segunda-feira, julho 30, 2007

DA SÉRIE: LÁ... COMO... AQUI...! - Trechos do artigo - Federativos e Unitários no século XXI

Juan Llach - economista e sociólogo, professor da Universidade Austral. La Nacion.
1. Uma mudança que abre a possibilidade de uma federação mais genuína, é a tendência do renascer do espaço local, como renovada volta da torca da democratização e que se observa no mundo todo. Ao amparo da globalização e dos blocos econômicos ou políticos de alcance continental, que o possibilitam e estimulam, os poderes nacionais, as regiões, os Estados subnacionais e as cidades, vão ganhando mais e mais autonomia, de fato e de direito. Os exemplos proliferam, do Reino Unido à Bolívia, da ex-União Soviética à Indonésia.
2. É esta a tendência chamada de "territorialização" da política, o auge dos políticos donos de um território e a margem dos partidos nacionais. Já faz tempo havia intuído esse notável político norte-americano que foi Thomas "TIP" O Neill, ao dizer que "toda política é local".
3.
Nunca como agora (na Argentina) existiu no país semelhante expropriação para a construção de um poder com vocação hegemônica, e que agora não se limita a cooptar vontades dos estados, mas também dos municípios, com a força de um irresistível vendaval que arrasa os sonhos de construções autonômicas locais.

4.
Muitas coisas poderiam afirmar-se deste centralismo do século 21, menos sua natureza progressista. É, por definição, reacionário, porque vai à contramão das tendências universais e não está aproveitando a oportunidade, que se oferece ao país pela primeira vez, de construir afinal, um país equitativo e federado, como, aliás, manda a constituição.

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