Josh Duhamel em cena do filme
A indústria americana do cinema reescreve a História de acordo com os interesses norte-americanos - sem contar as doses grotescas de ficção que tornaram os Estados Unidos por diversas vezes os salvadores da humanidade. Os bondosos "irmãos" do Norte já evitaram que o mundo fosse dominado por extra-terrestres e que bombas nucleares fossem explodidas por comunistas loucos. Além disso, até mesmo nas derrotas - como na Guerra do Vietnã -, Hollywood sempre enaltece o patriotismo e a coragem de seus soldados tornando o insucesso prático em uma conquista moral. E mesmo consciente das distorções, nós brasileiros sempre saímos da salas de cinema com um ar de satisfação após uma sessão fantástica de rajadas de metralhadoras, explosões e atos heróicos. Até aí tudo bem. Mas, quando essa fantasia chega aos nossos problemas, o show hollywoodiano perde a graça.
A fita fala, basicamente, de um grave problema nacional que é a segurança pública. Portanto, o que é mostrado no filme "Turistas" é algo corriqueiro em qualquer grande capital brasileira: roubos e seqüestros em plena luz do dia em decorrência da grave desigualdade social existente no País. No mesmo dia em que o programa "Fantástico" exibiu a matéria sobre o filme, uma reportagem da Globo mostrou um ônibus lotado de turistas que havia sido interceptado por bandidos que fizeram uma varredura nos pertences dos estrangeiros. Agravante: conforme o departamento de inteligência da polícia carioca, a informação sobre o trajeto que seria feito pelo veículo que transportava os turistas havia sido fornecida, muito provavelmente, por pessoas ligadas ou à transportadora ou ao hotel no qual o grupo iria se hospedar. Que condição moral ou ética há em um país no qual a bandidagem trabalha em conluio com alguns profissionais do turismo - que também são bandidos -, para que a produção "Turistas" seja refutada?
Outro aspecto importante levantado pela fita "Turistas" é a questão da imagem que, independente de produções hollywoodianas, projetamos para o exterior. Há a insistência de mostrar, além de nossas belas praias, mulheres sempre com pouca roupa sambando ostensivamente com forte conotação sexual. É óbvio que o clima tropical brasileiro sugere um vestuário adequado à temperatura e umidade, mas porque a insistência em dar a entender aos estrangeiros que as mulheres brasileiras são fáceis? Qual é o interesse em fazer propaganda gratuita ao comércio sexual? Isso se explica, em parte, devido à sobreposição da cultura comercial e decadente em relação aos verdadeiros costumes das diversas regiões brasileiras. O carnaval baiano é um grande exemplo disso: o axé e o pagode não passam de um produto cultural vendido aos estrangeiros que se fartam com bebidas, entorpecentes e sexo. Com a palavra a Embratur.
A diferença entre a pobreza brasileira e a norte-americana é que a primeira é vista logo ao sair do aeroporto, enquanto no segundo caso é preciso um furacão arrasar cidades inteiras para que a presença de pessoas humildes seja exibida. Sem dúvida, caso uma equipe de brasileiros resolva pedir permissão para o governo americano com o intuito de filmar alguma mazela social desse país, a resposta será um sonoro e pragmático "não", o que consiste em uma atitude correta já que o turismo deve ser visto como um patrimônio nacional. Ao invés de reclamar dos americanos, deveríamos marchar para Brasília e acampar em frente ao Congresso Nacional dos mensaleiros, ao Supremo Tribunal Federal dos juízes de salários exorbitantes e do Palácio do Planalto, no qual o líder da Nação, por ora, não sabe de nada que está acontecendo.
A indústria americana do cinema reescreve a História de acordo com os interesses norte-americanos - sem contar as doses grotescas de ficção que tornaram os Estados Unidos por diversas vezes os salvadores da humanidade. Os bondosos "irmãos" do Norte já evitaram que o mundo fosse dominado por extra-terrestres e que bombas nucleares fossem explodidas por comunistas loucos. Além disso, até mesmo nas derrotas - como na Guerra do Vietnã -, Hollywood sempre enaltece o patriotismo e a coragem de seus soldados tornando o insucesso prático em uma conquista moral. E mesmo consciente das distorções, nós brasileiros sempre saímos da salas de cinema com um ar de satisfação após uma sessão fantástica de rajadas de metralhadoras, explosões e atos heróicos. Até aí tudo bem. Mas, quando essa fantasia chega aos nossos problemas, o show hollywoodiano perde a graça.
A fita fala, basicamente, de um grave problema nacional que é a segurança pública. Portanto, o que é mostrado no filme "Turistas" é algo corriqueiro em qualquer grande capital brasileira: roubos e seqüestros em plena luz do dia em decorrência da grave desigualdade social existente no País. No mesmo dia em que o programa "Fantástico" exibiu a matéria sobre o filme, uma reportagem da Globo mostrou um ônibus lotado de turistas que havia sido interceptado por bandidos que fizeram uma varredura nos pertences dos estrangeiros. Agravante: conforme o departamento de inteligência da polícia carioca, a informação sobre o trajeto que seria feito pelo veículo que transportava os turistas havia sido fornecida, muito provavelmente, por pessoas ligadas ou à transportadora ou ao hotel no qual o grupo iria se hospedar. Que condição moral ou ética há em um país no qual a bandidagem trabalha em conluio com alguns profissionais do turismo - que também são bandidos -, para que a produção "Turistas" seja refutada?
Outro aspecto importante levantado pela fita "Turistas" é a questão da imagem que, independente de produções hollywoodianas, projetamos para o exterior. Há a insistência de mostrar, além de nossas belas praias, mulheres sempre com pouca roupa sambando ostensivamente com forte conotação sexual. É óbvio que o clima tropical brasileiro sugere um vestuário adequado à temperatura e umidade, mas porque a insistência em dar a entender aos estrangeiros que as mulheres brasileiras são fáceis? Qual é o interesse em fazer propaganda gratuita ao comércio sexual? Isso se explica, em parte, devido à sobreposição da cultura comercial e decadente em relação aos verdadeiros costumes das diversas regiões brasileiras. O carnaval baiano é um grande exemplo disso: o axé e o pagode não passam de um produto cultural vendido aos estrangeiros que se fartam com bebidas, entorpecentes e sexo. Com a palavra a Embratur.
A diferença entre a pobreza brasileira e a norte-americana é que a primeira é vista logo ao sair do aeroporto, enquanto no segundo caso é preciso um furacão arrasar cidades inteiras para que a presença de pessoas humildes seja exibida. Sem dúvida, caso uma equipe de brasileiros resolva pedir permissão para o governo americano com o intuito de filmar alguma mazela social desse país, a resposta será um sonoro e pragmático "não", o que consiste em uma atitude correta já que o turismo deve ser visto como um patrimônio nacional. Ao invés de reclamar dos americanos, deveríamos marchar para Brasília e acampar em frente ao Congresso Nacional dos mensaleiros, ao Supremo Tribunal Federal dos juízes de salários exorbitantes e do Palácio do Planalto, no qual o líder da Nação, por ora, não sabe de nada que está acontecendo.
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