
As causas são as mesmas. Os governos mantêm relações hegemônicas com o Congresso, compram o apoio que tem, atropelam a oposição, relacionam-se diretamente com uma opinião publica difusa, inflacionam seus gestos populistas, e constroem uma rede autoritária de poder, aplicando o que Ruy Barbosa no fim da monarquia chamou de "legalidade elástica".
Kirchner governa num regime de lei delegada geral, ou seja, fechou de fato o Congresso. Lula governa através de medidas provisórias que cinicamente - e sem justificativas sequer - nada tem a ver com a urgência e relevância que determina a constituição.
Ambos minimizaram seus ministérios com gabinetes inexpressivos. Ambos referem-se aos meios de comunicação como problemas, e por declarações e por ações procuram inibir, pressionar e atropelar a liberdade de imprensa.
Uma conjuntura econômica internacional favorável, está sendo desperdiçada lá e aqui, e proliferam medidas assistencialistas, aqui com bolsas de todo tipo e lá com subsídios populistas ao transporte, gás de cozinha...
Os dois países enfrentam crises de energia elétrica. Na Argentina uma crise aberta - e antecipada por taxas altas médias de crescimento - na casa de 8% ao ano. Aqui postergada por um crescimento econômico acumulado, medíocre.
Ambos governam sem partido, com uma base parlamentar inorgânica e clientelística. O empreguismo - direto e indireto - é desenfreado.
São estilos - que de todos os lados - são permissivos e franqueiam a máquina pública para o saque despudorado, numa bernarda administrativa lastreada na incompetência e na improvisação, como método.
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