terça-feira, dezembro 09, 2008

EXPECTATIVA DE DESEMPREGO E AVALIAÇÃO DOS GOVERNOS!

Na campanha presidencial argentina em que Meném venceu Bordón, hoje embaixador da Argentina junto a OEA, os analistas demonstraram um equívoco, até ali pouco claro, na comunicação eleitoral em tempo de crise e desemprego. Bordón, que surpreendia no processo eleitoral e apontava para um segundo turno, concentrava sua campanha em mensagens aos desempregados.
A taxa de desemprego, mais alta ou mais baixa, não é um fator politicamente decisivo. O fundamental é se esta taxa está parada, se sobe ou se desce. Na medida em que esteja estacionada, a comunicação aos desempregados se dirige apenas a eles e estará sempre falando a minorias.

Na medida em que esta taxa esteja decrescendo, a comunicação a eles é inócua, pois estará falando a quem tem expectativa de conseguir emprego e não atinge os que estão empregados e se sentem seguros.

Mas quando a taxa de desemprego é crescente, o quadro é diferente. Outra vez os desempregados são uma minoria. Mas os que estão empregados e sentem o desemprego se aproximando quando um colega fica desempregado, ou um parente, ou um vizinho ou amigo, a taxa de insegurança chega a proporções crescentes dos empregados.

Desta forma a comunicação política dirigida aos empregados mostrando o risco que correm passa a ter um impacto muito grande pela realidade que espelha.

É essa a questão central nos próximos meses que vai dar sustentabilidade a aprovação do presidente e governadores, ou desgastá-los. Os programas compensatórios em geral atingem focalizadamente a base da sociedade, mas não resolvem a equação política.

É essa dinâmica que deve ser acompanhada pelos analistas, pelos políticos e pelos governos e que pode alterar o quadro político atual.

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