sexta-feira, abril 25, 2008

Charge sobre o vôo de Adelir De Carli - sem comentários...

O padre Adelir De Carli, de 41 anos, foi expulso da escola de vôo livre Vento Norte, em Curitiba, há cerca de três anos por indisciplina e exibicionismo. É o que conta Márcio André Lichtnow, instrutor responsável pelo curso de parapente que teve o padre como aluno. Carli desapareceu no último domingo no litoral de Santa Catarina depois de ter decolado de Paranaguá impulsionado por balões de gás hélio.
'Ele era indisciplinado e não participava das aulas teóricas, que são fundamentais para se compreender as questões meteorológicas. Ele não tinha nada de humilde, se acha o bom, o que conhecia tudo, o que sabia tudo. Parecia um playboy', diz Lichtnow. O instrutor afirma que o padre fez dez horas de aulas práticas e quatro horas de aulas teóricas. Para completar o curso precisaria de 40 horas de prática e 30 horas de teoria.
Durante uma filmagem para reportagem da TV local há cerca de doias anos, o padre fez uma demonstração e, segundo Lichtnow, desobedeceu as orientações de vôo. 'Expulsei ele do curso, porque neste dia falei para ele voar até o local do pouso e, da cabeça dele, ele resolveu voltar para o morro do Boi, em Caiobá, litoral paranaense, em uma corrente de vento ascendente. Ele voltou para o lado errado do morro, na parte de trás, bateu nas árvores e ficou pendurado. Quando os bombeiros chegaram para fazer o boletim de ocorrência, ele disse que o instrutor havia orientado e atrapalhado o vôo', explica, ressaltando que havia testemunhas no local e a expulsão seguiu cláusula de contrato do curso de vôo livre que prevê desligamento quando o aluno coloca-se em perigo ou oferece perigo a terceiros.
Lichtnow conta ainda que o padre o procurou para falar dos planos de voar a partir de Paranaguá (PR). 'Falei para ele que decolando dali o único lugar que ele poderia pousar era na África do Sul, porque é para lá que os ventos levam. Mas ele disse que já havia estudado tudo e eu achei que era brincadeira', lembra.
De acordo com o instrutor, todas as condições eram desfavoráveis ao vôo de balão. 'Foi de um amadorismo impressionante, ele não fez avaliação nenhuma: no ato da decolagem, ele não avaliou o vento, porque já decolou indo para o oceano; não avaliou a cobertura de nuvens do tipo nimbostratus, porque no dia havia uma frente fria que deixa o ar turbulento e com muita concentração de água; não avaliou a temperatura, porque o gás hélio em temperaturas baixas diminui de volume e força a descida. Além disso, ele invadiu o espaço aéreo brasileiro e poderia ter batido e derrubado um avião', analisa. Pelas imagens divulgadas pela imprensa, Lichtnow calcula que o padre Carli atingiu 5.800 metros de altura e a temperatura nesta faixa era de aproximadamente -25ºC, dadas as condições meteorológicas.
'Fiquei bem menos católico depois de conhecer o padre', finaliza o instrutor, que faz questão de dissociar a figura de Adelir De Carli da escola de vôo. 'Ele tentou ser meu aluno, mas não foi aceito'.
Recebido da Web*

Comento
É, Deus que me perdoe, mas o Padreco tá dando um trabalho enorme para a polícia, bombeiros, Guarda-Costeira da Marinha, essas coisas.
Foi muito amadorismo, como é que permitiram o "danado" partir daquela maneira?
Deviam é ter prendido o bicho, isso sim, pois estaria colocando em risco a vida de centenas de pessoas, a partir do momento que invade o espaço aério brasileiro, sem autorização.
Espero que esteja vivo, claro. Também para tomar uma descompostura merecida!

*
Do UOL, em reportagem de Fabiana Uchinaka

Um comentário:

Urso disse...

É. Infelizmente o Sr. Padre não se saiu bem. A charge tem tudo a ver.
Abraços e que o Adelir esteja com Deus... Amem!!!