quinta-feira, outubro 26, 2006

O levantamento da des-extrutura de nosso ensino superior

Os números fazem parte de um levantamento inédito que será lançado até o final deste ano pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, do Ministério da Educação), que desenvolveu um censo do nível superior para cada uma das 27 unidades da federação Os dados gerais do levantamento foram apresentados na 29ª reunião anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação. O ensino superior brasileiro, além de ter abrangência considerada baixa, está mal distribuído: seis dos atuais 84 cursos do país concentram 52% de todas as matrículas. O campeão em número de universitários é administração, com 621 mil. Sozinho, ele possui mais estudantes que toda a área de saúde, que inclui Medicina, Enfermagem e Psicologia, entre outros. Outros campeões de matrícula são, Direito, Pedagogia, Engenharia, Letras e Comunicação Social. Em situação oposta estão cursos ligados às ciências não chegam a 35 mil estudantes, casos de Física e de Química. No mesmo patamar estão Agronomia e Veterinária. O desequilíbrio da distribuição de matrículas no ensino superior no Brasil, que ocorreu principalmente devido as Universidades privadas – o setor detém hoje 71,7% das matrículas. Hoje, apenas 10,5% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos estão matriculados no ensino superior. As áreas com menos matrículas são arqueologia; recursos pesqueiros; museologia; têxteis, roupas, couros e calçados; ciências políticas e ciências da terra. Hoje existe a falsa ilusão de que qualquer curso superior trará a melhoria do padrão de vida e emprego. Na verdade existe é uma transferência de renda da classe média para o setor do empresariado de ensino privado. Existe um país mal educado. Existe uma desconfiança e um pavor da aposentadoria fazendo com que os mais velhos não cedam lugar aos jovens. A força de trabalho do país não esta preparada ou se preparando para um projeto de desenvolvimento nacional. Para o desenvolvimento do país é preciso de cientistas., engenheiros, profissionais de saúde e de agricultura. As instituições particulares, que hoje detém a maioria do alunato nacional preferem os cursos mais baratos, porque visam o lucro. A estrutura física do curso de química chega a custar o dobro do de administração, devido à necessidade de laboratórios especiais.

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