quinta-feira, julho 27, 2006

30% DE LIBERDADE


A CONTA GOTAS
A mudança na legislação cambial no Brasil, apresentada ontem pelo governo, em forma de Medida Provisória, só pode ser considerada um avanço se comparada com a burra lei vigente até então. De forma isolada e diante do que é preciso não passa de uma forma tímida de oferecer alguma liberdade aos exportadores.


MALDITA CPMF
A principal razão para a timidez apresentada em forma de lei, a qual ofereceu meros 30% de liberdade para os exportadores fazerem o que bem entendem com os dólares recebidos por suas vendas, é a maldita CPMF. Depois que o governo provou esta estúpida, porém eficaz, forma de arrecadar, ficou preso a ela de tal maneira que não consegue mais evitá-la.


PRESSÃO DE VENDA
Tenho dito e repetido que o maior responsável pela valorização do real tem sido o exportador. Por ser compulsório e imediato o fechamento do câmbio, quanto maior a exportação, maior a pressão de venda dos dólares. O que promove a sua desvalorização, que, por conseqüência, é a valorização da nossa moeda.

RENDIMENTO FINANCEIRO
Deixando de pressionar tanto, o mercado até pode ficar mais calmo, com menores valorizações do real. Mas, pela timidez da medida, com só 30% de liberdade, o mais provável é que não melhore tanto a cotação da moeda. Até porque o rendimento financeiro aqui no Brasil, por ser superior ao do mercado externo, continuará contribuindo para o fechamento imediato do câmbio.

FIM DA PICADA
Para fechar: a nova lei cambial serve também para mostrar o quando os brasileiros têm dificuldade para conseguir algum tipo de liberdade. Quando ela acontece é sempre pequena. Uma condicional, por assim dizer. Muito vigiada e dependendo de bom comportamento para não deixar de existir. E no caso específico do câmbio, pela existência de um imposto que se mostra impossível de ser revogado. É o fim da picada.

AMARRAS
Os exportadores, os importadores e os empresários brasileiros em geral não sabem se manifestar corretamente. Não insistem em expor que tudo aquilo que promove o nosso pobre fluxo internacional é por razões de baixa competitividade. O nosso custo é extremamente elevado, se comparado com qualquer país do mundo. Principalmente com a China, o desafeto mais referido e pronunciado pelos brasileiros invejosos. Se alguma coisa ainda for feita com o choro demonstrado, visando diminuir o tal custo Brasil, com certeza vamos obter algo como 30% do que é necessário.

Um comentário:

Anônimo disse...

o maior problema não é o exportador e sim o investidor extrangeiro atras da agiotagem governamental, eles estão ganhando 15% a.n. livre de impostos mais 10% da valorização do real frente a moeda estrangeira.

Então nós estamos remunerando o capital estrangeiro a aproximadamente 25% a.a.

Se eu fosse banqueiro daria muito milhões para o PT continuar no governo