quarta-feira, fevereiro 25, 2009

O POLICIAMENTO INTERNO DE FAVELAS!

1. O policiamento interno e permanente de favelas pela polícia é uma necessidade. As ocupações provisórias pela polícia colocam os moradores em pânico, pois quem se mostrar simpático aos policiais será retaliado, morto, ou terá que abandonar sua casa e sair da comunidade quando os traficantes voltarem. São dezenas e dezenas de casos e o mais recente foi o fracasso da ocupação do "Alemão" em 2007, por 4 meses.

2. No entanto a ocupação esporádica fora de uma política de policiamento interno permanente servirá mais para produzir notícias boas na imprensa que para caminhar na direção de uma solução efetiva e progressiva. Em geral essas ações pontuais e emblemáticas são tentativas de criar expectativas num quadro de política de segurança fracassada.

3. Começar por uma pequena favela, vertical, íngreme, de fácil controle, pode ser uma indicação disso. Colocar 125 PMs nela, nesse caso, significa uma relação de 1 PM para 40 moradores, relação que não permitiria apontar para a universalização em longo prazo. Para 500 mil moradores em favelas, metade do total, seriam 12.500 PMs a mais.

4. Em seu programa de segurança pública em 1998, aperfeiçoado em 2002, o PFL-RJ, hoje DEM, tratou da questão, pensando na ampliação progressiva. Para isso indicou a necessidade de iniciar por uma comunidade, em aglomerados ou em conjunto seqüencial de morros. Citou as favelas da Tijuca. Com isso a relação PM/Morador seria decrescente a cada ocupação através de economia de escala.

5. A fixação de moradia de policias internamente em áreas urbanizadas ou em seu entorno criaria uma força adicional facilmente mobilizável. Essa é a lógica das milícias, que ocupam uma área com efetivo maior e após a fixação de policiais, inicialmente milicianos, na comunidade, o efetivo é reduzido drasticamente, pois os policiais fixados passam a ser uma espécie de força de reserva.

6. A escolha aleatória de comunidades, sem a possibilidade de expansão do programa, é muito melhor que nada, mas terá muito mais um impacto simbólico, tipo efeito-demonstração, que um resultado efetivo. Serão casos isolados.

7. Como, aliás, já tem sido. Exemplo disso é a comunidade ao lado do Bope, que já vem de alguns anos e não gerou efeito multiplicador, pois não significava nenhuma política de segurança, mas um projeto.

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