terça-feira, dezembro 04, 2007

LEITURA PARA O GOVERNO LULA, QUE TEM A MENTIRA COMO SUA POLÍITICA DE COMUNICAÇÃO!

Solidariedade na diferença – Trechos do artigo de RAMIN JAHANBEGLOO! El País

1. Numa famosa palestra para os dominicanos em Paris, o escritor e filósofo francês Albert Camus disse: "O diálogo só é possível entre pessoas que continuam fiéis ao que são e que dizem a verdade. O diálogo não tem sentido se não há verdade. Nenhuma cultura é humanista se ela se fecha em si mesma e se vive sem as demais. Nenhuma cultura pode representar toda a verdade da vida humana".

2. Estas palavras de Camus ressoam até hoje, num mundo de sociedades e culturas em rápida transformação. No entanto, quando Camus fala de "uma busca comum pela verdade", está sublinhando o fato de que não há sentido em engajar-se num diálogo, se os interlocutores não dizem a verdade.

3. Num mundo que perdeu confiança no poder da verdade, acreditar que, juntos, podemos viver na verdade, pode servir para curar intolerâncias e confrontos violentos. Viver na verdade reforça uma atitude moral com relação à questão mundial da diversidade e em relação às diferenças. É o ato de negar-se a participar das mentiras cotidianas que constituem a base das intolerâncias e dos fundamentalismos, tanto os laicos quanto os religiosos. Viver na verdade é, portanto, uma estratégia que requer um diálogo entre indivíduos e culturas, voltado para o rompimento do círculo vicioso de ódio e de indiferença e para evitar o efeito destrutivo das ações violentas.

4. A necessidade de nos opormos à indiferença e à violência leva-nos à pergunta – como identificar o espaço da diversidade cultural, incluindo o reconhecimento do papel desempenhado pela sociedade civil na luta pelo pluralismo social e político? A reflexão sobre o pluralismo de valores e a reação diante das diferenças culturais formam o centro do espaço que a política da diversidade conseguiu elaborar.

5. O que a política da diversidade pede não é o simples fato de tolerar as diferenças, mas de afirmá-las por si próprias e como forma de facilitar um sentimento de solidariedade e de comunidade. A diversidade cultural pressupõe formas diferentes de viver juntos e de participar da vida cultural que se deseje. A idéia do pluralismo cultural ou da interculturalidade está ligada à das diferenças no mundo.

6. Em outras palavras: ao invés de acentuar as virtudes de uma liberdade atomizadora, a política da diversidade se firma sobre a forma pela qual os cidadãos de uma sociedade podem exercer um papel mais importante na esfera pública, com base na abertura de fronteiras mentais entre os representantes de culturas distintas. No âmago desta política da diversidade, podemos descobrir uma ética de compreensão mútua, que fomente o cultivo de valores compartilhados entre todos os cidadãos.

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