quinta-feira, novembro 16, 2006

OTAN DOS BOTOCUDOS

Era só o que faltava. O governo Lula vai propor a criação de uma força militar conjunta da América do Sul, aos moldes da Organização do Atlântico Norte.


O besteirol foi gerado pelo Núcleo de Assuntos Estratégicos, cujo comando está nas mãos de Osvaldo Oliva Neto, o irmão do senador Aloísio Mercadante. O delírio terceiro-mundista chegou ao seu auge. Nossas Forças Armadas estão caindo pelas tabelas, com salários aviltados e sem verbas para sua modernização. Mas mesmo assim o governo Lula tem um ataque súbito de grande potência. Não se sabe ainda qual o “inimigo externo” que a OTAN tupiniquim irá combater, ou se ela será uma “polícia da região”. Mas nada justifica a sua formação. Não há uma “unidade bolivariana” na América do Sul, a não ser nos sonhos de Chavez e seus admiradores. A própria OTAN foi criada em uma conjuntura de um mundo bi-polarizado, no qual existia o “Pacto de Varsóvia” e vivíamos o período da guerra fria. Hoje, os esforços mundiais vão ao rumo do distencionamento, evitando-se a constituição de novos blocos militares.O governo Lula prestaria um enorme serviço ao país se conseguisse realizar suas tarefas comezinhas. Entre elas, o reequipamento e modernização das Forças Armadas e a proteção de nossas fronteiras. O tráfico de armas e de drogas opera livremente, enquanto as tropas brasileiras ficam aquarteladas e brincam de ordem unida. Por que não deslocá-las para o controle de nossas fronteiras? O Brasil agradeceria.Antes de sonhos megalomaníacos, queremos que o governo cumpra com suas funções. A segurança aérea está um caos e assistimos ao maior bate-cabeça no “Apagão dos Aeroportos”. Em vez de desperdiçar tempo e dinheiro em besteiras como a criação da OTAN dos Botocudos, o governo já faria muito se encontrasse uma solução definitiva para a crise dos controladores de vôos. Chega de “Brasil-Grande Potência” ou de delírios como o gasoduto ligando a Venezuela à Argentina, o popular “transpinel”.

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