segunda-feira, janeiro 08, 2007

A OPOSIÇÃO NÃO SABE A QUE SE OPOR!

01. Este é o título do artigo que Jorge Fernández Diaz escreveu a La Nacion dia 7/1/7. São coisas - argentinas - mas tão semelhantes às nossas que vale a pena a transcrição de alguns trechos do artigo. Para que isso não venha a ocorrer no Brasil. Aliás: estamos perto.

02. Nunca em sua história um governo teve oposição mais pobre. A oposição na Argentina, hoje, não existe? Não é que não exista, mas não sabe a que se opor. O governo marcha orgulhoso pelas vias do partido único. Converteu-se num monstro temível, gelatinoso, e elástico que cresce e cresce ocupando tudo e devorando seus inimigos. O governo é um arqueiro de borracha com as pesquisas na mão que estica, estica em todas as direções e obtura os vazios.

03. É muito difícil - hoje - nestes dias de gloria do governo, encontrar-lhe um franco e marcar um gol. Ele rompe todo o tempo, qualquer eixo da oposição. Pulveriza a histórica tensão entre governo e oposição. Coopta setores da oposição que conquistaram os governos estaduais.

04. Leva um produto a cada mercado, sem ideologias que tenham validade.

05. As batalhas eleitorais que o governo propõe, são sempre entre progressistas e noventistas. Governo federal contra o neomenemismo (ex-presidente).

06. A verdade é que na oposição, ninguém oferece alternativa. O que tem feito é colocar uma idéia política: Republica x Populismo. Apela para defender os mecanismos republicanos ao avassalamento das instituições pelo governo. A deputada opositora (Carrió), diz que esta é uma luta moral contra um governo mafioso, mas ainda não existem provas concretas para que a sociedade creia ou queira crer. Talvez porque o jornalismo de investigação durma o sono dos justos.

07. Falta uma idéia nova, e esta é uma má noticia, que brilha por sua ausência. É necessária uma oposição que saiba fazer oposição. Que controle o governo e lhe baixe a soberba. É necessária também para que os argentinos não tenham que se despertar um dia, como já ocorreu muitas vezes, vendo que o ciclo econômico mudou, que os ventos de popa se transformaram em tempestade, que os magos do governo perderam a magia e que o país perdeu outra grande oportunidade.

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