segunda-feira, fevereiro 04, 2008

FADIGA DE CONSUMO

DOENÇA
O mercado de capitais está doente? Não! Quem está apresentando um estado doentio neste momento é o consumidor americano. Portanto, tudo o que estamos assistindo, e que está perfeitamente identificado e materializado através dos índices de todas as bolsas de valores, se resume da seguinte forma: enquanto o doente não for curado da sua capacidade, vontade e possibilidade de consumir, o mundo todo vai continuar penando.
PARTICIPAÇÃO RIDÍCULA
O tamanho do consumo americano é de tal ordem que absorve boa parte da produção do mundo todo. O desempenho do PIB de muitos países só é melhor quanto maior for o apetite dos americanos. O Brasil, no entanto, de forma direta, não vai ser muito atingido. Simplesmente porque a nossa participação relativa no comércio mundial é ridícula. Em torno de 1,2%.
SOFRIMENTO PSICOLÓGICO
Mesmo assim, diante da nossa realidade, o fato de vendermos matérias primas para vários paises, que por sua vez exportam produtos acabados para os americanos, é óbvio que alguma coisa deve sobrar para o Brasil. Pouco, repito. Será muito mais um sofrimento psicológico, dependendo do tempo e da evolução da doença de consumo dos gringos.
INTERVENÇÃO
O que precisa ficar bem claro neste momento é que doenças de consumo ou incapacidade de pagamento de bens adquiridos não se curam com intervenções de governo. Dependendo das medidas, as dores até amenizam, mas a doença permanece. E até pode aumentar de tamanho quando o efeito do remédio intervencionista passar.
PUNE E APLAUDE
O melhor mesmo é sempre deixar com o mercado aquilo que só o mercado sabe resolver. A melhor saída para todas as coisas é a liberdade, nunca a intervenção. O mercado tem enorme capacidade de mostrar o caminho para as correções. Ele pune e aplaude, dependendo do comportamento dos agentes. E encontra a própria cura.
MERCADO INTERNO
Diante de um aumento considerável do crédito para consumo interno no Brasil, a maioria das empresas daqui vai continuar crescendo. Isto, logo logo vai ser melhor percebido. E por isto o Brasil ainda vai continuar atraindo dinheiro de fora, embora em menor quantidade.
LEITO DO RIO
Enquanto os americanos estiverem mergulhados no regime de baixo consumo e de inadimplência, o mundo vai precisar se adaptar aos novos volumes de produção e vendas. Não adianta querer a volta do consumo anterior se as condições não permitem. Este é o novo curso, o novo leito do rio da economia que todos precisamos entender. O resto, gente, é conversa mole.

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