segunda-feira, março 24, 2008

UM BOM COMEÇO

Autoridades monetárias dos Estados Unidos e da União Européia passam a discutir medidas de vacinação do sistema financeiro contra o retro vírus da chamada irracional exuberância.
O estouro da bolha imobiliária made in USA abriu espaço político para essa intervenção técnica. No diagnóstico tardio da bolha, as autoridades monetárias jogam a toalha. Elas admitem que o sistema padece de vazios de regulação e desvios de supervisão.
Logo, o negócio é corrigir desvios e eliminar vazios. De preferência, sem sair do 8 da gandaia para o 800 da camisa-de-força.

O controle remoto do mercado pode ser modulado no tamanho, no formato e no conteúdo adequados. Ocorre que, até aqui, os Bancos Centrais ainda não sabem como fazer a coisa certa. Mas já sabem finalmente, como se faz a coisa errada.

É um bom começo.
E analistas financeiros de bancos, de empresas e de consultorias do ramo projetam para este ano um PIB de 4,5%, abaixo do PIB 2007, que emplacou 5,4%.
Esse par de números aponta para uma desaceleração da reaceleração da economia brasileira. Certo?

Não é por aí. Crescer 4,5% sobre 5,4% é desempenho tanto mais satisfatório porque realizado em regime de estabilidade inflacionária.

O IGP-M que o diga. Ele acumulou 7,5% no ano passado e está projetado, pelos mesmos analistas, para 5,1% este ano. Portanto, em declínio.

Ocorre que na economia real os sinais apontam em outra direção. Este primeiro trimestre deve fechar com PIB anualizado de 6%. Não é nem de 5%. Resultado: as empresas já estão revendo suas projeções 2008 para frente e para o alto. É exatamente disso que a economia do Brasil precisa.
Mas é exatamente disso que o Banco Central do Brasil tem medo. Que pena.

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