sábado, março 22, 2008

AVALIAÇÃO DO GOVERNO LULA E ELEIÇÕES DE 2010!

1. Desde maio de 2007, quando o DEM realizou através do Instituto GPP uma ampla pesquisa nacional - (adaptando os termos de uma pesquisa do Nouvel Observateur-IPSOS, pré-eleitoral) -, que o DEM sabe que a questão fulcral da avaliação positiva é a conjuntura econômica e não a bolsa-família e similares. Os programas assistenciais com o tempo perdem eficácia política, pois inevitavelmente a dignidade das pessoas exige muito mais. E vem as novas demandas e pressões.

2.
Na pesquisa citada se fez um teste de otimismo na forma adaptada, perguntando se o eleitor achava que estava vivendo melhor que seus pais e se achava que seus filhos viveriam melhor que ele. Nos dois casos os índices foram muito altos. Com isso o DEM ajustou seus comerciais e programas de TV para um discurso proporcionalmente mais pró-ativo, com realizações de seus governantes...


3.
Há um elemento que está sempre implícito nas decisões de voto: a insegurança ou a segurança que os candidatos e governos projetam. Em estudo realizado após as eleições argentinas onde Meném venceu Bordón, em que tudo levava a crer que Bordón iria para o segundo turno, se verificou um erro diagonal na campanha de Bordón. Ao falar de emprego ele se dirigia aos desempregados. A comunicação correta para tratar de desemprego é aos empregados, que poderão perder seus empregos, projetando insegurança.


4.
Quando a economia não vai bem, os empregados ficam inseguros quanto a perderem o emprego e a comunicação política dirigida a eles tem alta produtividade eleitoral. Quando a economia cresce a taxas suficientes para criar expectativa de aumento do emprego, por menor que seja, a sensação de segurança dos que estão empregados aumenta. Essa sensação de segurança tende a levar o eleitor para um ambiente de não-mudança.


5.
Este será um fator muito importante daqui para 2010. Quanto a contaminação das "sub-primes" afetarão a atividade econômica até o ponto em que produzam - mesmo que na margem - desemprego? Esse é o Ponto de Insegurança onde a comunicação política aos empregados (latu sensu, trabalhadores, profissionais e empresas), sinalizando insegurança, passa a ter impacto crescente, revertendo o ambiente de avaliação positiva. Até aqui não se pode projetar uma outra conjuntura econômica em direção a 2010.


6.
A máquina federal é poderosa. Com as taxas de juros nas nuvens e a inflação crescendo, e FHC numa postura politicamente blasé, o ministro da saúde José Serra saiu de minguados 8% e terminou em robustos 21% que criaram um segundo turno. Se foi assim em 2002, mantida essa conjuntura econômica, hoje, é evidente que o candidato presidencial irá também para este patamar, seja ele quem for.


7.
Portanto os 30 e tantos por cento de Serra, irão derreter, talvez para mais perto dos 20%, trocando com o candidato do governo.


8.
Melhor portanto - num quadro como o de hoje - é pensar em Serra e Lula do B com 20%, Ciro com 10%, Heloisa com 5%, e um boqueirão de 45% para a entrada de um candidato conservador e/ou crescimento em campanha de quaisquer deles e do não-voto. É esse o quadro de hoje. Pesquisa serve para projetar e não para olhar para trás.

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