Sabia-se quando o projeto foi originalmente criado que seria difícil implantar uma União Aduaneira entre os países que originalmente o fundaram. Havia um excesso de velhas inimizades entre Brasil e Argentina, havia falta de complementaridade entre as economias dos envolvidos, mas havia, isso sim, uma imensa carga de boa vontade teórica, que num período longo de cooperação poderia levar a uma convivência duradoura.
Quem acompanhou o processo de formação e consolidação do Mercado Comum Europeu, convertido vinte anos depois em Comunidade Européia, sabe disto. Sabe que os países que originalmente ficaram de fora tiveram de sujeitar-se a processos longos de qualificação para depois juntarem-se a este mercado. Cada adesão levava anos para ser estudada e incluída.
Mas o MERCOSUL segue a tônica de todos os projetos recentes de líderes como Evo Morales, Chávez e Lula. Surge a proposta, executa-se dias depois e anuncia-se que deu certo menos dias ainda depois.
Neste meio tempo mudam as condições fora do MERCOSUL, passamos pela fase dos Tigres Asiáticos, o despertar da China, várias guerras, e os nosso bloco de países do Cone Sul não se reorientam. Antes disso já falhara a ALALC, ALADI, CUF, Pacto Andino e o que mais lhes aprouver.
A Argentina particularmente sempre usa o Brasil como se fosse um Judas da Aleluia. Abre processos de concorrência desleal contra o Brasil, reduz seus compromissos na marra, mas nunca usa esse mesmo fogo contra os Tigres Asiáticos ou a China. Agora implica com uma fábrica de papel no Uruguai. Não quer nunca ver o Uruguai melhorar de vida. Esta semana turistas brasileiros no barco vindo de Buenos Aires para Colônia no Uruguai foram abordados por alguns uruguaios que disseram: “Bem que nessa altura dos acontecimentos gostaríamos de voltar a fazer parte do Brasil”. (projeto viável, já que o Uruguai tem uma população pouco maior que a Grande Porto Alegre, e uma agricultura e pecuária extremamente eficaz).
Tabaré Vasquez já decidiu que não vale a pena ficar muito tempo nas reuniões do MERCOSUL. Como preside seu país para os uruguaios já sentiu que de órgão econômico e comercial a organização está virando um parlamento de coisa nenhuma e uma caixa de sabão onde sobem Evo Morales e Chávez para fazerem seus discursos. Tabaré vai à luta. Olha para o Chile no litoral do Oceano Pacífico, vê o que tem dado certo e vai a Washington. Preferível conviver com um grande cliente, que pode absorver o que o Uruguai tem a oferecer sem crises do que conviver com um Coronel de opereta que dá cotoveladas gratuitas em seus companheiros e anfitriões. Quando Lula era líder sindical fazia o mesmo que Tabaré com os empresários. Eram os empresários que podiam ajudar os representados dos sindicatos. Então desenvolveu um bom relacionamento com eles.
O MERCOSUL já está cooptado como entidade política. Suas reuniões mais lembram o Fórum Social do que uma futura união aduaneira. E já se começa a falar numa nação como a Comunidade Européia, num momento em que figuras bufas mas perigosas como Evo e Chávez comandam o palco.
Um país altamente industrializado como o Brasil não poderá eternamente ficar atrelado a mais uma entidade de países agrícolas ou de uma só riqueza, que é o petróleo. Não precisamos de petróleo, ou ao menos não do petróleo pesado de Chávez, temos este e ademais estamos adiantados na substituição por outras fontes energéticas. Vamos então ser os fornecedores de produtos industrializados para o Chávez? Alimentos?
Evo diz que vende gás subsidiado para o Brasil? Subsidiado como? Tivemos de construir um gasoduto para poder comprar seu gás. O acordo de preço levou isto em conta. Depois tomou a refinaria da Petrobrás. Não acha que isto merece um pagamento, talvez em gás? Evo é o que em iídiche chama-se um “schnorrer”. Um bicão. O cara que chega e diz que é pobre portanto devemos pagar suas contas. Sugerimos que “schnorrer” ajude a si mesmo. Que varra nossa calçada para ganhar algum dinheiro. Inventamos um trabalho para ele na nossa loja. Mas isso não. O “schnorrer” sempre arruma uma dor no pé, um sopro no coração, uma arritmia cerebral que o impede de dar uma contrapartida. Cuba já fez muito disto. Deixou dívidas imensas na Argentina, na Espanha e no Brasil. Foi sugerido que pagasse com rum, charutos, sucata, papel corrugado de polpa da cana. Não! Isso não podia! Era para as compras de comida do país. Nos empurraram vacinas. Nós fingimos que fomos pagos e eles fingiram que pagavam.
Se nossos aliados não tem forças ou disposição para lutar ao nosso lado por um lugar ao sol, não parece haver qualquer motivo para sermos seus aliados. Quem sabe Lula não envia um diplomata de segundo escalão à próxima reunião do MERCOSUL. E no mesmo dia visite Bush na Casa Branca e envie o estabanado Amorim em viagem para o Japão. Seria o equivalente de dizer que estamos caminhando para a porta de saída do Mercosul. “Quem me seguir lembre-se de que o último deve apagar a luz.”
Porque como está o MERCOSUL já era.
Quem acompanhou o processo de formação e consolidação do Mercado Comum Europeu, convertido vinte anos depois em Comunidade Européia, sabe disto. Sabe que os países que originalmente ficaram de fora tiveram de sujeitar-se a processos longos de qualificação para depois juntarem-se a este mercado. Cada adesão levava anos para ser estudada e incluída.
Mas o MERCOSUL segue a tônica de todos os projetos recentes de líderes como Evo Morales, Chávez e Lula. Surge a proposta, executa-se dias depois e anuncia-se que deu certo menos dias ainda depois.
Neste meio tempo mudam as condições fora do MERCOSUL, passamos pela fase dos Tigres Asiáticos, o despertar da China, várias guerras, e os nosso bloco de países do Cone Sul não se reorientam. Antes disso já falhara a ALALC, ALADI, CUF, Pacto Andino e o que mais lhes aprouver.
A Argentina particularmente sempre usa o Brasil como se fosse um Judas da Aleluia. Abre processos de concorrência desleal contra o Brasil, reduz seus compromissos na marra, mas nunca usa esse mesmo fogo contra os Tigres Asiáticos ou a China. Agora implica com uma fábrica de papel no Uruguai. Não quer nunca ver o Uruguai melhorar de vida. Esta semana turistas brasileiros no barco vindo de Buenos Aires para Colônia no Uruguai foram abordados por alguns uruguaios que disseram: “Bem que nessa altura dos acontecimentos gostaríamos de voltar a fazer parte do Brasil”. (projeto viável, já que o Uruguai tem uma população pouco maior que a Grande Porto Alegre, e uma agricultura e pecuária extremamente eficaz).
Tabaré Vasquez já decidiu que não vale a pena ficar muito tempo nas reuniões do MERCOSUL. Como preside seu país para os uruguaios já sentiu que de órgão econômico e comercial a organização está virando um parlamento de coisa nenhuma e uma caixa de sabão onde sobem Evo Morales e Chávez para fazerem seus discursos. Tabaré vai à luta. Olha para o Chile no litoral do Oceano Pacífico, vê o que tem dado certo e vai a Washington. Preferível conviver com um grande cliente, que pode absorver o que o Uruguai tem a oferecer sem crises do que conviver com um Coronel de opereta que dá cotoveladas gratuitas em seus companheiros e anfitriões. Quando Lula era líder sindical fazia o mesmo que Tabaré com os empresários. Eram os empresários que podiam ajudar os representados dos sindicatos. Então desenvolveu um bom relacionamento com eles.
O MERCOSUL já está cooptado como entidade política. Suas reuniões mais lembram o Fórum Social do que uma futura união aduaneira. E já se começa a falar numa nação como a Comunidade Européia, num momento em que figuras bufas mas perigosas como Evo e Chávez comandam o palco.
Um país altamente industrializado como o Brasil não poderá eternamente ficar atrelado a mais uma entidade de países agrícolas ou de uma só riqueza, que é o petróleo. Não precisamos de petróleo, ou ao menos não do petróleo pesado de Chávez, temos este e ademais estamos adiantados na substituição por outras fontes energéticas. Vamos então ser os fornecedores de produtos industrializados para o Chávez? Alimentos?
Evo diz que vende gás subsidiado para o Brasil? Subsidiado como? Tivemos de construir um gasoduto para poder comprar seu gás. O acordo de preço levou isto em conta. Depois tomou a refinaria da Petrobrás. Não acha que isto merece um pagamento, talvez em gás? Evo é o que em iídiche chama-se um “schnorrer”. Um bicão. O cara que chega e diz que é pobre portanto devemos pagar suas contas. Sugerimos que “schnorrer” ajude a si mesmo. Que varra nossa calçada para ganhar algum dinheiro. Inventamos um trabalho para ele na nossa loja. Mas isso não. O “schnorrer” sempre arruma uma dor no pé, um sopro no coração, uma arritmia cerebral que o impede de dar uma contrapartida. Cuba já fez muito disto. Deixou dívidas imensas na Argentina, na Espanha e no Brasil. Foi sugerido que pagasse com rum, charutos, sucata, papel corrugado de polpa da cana. Não! Isso não podia! Era para as compras de comida do país. Nos empurraram vacinas. Nós fingimos que fomos pagos e eles fingiram que pagavam.
Se nossos aliados não tem forças ou disposição para lutar ao nosso lado por um lugar ao sol, não parece haver qualquer motivo para sermos seus aliados. Quem sabe Lula não envia um diplomata de segundo escalão à próxima reunião do MERCOSUL. E no mesmo dia visite Bush na Casa Branca e envie o estabanado Amorim em viagem para o Japão. Seria o equivalente de dizer que estamos caminhando para a porta de saída do Mercosul. “Quem me seguir lembre-se de que o último deve apagar a luz.”
Porque como está o MERCOSUL já era.
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