sexta-feira, novembro 21, 2008

UM ESTADO COM MENOR CAPACIDADE DE INTERVIR É CHAMADO A INTERVIR!

Os anos 80 trouxeram com as reformas liberais thatcher-reaganianas, a idéia do Estado como um problema, um mal a ser minimizado, retirando-o ao máximo das funções econômicas e circunscrevendo-o a suas funções precípuas na área militar, diplomática, social e da moeda. Assim mesmo, nesse último caso, separando a gestão da moeda, do governo.
Os processos de privatização e de liberalização dos mercados, do comércio exterior e dos mercados financeiro e de capitais, reduziram de fato e proporcionalmente o tamanho do Estado, seja quantitativamente, seja qualitativamente, ou seja, restringindo, reduzindo ou mesmo eliminando os instrumentos clássicos de intervenção estatal desenhados a partir da crise de 29.

O debate passou então, a um plano mais ousado: o da cessão de soberania, de forma a se ter uma economia mais ágil. Um exemplo disso é o próprio Euro e o BCE, onde os países da UE abrem mão se suas soberanias sobre suas moedas. Outro é a unificação das políticas econômicas, com o estabelecimento dos limites de referência (Tratado de Maastrich).

Num momento de crise como esse, quando se recorre ao Estado para que ele intervenha de forma a paliar a crise, esse Estado que agora é chamado, tem muito menos elementos de intervenção e de compensação e com isso sua intervenção será de alcance mais limitado nas conseqüências e no tempo.

Esse é um dos paradoxos desta crise: convoca-se um Estado que já não tem mais a mesma capacidade de intervir e produzir os desdobramentos de antes.

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