O jornalista Hélio Doyle (foto), que é um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, subscreveu o documento que circula na internet em repúdio às indenizações de R$ 1,2 milhão para Ziraldo e R$ 1,02 milhão para Jaguar, fundadores do semanário Pasquim, que alegaram terem sido perseguidos pela ditadura. Os demais fundadores do jornal, como Millôr Fernandes, recusaram a mamata. "Entramos na briga por opção política e pessoal, assumindo os riscos", afirma Doyle, que considera tudo isso "realmente vergonhoso". O jornalista, cuja trajetória se confunde com a história recente da esquerda brasileira, acha justas as indenizações, "mas por valores bem inferiores a esses que estão sendo pagos", àqueles que perderam seus empregos ou ficaram impossibilitados de trabalhar em decorrência de atos arbitrários da ditadura - ou que foram incapacitados para o trabalho em decorrência de torturas e violências. Perseguido por sua militância de esquerda e certa vez demitido "por motivos políticos" da TV Globo, Hélio Doyle acha que não se enquadra nesses casos, por isso jamais pensou em pedir indenização. "Minhas cinco prisões não impediram que continuasse a trabalhar" - lembra - "Não recebia credencial para cobrir Planalto, Itamaraty ou ministérios militares, mas cobri o Congresso e outros ministérios e isso não prejudicou minha carreira."
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