terça-feira, dezembro 09, 2008

Antecipando os problemas!

É natural que os governadores, em seu terceiro ano de governo, projetem realizações, tendo em vista 2010. A pressão de seus secretários que serão candidatos a deputado também não deve ser pequena. Tudo isso se entende.
Da mesma forma os prefeitos eleitos. É natural que projetem suas promessas. Afinal, este período entre a eleição e a posse é um período de graça e felicidade, pois ainda residem no prazeroso terreno virtual, com todas as tradicionais gentilezas da imprensa neste período. E mais ainda porque, no caso deles também, alguns de seus secretários serão candidatos a deputado e também prometem.

É natural que todos torçam para que o Lula tenha razão e o Brasil seja pouco afetado pela crise. Mas não devem descartar a hipótese da crise afetar também o Brasil, com conseqüências na arrecadação, nos juros, no câmbio e na inflação.

E é exatamente quando a crise econômica avança que os governos estaduais e municipais são mais solicitados. Trabalhadores demitidos perdem seus planos de saúde. Profissionais demitidos que têm filhos em escolas pagas não têm condição de mantê-los. As famílias mais pobres pedem a seus filhos menores que ajudem nas receitas e assim cresce a evasão escolar. A criminalidade aumenta. São desdobramentos conhecidos em todas as crises econômicas no mundo todo.

E tudo isso significa maior demanda sobre os serviços públicos, que terá que responder com arrecadação menor. Por estas razões, não custa nada constituir um grupo de trabalho para desenhar um diagrama de hipóteses e alternativas e projetar a partir destas um fluxo de caixa por seis meses inicialmente. Esse GT poderia ser inaugurado com a presença de dois economistas convidados pelo governador ou prefeito, que num almoço, levantariam algumas possibilidades e parâmetros para que o GT trabalhe. Aliás, quem não fez, já está atrasado. E lembrem: o governo federal emite moeda e vocês não. Nunca o governo federal dará sinais antecipados dos problemas.

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