sexta-feira, maio 04, 2007

DEFENDER OS VALORES!

Resumo do editorial de domingo do La Nacion de Buenos Aires fala de valores e fins. Refere-se a Argentina, mas serviria com o mesmo texto para o Brasil de hoje.

"Os valores do esforço e do trabalho pessoais, não podem ser substituídos pelos facilismos ou as dádivas de um estado providenciário".

1. Um dos rasgos negativos de nosso tempo é o crescimento progressivo de uma cultura relativista, que leva as pessoas a ocuparem-se cada vez mais do incidental ou conjuntural e cada vez menos do transcendente. Nos dedicamos a análise dos meios que empregamos em nossa atividade cotidiana, mas não nos detemos a refletir sobre os grandes fins e os altos valores sobre os quais se fundamenta a sociedade a qual pertencemos. A questão dos fins e dos valores é o que deveria ocupar o pensamento e o interesse prioritário de quem deseja viver em um mundo melhor.

2. Nenhuma sociedade pode organizar-se sobre bases sólidas se não existe em seu seio o compromisso de preservar e fortalecer determinados valores fundamentais. Quando se generalizou, nos séculos 18 e 19, a adesão das nações civilizadas ao constitucionalismo liberal e ao regime democrático, se estendeu também - e rapidamente - pelo mundo a idéia de que certos valores jurídicos e morais básicos, como a inviolabilidade dos direitos individuais, ou o respeito irrestrito a dignidade da pessoa humana, deviam ser consagrados expressamente como princípios supremos e irremovíveis.

3. Em quase todos os países civilizados, se definiu como conseqüência, que nenhuma maioria democrática, por mais ampla que fosse, teria faculdades para alterar ou desvirtuar esses princípios constitutivos essenciais. Esses valores passaram a ser conhecidos como "cláusulas pétreas" da ordem constitucional e são fundantes. Mas é necessário que esses valores fundamentais sejam velados pela própria sociedade no seio de cada família, na relação entre pais e filhos, nos distintos âmbitos da vida cultural, nos meios de comunicação e muito especialmente, no campo educacional.

4. Defender os valores máximos de uma sociedade é tarefa e responsabilidade de todos.

5. Não podem faltar entre esses valores o que consagra e reconhece a importância do esforço e do trabalho pessoais, que de nenhuma maneira podem ser substituídos pelo facilismo ou as dádivas outorgados por um Estado onipresente ou providencialista.

6. Entre as virtudes de alcance universal, deve estar consignado a que prescreve que as pessoas têm deveres cidadãos irrenunciáveis e que, portanto devem participar em conjunto, em cada país, cidade ou bairro, na construção das instituições cívicas e políticas indispensáveis para a vida em comum e uma convivência pacifica devidamente garantida.

7. É básico que descubramos os valores que estão nas raízes de nossa organização como sociedade independente e livre. Um mundo sem valores é um mundo vazio. Devemos explorar por dentro, a nós mesmos, com a firme decisão de reconhecer e assumir na plenitude os grandes valores humanos, espirituais e sociais que presidem o melhor de nossa história e de nossa tradição cultural.

Nenhum comentário: