Acho curioso que sempre que algum político responde uma pergunta por e-mail, de TV, Rádio ou Jornal, o veículo cita esse fato: - O prefeito, o Deputado, o Senador, etc.., respondeu por e-mail que... Curioso porque nunca dizem que o ministro respondeu por telefone, ou o deputado respondeu num gravador, ou que respondeu cara a cara num restaurante ou em seu gabinete. Por que a internet merece um destaque negativo, ou um "caco" como se fosse uma forma menor de responder a indagação de um repórter?
A internet é um veiculo de comunicação, tanto quanto o telefone e a palavra, e ao mesmo tempo um meio de comunicação como a imprensa. Mas - como sempre - em períodos de mudança de padrão tecnológico, o hábito dificulta a compreensão de quem por anos opera da mesma forma, com saudades da gravata desapertada, da mesinha com papéis, da máquina de escrever, de um telefone que levava horas para chegar ao entrevistado, do bom papo no bar...
Para os jornais só vale a entrevista com um gravador na mão e um fotógrafo do lado. Para o rádio só vale a entrevista com um gravador, estúdio ou telefone e a voz ao vivo. Para a TV só vale a entrevista com as imagens editadas do entrevistado respondendo.
Na entrevista por e-mail a resposta vai editada e sucinta. Não há pergunta-pegadinha, não há foto, não há imagem editada, não há voz... Mas por outro lado há a vantagem - cada dia maior - de entrevistar, consultar, perguntar, esclarecer, a qualquer hora do dia e da noite. Ontem com equipamentos fixos, os comentários eram de que o entrevistado ficava sentado atrás de um micro, o dia inteiro. Mas esses comentários permanecem num quadro em que os equipamentos são móveis e miniaturizados, com antena e portanto a disposição do entrevistado e do repórter o dia inteiro em qualquer lugar.
Num período de transição como ainda estamos por aqui, tudo isso choca e se torna incompreensível para uma cultura tradicional de imprensa. Isso atrasa a comunicação especialmente num mundo rápido. Alguns jornais pensam que a edição do jornal na internet deve ser uma reprodução eletrônica do jornal, quase que como uma cópia página a página. Na verdade o veículo com isso não muda. Todos os jornais de Curitiba fazem isso, pensando a internet como extensão do jornal. Não é!
Na edição do jornal na internet com as matérias devem ser listadas verticalmente, sem diagramação, sem leads e ou manchetes ou destaques, o editor é cada leitor pessoalmente. Uma micro-noticia pode ser a noticia relevante para quem lê e não a que o editor daquela página gostaria. A ausência de fotos nas páginas internas na edição internética, rompe com a hegemonia da imagem e garante a hegemonia do texto, do conteúdo e a hierarquização feita pelo consumidor.
O que hoje é percebido como mau uso do tempo ou ausência física, será em breve o cotidiano da imprensa, com a internet como vanguarda ou pelo menos entendida como meio com características próprias. A agenda externa fechada evita que a presença da cobertura da imprensa dramatize o contato com a população, sempre pronta para dizer o que a faz aparecer no dia seguinte ou no mesmo dia nas páginas, voz ou tela. E aí temos uma caricatura e não um retrato do fato, independente que a avaliação do repórter seja essa ou aquela, para abrir (rádio e jornal), ou fechar (TV) a matéria.
A liberdade de imprensa não pode ser vista só, como a liberdade dos meios de comunicação. É também a liberdade dos entrevistáveis que podem escolher seus métodos. Amanhã muitos que ainda não sabem, saberão que perderam tempo nestes tempos de mudança, e que o mundo da comunicação já não era/não é o mesmo.
A internet é um veiculo de comunicação, tanto quanto o telefone e a palavra, e ao mesmo tempo um meio de comunicação como a imprensa. Mas - como sempre - em períodos de mudança de padrão tecnológico, o hábito dificulta a compreensão de quem por anos opera da mesma forma, com saudades da gravata desapertada, da mesinha com papéis, da máquina de escrever, de um telefone que levava horas para chegar ao entrevistado, do bom papo no bar...
Para os jornais só vale a entrevista com um gravador na mão e um fotógrafo do lado. Para o rádio só vale a entrevista com um gravador, estúdio ou telefone e a voz ao vivo. Para a TV só vale a entrevista com as imagens editadas do entrevistado respondendo.
Na entrevista por e-mail a resposta vai editada e sucinta. Não há pergunta-pegadinha, não há foto, não há imagem editada, não há voz... Mas por outro lado há a vantagem - cada dia maior - de entrevistar, consultar, perguntar, esclarecer, a qualquer hora do dia e da noite. Ontem com equipamentos fixos, os comentários eram de que o entrevistado ficava sentado atrás de um micro, o dia inteiro. Mas esses comentários permanecem num quadro em que os equipamentos são móveis e miniaturizados, com antena e portanto a disposição do entrevistado e do repórter o dia inteiro em qualquer lugar.
Num período de transição como ainda estamos por aqui, tudo isso choca e se torna incompreensível para uma cultura tradicional de imprensa. Isso atrasa a comunicação especialmente num mundo rápido. Alguns jornais pensam que a edição do jornal na internet deve ser uma reprodução eletrônica do jornal, quase que como uma cópia página a página. Na verdade o veículo com isso não muda. Todos os jornais de Curitiba fazem isso, pensando a internet como extensão do jornal. Não é!
Na edição do jornal na internet com as matérias devem ser listadas verticalmente, sem diagramação, sem leads e ou manchetes ou destaques, o editor é cada leitor pessoalmente. Uma micro-noticia pode ser a noticia relevante para quem lê e não a que o editor daquela página gostaria. A ausência de fotos nas páginas internas na edição internética, rompe com a hegemonia da imagem e garante a hegemonia do texto, do conteúdo e a hierarquização feita pelo consumidor.
O que hoje é percebido como mau uso do tempo ou ausência física, será em breve o cotidiano da imprensa, com a internet como vanguarda ou pelo menos entendida como meio com características próprias. A agenda externa fechada evita que a presença da cobertura da imprensa dramatize o contato com a população, sempre pronta para dizer o que a faz aparecer no dia seguinte ou no mesmo dia nas páginas, voz ou tela. E aí temos uma caricatura e não um retrato do fato, independente que a avaliação do repórter seja essa ou aquela, para abrir (rádio e jornal), ou fechar (TV) a matéria.
A liberdade de imprensa não pode ser vista só, como a liberdade dos meios de comunicação. É também a liberdade dos entrevistáveis que podem escolher seus métodos. Amanhã muitos que ainda não sabem, saberão que perderam tempo nestes tempos de mudança, e que o mundo da comunicação já não era/não é o mesmo.
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