quarta-feira, dezembro 03, 2008

O mundo esta melhor graças ao capitalismo

Para bilhões de pessoas no mundo a vida não podia ser melhor, se comparada com a de seus antepassados. Vive-se mais tempo, com mais saúde, mais conforto. Mas o mundo não está cheio de problemas e ameaças globais, como nos alerta a mídia quase todos os dias? O mundo tem muitos problemas, só que hoje tem mais soluções do que em toda sua História. É só fazer a conta dos avanços. E foi o que fez o economista Indur Goklany, (foto) delegado dos Estados Unidos junto à ONU no Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática. Os dados estão em seu livro ‘The Improving State of the World’, comentado na publicação THE SPECTATOR por Allister Heath***. O livro foi lançado no final de 2006 pelo Cato Institute.
Segundo o articulista, o livro demonstra que em cada aspecto da vida humana que possa ser mensurado – seja expectativa de vida, disponibilidade de alimentos, acesso à água limpa, mortalidade infantil, índices de alfabetização ou trabalho infantil - o bem-estar e a qualidade de vida estão melhorando em todo o mundo. E sabe quem está tirando melhor proveito disso? O pobre. É ele que está tendo o maior progresso em termos de padrão de vida, graças ao capitalismo e à tecnologia.
Allister Heath diz que o livro de Goklany é um compêndio extraordinário. Os ambientalistas radicais é que não vão gostar: seu pessimismo leva uma ducha fria quando o autor demonstra que, ao contrário do que se propaga na mídia, à medida que um país vai se tornando mais rico também se torna mais limpo e tem mais consciência em relação ao meio ambiente. A China de hoje que o diga: por causa dos Jogos Olímpicos de 2008, correu contra o tempo para “limpar” toda sujeira plantada pelos regimes comunistas.
Problemas no mundo? Muitos e sérios, reconhece o economista, como o estado de privação, doença e miséria em que vivem os povos da África subsaariana, Coréia do Norte e outras partes do mundo. Mas reconhecer a gravidade desses problemas não significa não reconhecer o enorme avanço felizmente registrado entre tantos outros povos. Para milhões de pessoas a extrema pobreza ficou no passado.
A humanidade nunca se alimentou tão bem: a porção diária de alimento nos países pobres aumentou em 38 por cento desde os anos 1960, para 2.666 calorias em média por pessoa por dia. E olha que a população desses países cresceu 83 por cento nesse período! “Esse é um progresso extraordinário que lacra, de vez, o caixão do Maltusianismo”, segundo Allister Heath.
Os preços dos alimentos caíram, em média, 75 por cento na segunda metade do século 20, graças à produtividade da agricultura e a um comércio mais livre entre os povos. Com isso, menos pessoas passam fome hoje no mundo. A taxa de subnutrição nos países pobres caiu pela metade, para 17 por cento, em contraste com a queda de um pouco mais de um terço 45 anos atrás. Em países ricos, destaca o artigo, o gasto com a cesta básica de alimentação despencou. O preço da farinha, do bacon e da batata, em comparação com a renda individual, baixou entre 82 e 92 por cento no último século; essa tendência está ocorrendo em países em desenvolvimento agora.
O fato é que: nunca antes na história da humanidade tantas pessoas ficaram livres da extrema pobreza tão rapidamente. Do final dos anos 70 para hoje, o número de pessoas ganhando US$1 por dia caiu de 16 por cento para 6 por cento; ganhando US$2 caiu de 39 para 18 por cento. Em 1980, 84 por cento da população mundial viviam em absoluta pobreza; hoje, um quinto da humanidade se encontra nessas condições.
A fome e a baixa expectativa de vida são problemas restritos agora a um pequeno número de países infelizes condenados a serem “mal governados por elites cleptocráticas ou que insistem em rejeitar o capitalismo e a globalização”, comenta o artigo.
Só há um jeito de garantir que os pobres dos países mais pobres tenham comida e agasalho: seus governos devem adotar a economia de mercado, sólidos direitos de propriedade, moeda estável, livre comércio e progresso tecnológico.
Para se ter uma noção do salto de qualidade de vida abordado no livro, um cidadão que nascia no território britânico na Idade Média se chegasse aos 30 anos de idade poderia se considerar uma pessoa de muita sorte. A expectativa média de vida era de 22 anos, antes que uma doença, a fome ou ferimentos levassem a pessoa embora. Lá pelos 1800s, graças à Revolução Industrial, a expectativa média de vida passou a ser de 36 anos –“um progresso jamais visto!”, comenta o autor – bem abaixo da média hoje dos países mais pobres ou arrasados pela guerra. Já nos anos 1950, o cidadão inglês vivia, em média, 69 anos. Hoje vive quase 78!
A expectativa de vida nos países mais pobres tem subido ainda mais rápido. Na China, saltou de 41 anos na última década de 50 para 71 anos hoje. Na Índia saltou de 39 anos para 63 anos, quase dobrando o tempo de vida de 2 bilhões de pessoas. Na média geral do mundo, em 1900 a expectativa era de 31 anos; hoje está superando os 67 anos.
Se compararmos a defasagem entre países ricos e países pobres, vamos nos assombrar como vem diminuindo. Nos 1950s, uma criança que nascesse num país próspero como a Inglaterra tinha 25 anos a mais de expectativa de vida do que uma criança que nascesse num país pobre como a Argélia. Hoje essa diferença se reduziu para 12,2 anos, graças à difusão de conhecimentos e à transferência de tecnologia no campo da saúde pública e aos avanços da medicina nos países ocidentais.
Não estamos apenas vivendo mais; estamos vivendo com mais saúde, não só nos países ricos, mas nos pobres também. A taxa de deficientes físicos nos países ricos encolheu significativamente; assim também a incidência de doenças crônicas, ao longo do século 20. Os doentes cardíacos vivem hoje mais 9 anos que no passado (apesar dos altos índices de obesidade); os que sofrem de doenças respiratórias ganharam mais 11 anos de vida (apesar da concorrência do cigarro); e os de câncer têm uma expectativa de vida de oito anos a mais.
Esses números têm um valor maior se considerarmos o lado negativo da vida moderna – as centenas de produtos quimicamente elaborados. Esses números derrubam o sempre repetido e incorreto refrão de que a poluição, a urbanização e a modernidade tornaram a vida mais perigosa. Antes da Industrialização, 200 em cada 1000 crianças morriam antes de completar um ano de idade. A mortalidade infantil hoje é de 57 para cada 1000 crianças, graças ao enorme progresso no campo da nutrição, higiene e assistência médica nos países em desenvolvimento.
As crianças não apenas vivem mais. Elas hoje passam mais sua infância na escola. O trabalho infantil ainda existe, mas está declinando consistentemente. Em 1960, um quarto de todas as crianças entre 10 e 14 anos trabalhava. Hoje, um décimo da população infantil trabalha. Como resultado, em parte, desse declínio, a taxa de analfabetismo caiu de 46 por cento em 1970 para cerca de 18 por cento hoje.
Em outro campo, os países em desenvolvimento tiveram grande progresso nos últimos 20 anos. Hoje, em muitos deles, as pessoas têm mais liberdade para escolher seus governantes e para expressar suas opiniões; esses países estão hoje mais propensos a aceitar a adoção do Estado de direito e seus cidadãos hoje estão menos dispostos a perder suas vidas, sua liberdade e suas propriedades pelos caprichos de um governante. Menos pessoas hoje labutam 18 horas numa mina; mais pessoas trabalham em escritórios e usufruem de férias.
O aumento da produtividade e o incremento tecnológico possibilitam hoje uma economia dos recursos energéticos, a redução na emissão de substâncias tóxicas como chumbo e dióxido de enxofre; proporcionam água potável mais limpa e melhor qualidade do ar. O articulista lembra que em dezembro de 1952 a grande poluição do ar em Londres que matou 4.000 pessoas agora é um mero dado histórico, assim como o Grande Fedor de 1858 quando o rio Tâmisa ficou tão poluído que os políticos britânicos tiveram que abandonar o Parlamento.
Mais dados: uma tonelada de carvão produz 12 vezes mais eletricidade nas modernas termoeletréticas do que 100 anos atrás. A intensidade de energia nos países ricos vem caindo na ordem de 1,3 por cento ao ano nos últimos 150 anos. Este ano, a demanda de petróleo em países ricos terá uma queda real, apesar do intenso crescimento econômico. Como a produtividade da terra aumentou barbaramente em relação à última década, os países do Ocidente hoje se podem dar ao luxo de substituir parte da terra destinada à agricultura por áreas de florestas.
Pode até ser que a mudança climática venha a incrementar problemas existentes como a malária, as enchentes nas zonas litorâneas e a perda de moradias, admite Goklany, mas nada disso justifica o alto grau de intervencionismo proposto no recente relatório de Sir Nicholas Stern.
Na relação custo-benefício, o que os países em desenvolvimento vão ganhar nos próximos 80 anos, com o ritmo mais rápido na promoção da qualidade de vida, vai compensar qualquer custo no aquecimento global.
Nossa melhor escolha, portanto, assegura Allister Heath comentando o livro de Goklany, é deixar que a tecnologia, o comércio e a economia global continuem a crescer sem impedimentos. E cita o economista: “se a atual taxa de desenvolvimento continuar, poderemos, em breve, estar morando num mundo onde a fome e a desnutrição tenham sido eliminadas de vez; onde a malária, a tuberculose, a AIDS e outras doenças infecciosas e parasíticas sejam resquícios na memória; e onde a humanidade possa ter suas necessidades atendidas mesmo devolvendo terra e água ao resto da natureza ... até mesmo na África subsaariana a mortalidade infantil pode ser tão baixa quanto é hoje nos EUA e a expectativa de vida pode ser igual’.
Allister Heath conclui: “A esperança é matéria prima rara nos dias de hoje no Ocidente. Ainda que tenhamos muito a progredir, nossa vitória sobre a fome e a pobreza extrema ao longo dos dois últimos séculos são as grandes conquistas da civilização. Está na hora de pararmos com a excessiva preocupação com o terrorismo, a criminalidade crescente, a migração populacional e todos os nossos outros problemas, para celebrarmos o que, de fato, conseguimos fazer de bom.”

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