quarta-feira, dezembro 05, 2007

DISCUTE-SE NO BRASIL, QUALIDADE NO ENSINO. CADA VEZ QUE SE PERGUNTA, AS RESPOSTAS SÃO MÚLTIPLAS E ÀS VEZES CONTRADITÓRIAS.

O FILÓSOFO ESPANHOL FERNANDO SAVATER AJUDA A ENTENDER.

1. Em princípio, a instrução – que descreve e explica os fatos – e a educação, que pretende desenvolver capacidades e potencializar valores, são formas de transmissão cultural diferentes, mas complementares, isto é, não são de modo algum opostas nem excludentes. Para dar um exemplo: dar conta objetiva de certos sucessos e processos é instrutivo; verificar, assim, o valor da objetividade para o conhecimento humano é educativo.

2. Outro exemplo: constatar a reprovação quase universal do assassinato dentro de comunidades humanas é instrutivo; deduzir disso o notável valor da vida do próximo para os homens é educativo. Perdoem-me a obviedade, em outra vez prometo voltar a ser mais talentoso.

3. A instrução promove o conhecimento do que existe; a educação baseia-se nela para conseguir habilidades e hábitos que nos permitam fazer com elas o melhor possível com o que temos à disposição. Mas isto não implica no fato de a instrução carecer de propósito referente à maneira de viver, nem que a educação tenha permissão para converter-se em mero voluntarismo contrafator.

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