo e bancos têm ficado com a maior parte da riqueza gerada pelas empresas brasileiras, reduzindo, dessa forma, a possibilidade de que estas possam investir em funcionários e na própria corporação. A pesquisa teve como base as Demonstrações de valor Adcionado, DVAs das 52 empresas brasileiras ganhadores do Prêmio Selo Balanço Social, concedido pelo Ibase, Instituto Brasileiro de Análises Sócio-Econômicas. Realizado no último dia 09 de Agosto, o evento premiou as corporações que mantém projetos de responsabilidade social e/ou ambiental e atendem aos critérios sugeridos pelo Ibase de divulgação dos balanços correspondentes a esses projetos. É exatamente dentro desses balanços que se encontram os DVAs, espécie de relatório que demostra a geração de riquezas das empresas e a forma como ela é distribuida.
Entre as ganhadoras, foram analisadas as 15 maiores empresas seguindo o critério de receita líquida, a saber: Petrobrás, Banco do Brasil, Usiminas, Itaipu, Tam, Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina), Coelce (Cia Energética do Ceará), Copasa (Cia de Saneamento de Minas Gerais), Milenia Agrociências, Cosern (Cia Energética do Rio Grande do Norte), Bahiagás, Iesa Projetos, Equipamentos e Montagens, Virgolino de Oliveira S/A Açúcar e Álcool, Saint-Gobain Canalizações Ltda e Maeda S/A Agroindustrial. Considerando esse critério, A EBAL (Empresa Baiana de Alimento) também faria parte da lista, porém por se tratar de uma empresa que justamente tem a assistência social como atividade-fim, optou-se por excluí-la da comparação com empresas que, em maior ou menor grau têm operações comerciais.
Embora em 2005 a riqueza gerada por essas empresas tenha sido de mais de R$ 153 milhões – um aumento real de 13,38% em relação a 2004, sendo que a Bahiagás mostrou o maior crescimento: 44,79% -, o estudo demostra que a maior parte dessas riquezas, cerca de 41%, foi para os cofres públicos. Quatro corporações (Petrobrás, Celesc, Coelce e Cosern) destinaram mais de 50% de seus recursos para o pagamento de tributos. Já os agentes financiadores, como os grandes bancos, ficaram com 17,57% do valor adicionado em 2005. De acordo com o consultor da Go4! Christian Majczak esse aumento está relacionado, sobretudo, ao crescimento dos juros em 2005, e compromete uma fatia expressiva dos recursos das empresas.

Segundo Majczak, esse cenário faz com que sobrem poucos recursos para que as empresas possam remunerar seus colaboradores, por meio do aumento de salário e demais benefícios e acionistas e ainda reinvestir em sua atividade produtiva. "As empresas poderiam crescer mais rapidamente se não precisassem comprometer mais da metade de sua riqueza com impostos e juros. Isso não se resume ao aumento no lucro, mas uma melhor remuneração da mão-de-obra aumentando a renda da população", revela o consultor.

Maiores Distribuições por empresa
Governo Celesc 76%
Colaboradores IESA 58%
Acionistas Cosern 18%
Terceiros Itaipú 93%
Retido Bahiagás 49%


Fonte: Go4! Consultoria de Negócios

Fonte: Go4! Consultoria de Negócios


Empresas serão obrigadas a apresentar seus DVAs

Tramita no Congresso em regime de urgência o Projeto de Lei n.º 3.741/2000 que propõe diversas modificações na legislação das empresas em regime de Sociedades Anônimas - as SAs – inclusive no que se refere a tornar obrigatório para essas corporações a apresentação da Demonstração de Valor Adicionado.

Para Christian Majczak, consultor da Go4! Consultoria de Negócios, a nova lei é um ganho muito importante já que a publicação de instrumentos acessórios às demonstrações contábeis vem promovendo análises mais apuradas da realidade das empresas e da economia do país, trazendo mais transparência a esses negócios. "Por outro lado, aumenta a dor de cabeça dos empresários, já que seus sistemas de informações terão de estar preparados para providenciar mais este demonstrativo", revela. Dos relatórios acessórios, ainda não obrigatórios por lei, os mais publicados são: a Demonstração do Fluxo de Caixa, o Balanço Social e a Demonstração do Valor Adicionado (DVA).

A Demonstração do Valor Adicionado é um relatório contábil que demonstra a geração de riqueza das empresas e como ela é distribuída. O Valor Adicionado constitui-se da receita de venda menos os insumos básicos utilizados no processo de fabricação. Representa, portanto, o quanto a entidade contribuiu para a formação do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

POETA FERREIRA GULLAR CRIA DEFINIÇÃO DE LULA

“Lula diz qualquer coisa, a qualquer hora, dependendo do público que o assiste e da conveniência do momento. Ele não tem compromisso com coisa alguma, só com o poder”.

Foi assim que o poeta Ferreira Gullar - insuspeito por sua militância comunista – interpretou a polêmica declaração de Lula de que não é um político de esquerda (como acha a maioria dos eleitores que o elegeu e reelegeu), mas de centro. Na verdade, Lula foi mais longe na festa da revista Isto é, afirmando que se uma pessoa se declarar de esquerda depois dos 60 anos, “tem algum problema”.
O objetivo de Lula era explicar suas afinidades com Delfim Neto (ex-ministro de Médici e famoso por ter sido quem mais aplicou o AI-5) e com o mega empresário Antonio Ermírio de Morais que participavam da reunião, transmitida pela TV.
Os esquerdistas de mais de 60 anos ficaram indignados. (Oscar Niemeyer, com 99 anos, eleitor de Lula e que faz questão de se declarar comunista stalinista, ficou indignado). Veio então o poeta Ferreira Gullar e com a capacidade de síntese matou a charada: Lula não é nada, só quer as mordomias do poder.

Socialismo e Nazismo

"Que significa ainda a propriedade e que significam as rendas? Para que precisamos nós socializar os bancos e as fábricas? Nós socializamos os homens." (Adolf Hitler, citado por Hermann Rauschning, Hitler m´a dit, Coopération, Paris 1939, pg 218-219)

Ensinada desde os tempos de Lênin, muitos socialistas usam a tática de acusar os opositores daquilo que eles mesmos são ou fazem. Tudo que for contrário ao socialismo, vira assim “nazismo”, ainda que o nacional-socialismo tenha inúmeras semelhanças com o próprio socialismo. Tanto o nazismo como o marxismo compartilharam o desejo de remodelar a humanidade. Marx defendia a “alteração dos homens em grande escala” como necessária. Hitler pregou “a vontade de recriar a humanidade”. Qualquer pesquisa séria irá concluir que nazistas e socialistas não eram, na prática e no ideal coletivista, tão diferentes assim.
Não obstante, para os socialistas, aquele que não for socialista é automaticamente um “nazista”, como se ambos fossem grandes opostos. Assim, os liberais, que sempre condenaram tanto uma forma de coletivismo como a outra, e foram alvos de perseguição dos dois regimes, acabam sendo rotulados de “nazistas” pelos socialistas, incapazes de argumentar além dos tolos rótulos de “extrema-esquerda” e “extrema-direita”. Tal postura insensata coloca, na cabeça dos socialistas, uma “direitista” como Margaret Thatcher mais próxima ideologicamente de um Hitler que este de Stalin, ainda que Thatcher tenha lutado para defender as liberdades individuais e reduzir o poder do Estado, enquanto Hitler e Stalin foram na linha oposta. O fim da propriedade privada de facto foi um objetivo perseguido tanto pelo nazismo como pelo socialismo, que depositaram no Estado o poder total. O Liberalismo, em sua defesa pela liberdade individual cujo pilar básico é o direito de propriedade privada, é radicalmente oposto tanto ao nazismo como ao socialismo, que em muitos aspectos parecem irmãos de sangue.
A conexão ideológica entre socialismo marxista e nacional-socialismo não é fruto de fantasia, e Hitler mesmo leu Marx atentamente quando vivia em Munique, tendo enaltecido depois sua influência no nazismo. Para os nazistas, os grupos eram as raças; para os marxistas, eram as classes. Para os nazistas, o conflito era o darwinismo social; para os marxistas, a luta de classes. Para os nazistas, os vitoriosos predestinados eram os arianos; para os marxistas, o proletariado. Além da justificativa direta para o conflito, a ideologia de luta entre grupos desencadeia uma tendência perversa a dividir as pessoas em parte do grupo e excluídos, tratando estes como menos que humanos. O extermínio dessa “escória” passa a ser desejável seja para o paraíso dos proletários ou da “raça” superior. Os individualistas, entrave para ambas ideologias coletivistas, acabam num campo de concentração de Auchwitz ou num Gulag da Sibéria, fazendo pouca diferença na prática.
A acusação de que a Alemanha nazista era uma forma de capitalismo não se sustenta com um mínimo de reflexão. O “argumento” usado para tal acusação é de que os meios de produção estavam em mãos privadas na Alemanha. Mas como Mises demonstrou, isso era verdade somente nas aparências. A propriedade era privada de jure, mas era totalmente estatal de facto, da mesma forma que na União Soviética. O governo não só nomeava dirigentes de empresas como decidia o que seria produzido, em qual quantidade, por qual método, e para quem seria vendido, assim como os preços exercidos. Para quem tem um mínimo de conhecimento sobre os pilares de uma sociedade capitalista-liberal, não é difícil entender que o nazismo é o oposto deste modelo. Para os nazistas, assim como para os socialistas, é o “bem-comum” que importa, transformando indivíduos de carne e osso em simples meios sacrificáveis para tal objetivo.
Existem, na verdade, vários outros pontos que podemos listar para mostrar que o nazismo e o socialismo são muito parecidos, e não opostos como tantos acreditam. O fato de comunistas terem entrado em guerra com nazistas nada diz que invalide tal tese, posto que comunistas brigaram sempre entre si também, e irmãos brigam uns com outros, ainda mais por poder. Apesar do Liberalismo se opor com veemência a ambos os regimes, os socialistas adoram repetir, como autômatos, que liberais são parecidos com nazistas, apenas porque associam erradamente nazismo a capitalismo. Se ao menos soubessem como é o próprio socialismo que tanto se assemelha ao nazismo!

PS: Resolvi republicar este artigo, agora neste espaço, para refrescar a memória de certos esquerdistas impenitentes ..rs..