David Brook é colunista do New York Times sobre o livro de Drew Westen
1. Drew Westen (foto), professor de psicologia da Universidade de Emory, surgiu com um verbete tardio nesse campo, e seu livro “O Cérebro Político: O Papel da Emoção ao Decidir o Destino do País” está muito em voga. Ele pega um interessante pedaço de neurociência e utiliza-o para polir os clichês convencionais do gênero “Porque os Democratas Perdem”. Westen começa observando que a pesquisa recente acabou com a teoria de que a mente é racional, sem paixão, e que emergiu do Iluminismo do século XVIII. As pessoas confiam na emoção para dirigir o processo de tomada de decisão e chegar a conclusões que as fazem sentir-se bem.
2. A razão e a racionalidade para ele, portanto, desempenham um papel limitado nas decisões políticas. “A mente sem paixão dos filósofos do século XVIII“, diz Westen “nos permite prever algo entre 0.5 e 3% das mais importantes decisões políticas que as pessoas tomarão no decorrer de suas vidas”. Em seguida, ele afirma que os Democratas têm perdido, porque estavam apelando para a parte racional da mente.
3. Por exemplo: o lado direito da boca de John Edwards tende a levantar-se. “Os seres humanos, de modo inato, não gostam de assimetrias faciais”, observa Westen, “e isto deveria ter chamado a atenção dos assessores”. “Rostos sorridentes naturalmente ativam partes do cérebro (e mímica facial por parte do observador) que reforçam felicidade, e não desagrado.
4. Os Republicanos continua Westen, são brilhantes no uso de palavras e imagens que desencadeiam cascatas emocionais. Ronald Reagan usou a palavra “confisco” em relação à taxação, e foi capaz de persuadir as pessoas a concordar com impostos mais baixos.
5. Westen insta os candidatos democratas a bater forte, e inclui um número de discursos que ele desejaria que os candidatos democratas tivessem feito. Ele desejaria, por exemplo, que Al Gore houvesse “batido” mais em George Bush por ter sido um bêbado.
6. O problema central do livro de Westen é que ele realmente não faz uso do que sabemos sobre a emoção. Ele expande a obra de Antonio Damasio (foto), sem aplicar a concepção de Damasio quanto à maneira pela qual a emoção emerge da razão e para ela contribui. Neste enfoque mais sofisticado, as emoções são produzidas pelo aprendizado. À medida que passamos pela vida, aprendemos que causa leva a que efeito. Quando, mais tarde, nos defrontamos com situações semelhantes, as emoções ressaltam possíveis resultados, atraindo-nos para algumas ações e desviando-nos de outras.
7. Em outras palavras, as emoções fazem parceria com racionalidade. Não é necessário simplificar demais as coisas para apelar às emoções. Não é necessário entender alguma linguagem secreta que irá desencadear alguns disparos neuro-emocionais. A melhor maneira de ganhar votos é oferecer às pessoas uma visão precisa do mundo e um conjunto de políticas que parecem tendentes a produzir bons resultados. É assim que se torna os eleitores felizes.
1. Drew Westen (foto), professor de psicologia da Universidade de Emory, surgiu com um verbete tardio nesse campo, e seu livro “O Cérebro Político: O Papel da Emoção ao Decidir o Destino do País” está muito em voga. Ele pega um interessante pedaço de neurociência e utiliza-o para polir os clichês convencionais do gênero “Porque os Democratas Perdem”. Westen começa observando que a pesquisa recente acabou com a teoria de que a mente é racional, sem paixão, e que emergiu do Iluminismo do século XVIII. As pessoas confiam na emoção para dirigir o processo de tomada de decisão e chegar a conclusões que as fazem sentir-se bem.
2. A razão e a racionalidade para ele, portanto, desempenham um papel limitado nas decisões políticas. “A mente sem paixão dos filósofos do século XVIII“, diz Westen “nos permite prever algo entre 0.5 e 3% das mais importantes decisões políticas que as pessoas tomarão no decorrer de suas vidas”. Em seguida, ele afirma que os Democratas têm perdido, porque estavam apelando para a parte racional da mente.
3. Por exemplo: o lado direito da boca de John Edwards tende a levantar-se. “Os seres humanos, de modo inato, não gostam de assimetrias faciais”, observa Westen, “e isto deveria ter chamado a atenção dos assessores”. “Rostos sorridentes naturalmente ativam partes do cérebro (e mímica facial por parte do observador) que reforçam felicidade, e não desagrado.
4. Os Republicanos continua Westen, são brilhantes no uso de palavras e imagens que desencadeiam cascatas emocionais. Ronald Reagan usou a palavra “confisco” em relação à taxação, e foi capaz de persuadir as pessoas a concordar com impostos mais baixos.
5. Westen insta os candidatos democratas a bater forte, e inclui um número de discursos que ele desejaria que os candidatos democratas tivessem feito. Ele desejaria, por exemplo, que Al Gore houvesse “batido” mais em George Bush por ter sido um bêbado.
6. O problema central do livro de Westen é que ele realmente não faz uso do que sabemos sobre a emoção. Ele expande a obra de Antonio Damasio (foto), sem aplicar a concepção de Damasio quanto à maneira pela qual a emoção emerge da razão e para ela contribui. Neste enfoque mais sofisticado, as emoções são produzidas pelo aprendizado. À medida que passamos pela vida, aprendemos que causa leva a que efeito. Quando, mais tarde, nos defrontamos com situações semelhantes, as emoções ressaltam possíveis resultados, atraindo-nos para algumas ações e desviando-nos de outras.
7. Em outras palavras, as emoções fazem parceria com racionalidade. Não é necessário simplificar demais as coisas para apelar às emoções. Não é necessário entender alguma linguagem secreta que irá desencadear alguns disparos neuro-emocionais. A melhor maneira de ganhar votos é oferecer às pessoas uma visão precisa do mundo e um conjunto de políticas que parecem tendentes a produzir bons resultados. É assim que se torna os eleitores felizes.
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