quarta-feira, abril 30, 2008

PARADOXOS DOS CADERNOS DE CULTURA!

1. Se há um elemento consensual entre os atores e consumidores na área de cultura, é o conflito existente entre a oferta no amplo campo das artes e a mercantilização das mesmas. Certo, em alguma medida isso é inevitável até pela necessidade de patrocínios, etc. E sempre foi com os mecenas mais exigentes. Mas o que não se entende é quando as artes vêm precedidas da exposição de grifes e da objetificação feminina através da exploração da beleza e da sensualidade. E de grifes que nunca patrocinam a cultura, e apenas querem vender seus caros produtos, aos leitores destes cadernos.

2. Essas afirmações deste Blog vêm a respeito das capas dos segundo cadernos da Folha de SP e do Estado de SP. Sistematicamente 3/4 partes das capas de cultura - Folha Ilustrada e Caderno 2 - vem com uma foto, colorida e espetacular de uma lindíssima modelo sublinhada pelo nome da grife que a expõe.

3. É fato que o público consumidor destes cadernos é o leitor dos jornais de maior nível de consumo e renda e por isso mesmo, os mais atrativos para o setor comercial dos jornais. Imaginem-se os conflitos entre as exigências de faturamento dos setores comerciais e a resistência dos editores, subeditores, jornalistas e colunistas, de verem cadernos de cultura, densamente preparados, terem como abertura, a antinomia do que apresentam.

4. Não é um caso novo. Basta alugar o DVD - Boa Noite, Boa Sorte, com o caso do jornalista e âncora da CBS, Ed Murrow (foto). E no caso eram efetivamente patrocinadores do jornalismo da CBS.

Imagem acima de Romeiro Brito.

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