terça-feira, dezembro 04, 2007

70 ANOS: GETULIO VARGAS E O NOVEMBRO DE 1937!

As ações dos governos se medem tanto pelas intenções como pelos resultados. E sempre - quando se trata do passado - é básico contextualizar. Falar dos anos 30 é falar re regimes verticais e autoritários pelo mundo todo, com exceção, quase que só - da Grã-Bretanha. O primeiro governo Roosevelt nos EUA, não ficou fora disso. Sobre isso vale ler o artigo de Churchill sobre ele, publicado numa coletânea em português.
O fato é que 1937 foi uma resposta vertical à tentativas de golpe - dos partidos - comunista e integralista - nada democráticos e a debilidade dos partidos que se formavam pós constituinte de 1934, quase todos provisórios e de caráter regional.

O fato é que de 1937 saíram as três grandes forças políticas brasileiras pós-autoritárias. Os interventores que ficaram com Getulio Vargas criaram mais tarde o PSD (Benedito Valadares, Amaral Peixoto, Agamenon Magalhães...). Os interventores que não aceitaram continuar e os getulistas que rejeitaram a saída de 1937 - formaram depois a UDN (Juracy Magalhães... e o próprio Oswaldo Aranha, embaixador nos EUA). E o trabalhismo - governo-sindicatos-esquerda - antes articulado por Pedro Ernesto se estrutura a partir daí.

O Brasil com Vargas e Lindolfo Collor, no início da Revolução de 30 - constrói o segundo sistema previdenciário no mundo todo. O primeiro foi o alemão ainda no século 19 com Bismarck. No pós-37 este sistema passa a ganhar ossatura, acompanhado de leis trabalhistas.

Portanto, 1937 não pode ser tratado como mais um golpe de caudilho latino-americano. E descontextualizando programas de TV ou matérias de jornais, terminam desinformando e fazendo novela e não história nem jornalismo.

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