segunda-feira, fevereiro 25, 2008

INTERNET, POLITICA E ELEIÇÕES!

Trechos do artigo - em El País - de Tomás Delclós - A internet Vota - onde fala das eleições na Espanha que se realizam em 9 de março e como a internet vem sendo usada e como deveria ser.

1.
De todos os que encabeçam as listas para as próximas eleições, apenas cerca de 15%, tinham, em janeiro, algum tipo de espaço pessoal na Internet, de acordo o blog e-xaps. Agora, certamente o número é maior, mas isso só demonstra um interesse tão súbito quanto pouco confiável por esse meio de comunicação. Não são habitantes da Internet, usam-na somente em campanha. Nas épocas eleitorais, cabe aos políticos visitar um ou outro mercado, e, agora, é inevitável, a Internet. Para eles, fica claro que têm de estar nesse meio, mas, se na sua vida política não tem intimidade com o planeta digital, se trata de uma visita protocolar.


2.
Enquanto se veja a Internet como um espaço para exibir as mensagens eleitorais, e não um território de ação política cotidiana, a presença dos líderes neste continente tão povoado terá algo de simulacro. É uma presença vicária, das equipes de campanha, fugaz, com mais vídeos do que conversas. Os políticos têm uma relação conflituosa com a Internet, porque, além disso, uma parte desta platéia mantém uma atitude claramente hostil em relação ao aparato político. Contudo, os partidos espanhóis estão abrindo áreas de diálogo digital.


3.
A Internet é uma peça importante da campanha, mas também fica claro, como lembra José Frèche, responsável pelo site sarkozy.fr e que teve que vencer a luminosa blogosfera de Ségolène Royal, que ...” quem, afinal, ganha as eleições é o candidato”. A tarefa principal de um candidato é colocar as suas idéias. As réplicas são um estorvo, e, na Internet, há muitas, incontroláveis, e, muitas vezes, antipáticas. O esforço da equipe que gerencia a página para argumentar a favor da posição é enorme.


4.
O presidente da Google, Eric Schmidt, é um dos que crêem que a Internet ainda não modifica o voto, mas que isto não tardará. Se a televisão criou a atual geração de políticos, pergunta-se Schmidt, o que fará a Internet com a próxima geração? E anuncia ferramentas maliciosas, como um previsor da verdade, que, diante de qualquer declaração de um candidato permitirá ao internauta clicar um ícone para saber se o que está dizendo é verdade ou mentira.


5.
Trippi, em seu livro, reduz o papel da televisão: “É ótima para ver Law and Order mas não é boa para fazer leis e manter a ordem.” Mas a convergência das telas pode corrigir esta profecia. Em julho e novembro do ano passado, tanto a cadeia CNN quanto o YouTube organizaram debates com os candidatos democratas e republicanos às primárias. As perguntas eram enviadas por vídeo para o YouTube e respondidas ao vivo em uma sessão televisionada. Depois, no YouTube, os internautas analisavam as respostas...


6.
É lógico, portanto, que os partidos pensem na Internet como terreno cativo deste voto difícil, mas se equivocarão se apenas transladarem os truques da mercadotecnia política existente. Nos Estados Unidos há uma literatura muito ampla que aplica o conceito de open source (código aberto) à dinâmica política. Com diferente grau de euforia e de realismo ao seu alcance, transladam a filosofia deste movimento do software para a política. O open source consiste em programas de código aberto, acessível, que qualquer voluntário pode modificar, corrigir os erros, aproveitar e reverter a comunidade.


7.
A política pressuporia um modelo participativo que combatesse, nas palavras de Micah Sifry, as organizações egocêntricas a favor de uma prática política na rede, mais participativa. Veremos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mucho se ha evolucionado desde el "Manda Web" de Federico Trillo en 2004...........