terça-feira, dezembro 04, 2007

ELEIÇÕES MUNICIPAIS DESINTEGRAM A "BASE ALIADA"!

Só a ingenuidade permitiria projetar qualquer expectativa de unidade da - chamada - "base aliada", nas eleições municipais de 2008. É fácil entender. A lógica da eleição dos deputados estaduais e federais passa por eleger uma base própria de vereadores e prefeitos. Nesse sentido, de nada adianta vencer eleições se esta vitória não vier acompanhada dos parceiros próprios e diretos que os deputados atuais ajudarem a eleger.
Na dinâmica inorgânica e pulverizada do sistema eleitoral brasileiro - com voto proporcional aberto - não dá no mesmo para um deputado que seu partido eleja mais vereadores em um município. O fundamental é que o seu vereador seja eleito. Da mesma forma, de nada interessa se o prefeito eleito foi de sua coligação, se este não é aliado pessoal seu.

Esse jogo impede que - em nível municipal - a ampla e heterogênea - "base aliada" - do governo se sustente.

E tem mais. A natureza hegemonista do PT e o patrulhamento de seus setores mais radicalizados impelem suas convenções na direção de ter candidatos próprios. Coligação sim, pensam eles, mas desde que a cabeça seja do PT.

Mesmo o esforço que PCdoB, PSB e PDT farão para estarem juntos em 2008 se esfumará, a menos que um nome deles seja favorito, destacado numa certa eleição e numa grande cidade. E olhe lá.

Após as eleições vêm os entulhos de campanha, os conflitos específicos, os ganhos, as perdas... o que construirá um difícil ano de 2009, onde os cacos da "base aliada" deverão ser recolados, o que não ocorrerá em pouco tempo.

Quanto mais aliados um deputado elege, maior a probabilidade de ele mesmo se eleger em 2010. Nas eleições municipais o espalhamento será inevitável. E reagrupar depois não será tão simples quanto agrupar após as eleições nacionais, quando o quadro de deputados se decide e quem sobrou, sobrou.

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