terça-feira, dezembro 04, 2007

SENADO! APRENDENDO COM AS RELAÇÕES POLÍTICA E MÍDIA! OU... MEU MUNDO CAIU!

1. Nos anos 50, o deputado Antonio Balbino (foto), falava a deputados de primeiro mandato que estavam polemizando com a mídia, aconselhando: - Nunca desminta a imprensa. Faça uma nova afirmação.

2. Os políticos fracos são apenas reativos à imprensa. Nas ditaduras só circula a imprensa que faz o que o governo manda. As situações intermediárias são inúmeras. De todos os matizes. O ideal é seguir o ensinamento de Balbino e entender que cada um - política e imprensa - tem seu campo, sua natureza, sua lógica de atuação.

3. No século 19, grande parte da imprensa era porta voz desta ou daquela força política. A publicidade privada dá autonomia à imprensa e cria as melhores condições para que cada um desenvolva seu próprio campo de atuação. A publicidade como fim das atividades comerciais da mídia, seu faturamento, permite se ver com maior clareza as diferenças entre mídia e política. O que é meio para um é fim para outro, ou seja, a “audiência". O limite para a mídia é a credibilidade. Para o político, o mandato.

4. A velocidade da informação e a pressa da notícia criou nos últimos anos uma escola dentro da política, de conseqüências problemáticas. Na medida que a imprensa precisa mudar de tema, de fato, de notícia, vários dos políticos cujo voto não passa pela opinião pública, desenvolveram o método do "espera que passa". Ou seja, se a imprensa bate num político em forma de campanha, seria questão de resistir um pouco, alguns dias ou semanas, mandar a família passar férias fora e esperar que o noticiário vai passar e volta "tudo como dantes como no quartel de Abrantes".

5. Foi essa "escola" que prevaleceu no caso Renan. Seria questão de resistir por algum tempo que depois as notícias sairiam da imprensa e ficaria tudo igual, com baixa memorabilidade, de sempre, pelo surgimento de tantos fatos novos. E assim foi. Quase deu certo.

6. O que não contavam é que a cobertura dos fatos alcançasse aqueles políticos que precisam de opinião pública, em especial os do PT. O PT comprou a tese do "espera que passa" e do "é como injeção que dói um tempo". Só que a natureza de seus mandatos e de outros do PMDB não é a mesma dos - renansistentes -, que prescindem disso, especialmente da grande imprensa nacional.

7. Mas o processo de cobertura chegou à opinião pública e - por esta mesma cobertura da imprensa - chegou aos senadores que não podem prescindir dela. O resultado é que tudo desmoronou. A escola do - tempo limpa tudo - se esqueceu que precisava dos que não podem deixar de lado a opinião pública. E nesse ponto a tática desmontou-se. O mundo caiu. Caiu pelo impacto nos outros. Não esperavam por essa. Que todos - em especial os "outros" aprendam.

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