sábado, dezembro 16, 2006

GOVERNO E BANCOS FICAM COM A MAIOR PARTE DA RIQUEZA GERADA PELAS EMPRESAS


Estudo realizado recentemente pela Go4! Consultoria de Negócios localizada em Curitiba revelou que governo e bancos têm ficado com a maior parte da riqueza gerada pelas empresas brasileiras, reduzindo, dessa forma, a possibilidade de que estas possam investir em funcionários e na própria corporação. A pesquisa teve como base as Demonstrações de valor Adcionado, DVAs das 52 empresas brasileiras ganhadores do Prêmio Selo Balanço Social, concedido pelo Ibase, Instituto Brasileiro de Análises Sócio-Econômicas. Realizado no último dia 09 de Agosto, o evento premiou as corporações que mantém projetos de responsabilidade social e/ou ambiental e atendem aos critérios sugeridos pelo Ibase de divulgação dos balanços correspondentes a esses projetos. É exatamente dentro desses balanços que se encontram os DVAs, espécie de relatório que demostra a geração de riquezas das empresas e a forma como ela é distribuida.
Entre as ganhadoras, foram analisadas as 15 maiores empresas seguindo o critério de receita líquida, a saber: Petrobrás, Banco do Brasil, Usiminas, Itaipu, Tam, Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina), Coelce (Cia Energética do Ceará), Copasa (Cia de Saneamento de Minas Gerais), Milenia Agrociências, Cosern (Cia Energética do Rio Grande do Norte), Bahiagás, Iesa Projetos, Equipamentos e Montagens, Virgolino de Oliveira S/A Açúcar e Álcool, Saint-Gobain Canalizações Ltda e Maeda S/A Agroindustrial. Considerando esse critério, A EBAL (Empresa Baiana de Alimento) também faria parte da lista, porém por se tratar de uma empresa que justamente tem a assistência social como atividade-fim, optou-se por excluí-la da comparação com empresas que, em maior ou menor grau têm operações comerciais.
Embora em 2005 a riqueza gerada por essas empresas tenha sido de mais de R$ 153 milhões – um aumento real de 13,38% em relação a 2004, sendo que a Bahiagás mostrou o maior crescimento: 44,79% -, o estudo demostra que a maior parte dessas riquezas, cerca de 41%, foi para os cofres públicos. Quatro corporações (Petrobrás, Celesc, Coelce e Cosern) destinaram mais de 50% de seus recursos para o pagamento de tributos. Já os agentes financiadores, como os grandes bancos, ficaram com 17,57% do valor adicionado em 2005. De acordo com o consultor da Go4! Christian Majczak esse aumento está relacionado, sobretudo, ao crescimento dos juros em 2005, e compromete uma fatia expressiva dos recursos das empresas.

Segundo Majczak, esse cenário faz com que sobrem poucos recursos para que as empresas possam remunerar seus colaboradores, por meio do aumento de salário e demais benefícios e acionistas e ainda reinvestir em sua atividade produtiva. "As empresas poderiam crescer mais rapidamente se não precisassem comprometer mais da metade de sua riqueza com impostos e juros. Isso não se resume ao aumento no lucro, mas uma melhor remuneração da mão-de-obra aumentando a renda da população", revela o consultor.

Maiores Distribuições por empresa
Governo Celesc 76%
Colaboradores IESA 58%
Acionistas Cosern 18%
Terceiros Itaipú 93%
Retido Bahiagás 49%


Fonte: Go4! Consultoria de Negócios

Fonte: Go4! Consultoria de Negócios


Empresas serão obrigadas a apresentar seus DVAs

Tramita no Congresso em regime de urgência o Projeto de Lei n.º 3.741/2000 que propõe diversas modificações na legislação das empresas em regime de Sociedades Anônimas - as SAs – inclusive no que se refere a tornar obrigatório para essas corporações a apresentação da Demonstração de Valor Adicionado.

Para Christian Majczak, consultor da Go4! Consultoria de Negócios, a nova lei é um ganho muito importante já que a publicação de instrumentos acessórios às demonstrações contábeis vem promovendo análises mais apuradas da realidade das empresas e da economia do país, trazendo mais transparência a esses negócios. "Por outro lado, aumenta a dor de cabeça dos empresários, já que seus sistemas de informações terão de estar preparados para providenciar mais este demonstrativo", revela. Dos relatórios acessórios, ainda não obrigatórios por lei, os mais publicados são: a Demonstração do Fluxo de Caixa, o Balanço Social e a Demonstração do Valor Adicionado (DVA).

A Demonstração do Valor Adicionado é um relatório contábil que demonstra a geração de riqueza das empresas e como ela é distribuída. O Valor Adicionado constitui-se da receita de venda menos os insumos básicos utilizados no processo de fabricação. Representa, portanto, o quanto a entidade contribuiu para a formação do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

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