Modalidade desenvolvida por Kirchner para os - digamos - acordos eleitorais! Inventiva - digamos - braso-argentina! Hoje este Blog publica resumo do artigo (A política do Pior) a respeito, do politólogo argentino Natálio Botana, publicado em La Nacion, incluindo o uso de uma crise potencial como chantagem. Logo publicaremos o resumo do artigo do analista do Clarin, Julio Blank sobre as mesmas COLETORAS ! No Brasil a prática das COLETORAS, ocorre também, a nível parlamentar.
1. A visão desse quadro,aqui, torna-se obscura, porque as competências eleitorais podem se apresentar no quadro de opções relativamente claras, ou então obedecer à uma extrema fragmentação. Trata-se, portanto, de uma geografia de arquipélago, algo também semelhante – se insistimos com metáforas capazes talvez para descrever a confusão cidadã – num labirinto no qual somente os dirigentes políticos e seus respectivos seguidores conseguem se orientar.
2. Vale a pena recordar aquela maravilhosa criação da comédia, porque rapidamente a linguagem popular e mediática batizou essas membranas eleitorais, que a partir de diversas listas se prolongam e se multiplicam a partir de candidaturas principais, chamadas "ganchos' e "COLETORAS" e na ausência de qualquer vislumbre de disciplina partidária, trata-se então de somar votos por um lado e por outro estimular os diferentes candidatos menores.
3. O panorama está muito distante, portanto, de saturar numa medida razoável a crise de representação política inaugurada já há uns compridos cinco anos. Muito diferente das ordens que pregam as mudanças, brigam pela qualidade das instituições ou defendem a regeneração moral da vida política, esse estilo calcado na astúcia, corre o risco de perpetuar um declive com relação ao que ocorria de maneira rápida há uns vinte anos.
4. A democracia supõe uma acumulação virtuosa de aprendizagens. Nós estamos empenhados a fazer o caminho inverso: a acumulação viciosa do sub-partidarismo extremo nos partidos. Quando a divisão impera dessa maneira, as respostas podem terminar consolidando uma situação hegemônica, ou o que é tanto ou mais grave, num futuro próximo, podem contemplar outras hipóteses de alternância sujeitas à ação perversa da crise. A crise enquanto método espúrio de sucessão política, contribuiu três vezes – no final do governo de Alfonsín, no de Duhalde e igualmente no governo De La Rúa,- a derrubar governos, antecipando a entrega do poder ou provocando a renúncia do presidente.
5. Trata-se da versão argentina da " política do pior", isto é, aquela política que, sem atender o uso responsável do poder, aposta na violência ou, numa circunstância talvez mais benigna, na iminência e na inevitabilidade da crise. Esse é outro exemplo de nossa tendência à catástrofe e a interpretação patética de dificuldades que sem dúvida existem e pioram com o passar do tempo, (como exemplo, basta destacar a falta de comedimento eleitoral do Governo na questão dos gastos públicos).
6. Tal embate, deveria consistir na realização de debates nos meios de comunicação, graças ao contraponto aberto e racional de projetos dos candidatos. Nos países avançados esse é o estilo habitual visando dirimir controvérsias da democracia. Mas, entre nós, ao contrário, torna-se um fato excepcional e quase impossível.
7. A campanha se converte, dessa maneira, num diálogo de surdos. Na verdade, sempre quem está na dianteira não deseja nem escutar nem debater. Essa questão é importante porque se quiséssemos afugentar o plano inclinado da falta de comedimento e da ameaça da crise deveríamos abandonar a prática de confrontação pelo método mais construtivo da deliberação e do consenso. Está claro, que como diz o ditado, entre falar e fazer há uma grande distância.
1. A visão desse quadro,aqui, torna-se obscura, porque as competências eleitorais podem se apresentar no quadro de opções relativamente claras, ou então obedecer à uma extrema fragmentação. Trata-se, portanto, de uma geografia de arquipélago, algo também semelhante – se insistimos com metáforas capazes talvez para descrever a confusão cidadã – num labirinto no qual somente os dirigentes políticos e seus respectivos seguidores conseguem se orientar.
2. Vale a pena recordar aquela maravilhosa criação da comédia, porque rapidamente a linguagem popular e mediática batizou essas membranas eleitorais, que a partir de diversas listas se prolongam e se multiplicam a partir de candidaturas principais, chamadas "ganchos' e "COLETORAS" e na ausência de qualquer vislumbre de disciplina partidária, trata-se então de somar votos por um lado e por outro estimular os diferentes candidatos menores.
3. O panorama está muito distante, portanto, de saturar numa medida razoável a crise de representação política inaugurada já há uns compridos cinco anos. Muito diferente das ordens que pregam as mudanças, brigam pela qualidade das instituições ou defendem a regeneração moral da vida política, esse estilo calcado na astúcia, corre o risco de perpetuar um declive com relação ao que ocorria de maneira rápida há uns vinte anos.
4. A democracia supõe uma acumulação virtuosa de aprendizagens. Nós estamos empenhados a fazer o caminho inverso: a acumulação viciosa do sub-partidarismo extremo nos partidos. Quando a divisão impera dessa maneira, as respostas podem terminar consolidando uma situação hegemônica, ou o que é tanto ou mais grave, num futuro próximo, podem contemplar outras hipóteses de alternância sujeitas à ação perversa da crise. A crise enquanto método espúrio de sucessão política, contribuiu três vezes – no final do governo de Alfonsín, no de Duhalde e igualmente no governo De La Rúa,- a derrubar governos, antecipando a entrega do poder ou provocando a renúncia do presidente.
5. Trata-se da versão argentina da " política do pior", isto é, aquela política que, sem atender o uso responsável do poder, aposta na violência ou, numa circunstância talvez mais benigna, na iminência e na inevitabilidade da crise. Esse é outro exemplo de nossa tendência à catástrofe e a interpretação patética de dificuldades que sem dúvida existem e pioram com o passar do tempo, (como exemplo, basta destacar a falta de comedimento eleitoral do Governo na questão dos gastos públicos).
6. Tal embate, deveria consistir na realização de debates nos meios de comunicação, graças ao contraponto aberto e racional de projetos dos candidatos. Nos países avançados esse é o estilo habitual visando dirimir controvérsias da democracia. Mas, entre nós, ao contrário, torna-se um fato excepcional e quase impossível.
7. A campanha se converte, dessa maneira, num diálogo de surdos. Na verdade, sempre quem está na dianteira não deseja nem escutar nem debater. Essa questão é importante porque se quiséssemos afugentar o plano inclinado da falta de comedimento e da ameaça da crise deveríamos abandonar a prática de confrontação pelo método mais construtivo da deliberação e do consenso. Está claro, que como diz o ditado, entre falar e fazer há uma grande distância.
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