terça-feira, agosto 12, 2008

ALHEAMENTO

A pesquisa do Ibope realizada entre 15 e 17 de julho - vem prejudicada pelos fortes acontecimentos que comoveram a opinião pública carioca naqueles dias, com a tragédia da morte de um menino fuzilado por uma ação desastrada da polícia. Nem o Ibope, nem o Estado de SP, nem a TV Globo tem culpa. Mas esta é uma pesquisa que deve ser desconsiderada. A taxa de não-voto (nulo+branco+não sabe+não respondeu) cresceu para 32% (uma semana antes eram 20%). Todos caíram. Mas quando há um choque de opinião, a distribuição dos que desistiram de escolher candidato é totalmente aleatória e portanto qualquer um poderia ter caído mais ou menos. No caso dos 3 que estão empatados em terceiro lugar há 45 dias, estatisticamente não há diferença em função do aumento do não-voto em 50%.
Mas é mais complexo do que isso. As pesquisas que vão se sucedendo mostram uma enorme volatilidade de quase todos os candidatos. Muitas vezes uma mesma porcentagem não traduz um mesmo perfil de eleitor. Analisando um período de 3 meses, o que menos flutua sob qualquer ponto de vista é o candidato do PSOL, sempre na faixa dos 5%.

Este Blog já chamou a atenção quanto a inexistência de pré-campanha em 2008, seja pelos limites da legislação, seja pelos fatos de grande repercussão que ocorreram no primeiro semestre e desviaram a atenção. A pesquisa do Ibope se comparada a outras e se supõe, as anteriores do próprio Ibope mostrou um aumento de pelo menos 12 pontos no "não-voto".

Em Belo Horizonte, esta mesma pesquisa do Ibope-ESP-TVG dá ao candidato do governador e do prefeito da capital, com toda a divulgação de imprensa, meros 8%. Os líderes têm 17% e 14%. Mas o surpreendente é que em BH, o "não voto" alcançou nessa pesquisa 49% das intenções de voto. Rio e Belo Horizonte são as capitais em que as Taxas de Alheamento, são as maiores do Brasil.

O melhor que fariam os contratantes dessa pesquisa num quadro de clamor público é deixá-la de lado, esperar um pouco, e contratar outra.

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