Trechos de uma longa entrevista de "Lucho" Garzon, Prefeito de Bogotá, transcrita na edição de 09/12/2007 de "El Tiempo":
1- Eu atuei na política durante os anos 70 e 80 com o fígado; ou seja, com raiva e com ressentimento de quem queria fazer da revolução um cenário para ressarcir as exclusões de tipo econômico, social e afetivo de então. Caiu o Muro de Berlim, mas felizmente não tombou sobre mim; eu caí por cima do Muro de Berlim. Ocorre que, desde os anos 90, eu me reconcilio com a vida. Antes dos 90, havia em mim um ressentido.
2- A esquerda é amar aos outros. A direita é amar-se a si mesmo. Conheço muitos esquerdistas que atuam como a direita; egoístas, não solidários, ego-centristas. E conheço muitos que são designados de direita, que atuam com um grau muito elevado de solidariedade e de generosidade. Eu me declaro um reformista absoluto: reformas sociais, econômicas e políticas. O reformismo que represento é a luta pelos direitos, e não a luta de classes. Isso me diferencia bastante de aqueles que pretendem fazer da política um antídoto: anti-Uribe, anti-Bush, anti-Clinton, anti-TLC,... Tudo é anti, anti, anti.
3- Nos anos 70 e 80, dizíamos que necessitávamos uma guerrilha, porque havia um estado de sítio. Acabou-se o estado de sítio com a Constituição de 91. Depois, se disse que a luta contra a pobreza se fazia num cenário de guerrilha, não num outro cenário. Demonstramos o contrário, em Bogotá: reduzimos a pobreza em 61% e em 38%, a indigência; E o país também avançou. Agora, estamos discutindo o tema do delito de rebelião num momento em que a linha de ação das FARC é a de que os fins justificam todos os meios. Não se pode entrar nessa discussão, porque se acaba legitimando, de alguma maneira, o cenário das FARC.
4- Não nos lançamos em candidaturas para fazer oposição. Realizamos um governo com base no desenvolvimento de reformas e foi nisso que votou a gente. A gente não votou num discurso anti-tudo. É, nem mais, nem menos, o referendo de uma política reformista.
5- Parece-me que não teríamos podido lograr os resultados alcançados somente com o investimento político, com o não ter roubado dinheiro, com ter reorientado o orçamento, com o ter fixado metas de crescimento em Bogotá, se houvéssemos tido um entorno determinado. E esse entorno, graças ao Exército e à Polícia, enfrentou o terrorismo, enfrentou o seqüestro, mudou a situação econômica. Então, negar isso ao "uribismo!, como fator de valor agregado, me parece uma bobagem. Nós, em Bogotá, subimos para o quarto ao lado do TLC e ajudamos. Preocupou-nos o tema da segurança alimentar e o tema das drogas genéricas, e trabalhamos de modo firme, mas não nos apusemos de per se. Não creio que essa possa ser uma opção.
1- Eu atuei na política durante os anos 70 e 80 com o fígado; ou seja, com raiva e com ressentimento de quem queria fazer da revolução um cenário para ressarcir as exclusões de tipo econômico, social e afetivo de então. Caiu o Muro de Berlim, mas felizmente não tombou sobre mim; eu caí por cima do Muro de Berlim. Ocorre que, desde os anos 90, eu me reconcilio com a vida. Antes dos 90, havia em mim um ressentido.
2- A esquerda é amar aos outros. A direita é amar-se a si mesmo. Conheço muitos esquerdistas que atuam como a direita; egoístas, não solidários, ego-centristas. E conheço muitos que são designados de direita, que atuam com um grau muito elevado de solidariedade e de generosidade. Eu me declaro um reformista absoluto: reformas sociais, econômicas e políticas. O reformismo que represento é a luta pelos direitos, e não a luta de classes. Isso me diferencia bastante de aqueles que pretendem fazer da política um antídoto: anti-Uribe, anti-Bush, anti-Clinton, anti-TLC,... Tudo é anti, anti, anti.
3- Nos anos 70 e 80, dizíamos que necessitávamos uma guerrilha, porque havia um estado de sítio. Acabou-se o estado de sítio com a Constituição de 91. Depois, se disse que a luta contra a pobreza se fazia num cenário de guerrilha, não num outro cenário. Demonstramos o contrário, em Bogotá: reduzimos a pobreza em 61% e em 38%, a indigência; E o país também avançou. Agora, estamos discutindo o tema do delito de rebelião num momento em que a linha de ação das FARC é a de que os fins justificam todos os meios. Não se pode entrar nessa discussão, porque se acaba legitimando, de alguma maneira, o cenário das FARC.
4- Não nos lançamos em candidaturas para fazer oposição. Realizamos um governo com base no desenvolvimento de reformas e foi nisso que votou a gente. A gente não votou num discurso anti-tudo. É, nem mais, nem menos, o referendo de uma política reformista.
5- Parece-me que não teríamos podido lograr os resultados alcançados somente com o investimento político, com o não ter roubado dinheiro, com ter reorientado o orçamento, com o ter fixado metas de crescimento em Bogotá, se houvéssemos tido um entorno determinado. E esse entorno, graças ao Exército e à Polícia, enfrentou o terrorismo, enfrentou o seqüestro, mudou a situação econômica. Então, negar isso ao "uribismo!, como fator de valor agregado, me parece uma bobagem. Nós, em Bogotá, subimos para o quarto ao lado do TLC e ajudamos. Preocupou-nos o tema da segurança alimentar e o tema das drogas genéricas, e trabalhamos de modo firme, mas não nos apusemos de per se. Não creio que essa possa ser uma opção.
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