sexta-feira, julho 21, 2006

Olha só o amigão da Senadora Heloísa Helena

O rosto da besta

A Senadora Heloísa Helena, tem aparecido como a grande "Paladina da Ética na Política". Vítima dos malfeitores do PT, partido que ela ajudou a fundar, mulher, mãe, lutadora e outros tantos elogios e aplusos e gritos de tietes, pelo Brasil afora. Em outubro, o país vai mais uma vez escolher seu presidente. Os candidatos já fazem o possível para ter o máximo de exposição. Obviamente, há coisas que eles nunca contariam. Acostume-se com isto: nenhum político é confiável.
Bem, esta introdução foi para apresentar um dos co-fundadores do PSOL, partido de Heloisa Helena, o Sr. Achile Lollo.
Achille Lollo é italiano. Em 1973, seu país vivia os Anos de Chumbo e ele militava no Partido Operário. Num episódio que chocou a Itália, Lollo e dois companheiros de partido jogaram 5 litros de gasolina por baixo das entradas do pequeno apartamento onde Mario Mattei, sua mulher e seus seis filhos moravam na rua Bibbiena, no bairro operário de Primavalle em Roma. E atearam fogo. Mattei trabalhava como gari e era secretario da seção do MSI (Movimento Social Italiano, de direita) no bairro. O casal conseguiu escapar, junto com quatro filhos. Mas Virgilio, de oito anos, não conseguiu sair de seu quarto. Seu irmão Stefano, 14 anos mais velho, tentou salvá-lo. Ambos morreram queimados.
O atentado ficou conhecido como Rogo di Primavalle (incêndio de Primavalle). Em 1987, Achille Lollo e dois companheiros de partido foram julgados e condenados a 18 anos de prisão. Porém, Lollo fugiu da Itália para, anos depois, reaparecer no Brasil. Em 1993, o governo brasileiro se negou a extraditá-lo e ele vive até hoje no país. Em 2004, Achille participou, junto de Heloísa Helena, da fundação do PSOL, partido do qual é um dos principais ideólogos. Não há notícia de que algum dirigente da legenda se incomode com sua militância. A senadora critica o presidente Lula por ser aliado de José Dirceu. Nada mais justo do que perguntar a ela sobre sua cooperação com Achille Lollo.
Por que será que a senadora, propagadora tão insistente da ética e da transparência, não se sente à vontade para responder perguntas sobre Achille Lollo? Fosse esta uma acusação falsa e sem sentido, com certeza ela não se preocuparia em responder. Mas prefere se esquivar. Achille matou duas pessoas e foi condenado a 18 anos de prisão. Isso são fatos, não são produtos da opinião do Blog. Que tipo de pessoa não se incomodaria ao ser acusado de aliar-se a um assassino de crianças? A senadora Heloísa Helena, ao omitir-se, dá-nos o direito de fazer todo o tipo de suposição (inclusive as mais graves. Principalmente, aliás). Em 2003, o crime de Achille Lollo completou 30 anos e, pelas leis italianas, prescreveu (sua pena deixou de ter efeito). Entretanto, familiares das vitimas e grupos políticos italianos recolheram assinaturas e pressionaram a Justiça, que no ano passado declarou inválida a prescrição do crime. Ou seja: Lollo ainda tem uma pena de 18 anos para cumprir na Itália. Contudo, continua livre no Brasil (a leniência da Justiça brasileira não é novidade. Vide o caso Ronald Biggs). Heloísa Helena é candidata à Presidência da República. Tomara que se torne mais transparente na campanha do que vem demonstrado. Para mim, já não há dúvidas: quando uma pessoa foge e não responde a uma pergunta, sem querer ele diz muito mais do que se houvesse respondido.

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