1. Os períodos anteriores às campanhas eleitorais vão informando ao eleitor sobre os políticos, suas posições e posturas, sobre os governos, as conjunturas que se sucedem... Especialmente nas pré-campanhas isso ocorre com intensidade. Por isso Paul Lazarsfeld dizia que era como uma foto (daquele tempo): impregnava a imagem no celulóide para ser revelada em campanha. Nos EUA a pré-campanha - as Primárias - é uma verdadeira eleição desde um ano antes das eleições. Nos regimes parlamentares - quase sempre binários - com os chefes de governo - atual e potencial de oposição - conhecidos, todo dia é dia de campanha, pois - teoricamente - os governos podem cair a qualquer momento e as eleições serem chamadas em 45 dias.
2. No Brasil além de nada disso ocorrer, ainda há uma legislação eleitoral que proíbe a pré-campanha e a reprime drasticamente com risco de inelegibilidade. Com isso, o eleitor chega ao processo eleitoral, 90 dias antes das eleições, com baixa informação. As exceções existem quando os candidatos são os que já foram governantes ou são para eleição. Exemplo: 2000 no Rio quando os candidatos eram um ex-governador, a vice-governadora, um ex-prefeito e o prefeito. Ou seja: o eleitor estava informado. Esse ano em SP da mesma forma. Os candidatos são um ex-governador/ex-prefeito, uma ex-prefeita, um ex-governador e o prefeito. O eleitor tem todas as informações sobre os atores políticos.
3. Mas quando isso não ocorre o eleitor entra em campanha muito mais desinformado do que deveria estar. Claro, pela ausência de pré-campanha, mas também porque a cobertura política é basicamente a cobertura dos governos. Sobre esses sim há informações. Os que já foram recentemente candidatos majoritários - a governador, prefeito e senador - têm seus nomes mais lembrados e em pesquisas antes da entrada da TV aparecem mais (o eleitor só entra em campo para valer uns 10 dias depois da TV).
4. Com isso as pesquisas pré-eleitorais entre nomes que nunca governaram têm uma taxa de decisão de voto (e não intenção) baixíssima e tudo pode acontecer. Este Blog já lembrou os casos do Rio-Capital onde a população tem o maior índice de escolaridade entre as capitais e é a que mais lê jornal. Em 1992 nessa época o Data-Folha dava a Cidinha 23%, ao Albano Reis 13%, Amaral Neto 8% (havia caído, pois começou com 17% e Cidinha com 35%), Benedita 8% e Cesar Maia 7%. O primeiro turno - dois meses depois - terminou com Bené com 24%, Cesar Maia 16% e Cidinha 14%.
5. Em 1996, nessa época, o Data-Folha dava a Sergio Cabral 26%, Miro Teixeira 21%, Chico Alencar 6% e Conde 4%. Dois meses depois foram 33% para Conde, 22% para Cabral e 18% para Chico Alencar (que foi prejudicado pelo fato dos institutos todos, só terem identificado seu crescimento com atraso) e Miro Teixeira 7%. Em 2006 na Capital, Cabral tinha 42%, Crivella 22% e Denise 12%. Dois meses depois - Denise 31%, Cabral 30% e Crivella 14%.
6. As restrições no Brasil exigem dos partidos a mudança da legislação eleitoral para criar regras de pré-campanha. Que os meios de comunicação antecipem o foco em pré-candidatos de fato, que os partidos antecipem suas decisões (tem feito através de pré-convenções) para que - em eleição sem governantes, de antes ou de agora, as pesquisas retratem mais a decisão do eleitor que uma intenção difusa. Os eleitores e políticos perdem confiança nos institutos (que não fazem mais do que retratar o nível de informação pré-existente) e que não são responsáveis por intenções de voto de mínima sustentabilidade.
7. Por isso no ultimo Data-Folha, na pesquisa espontânea 79% dos eleitores do Rio-Capital não marcaram um nome sequer dos 12 apresentados.
2. No Brasil além de nada disso ocorrer, ainda há uma legislação eleitoral que proíbe a pré-campanha e a reprime drasticamente com risco de inelegibilidade. Com isso, o eleitor chega ao processo eleitoral, 90 dias antes das eleições, com baixa informação. As exceções existem quando os candidatos são os que já foram governantes ou são para eleição. Exemplo: 2000 no Rio quando os candidatos eram um ex-governador, a vice-governadora, um ex-prefeito e o prefeito. Ou seja: o eleitor estava informado. Esse ano em SP da mesma forma. Os candidatos são um ex-governador/ex-prefeito, uma ex-prefeita, um ex-governador e o prefeito. O eleitor tem todas as informações sobre os atores políticos.
3. Mas quando isso não ocorre o eleitor entra em campanha muito mais desinformado do que deveria estar. Claro, pela ausência de pré-campanha, mas também porque a cobertura política é basicamente a cobertura dos governos. Sobre esses sim há informações. Os que já foram recentemente candidatos majoritários - a governador, prefeito e senador - têm seus nomes mais lembrados e em pesquisas antes da entrada da TV aparecem mais (o eleitor só entra em campo para valer uns 10 dias depois da TV).
4. Com isso as pesquisas pré-eleitorais entre nomes que nunca governaram têm uma taxa de decisão de voto (e não intenção) baixíssima e tudo pode acontecer. Este Blog já lembrou os casos do Rio-Capital onde a população tem o maior índice de escolaridade entre as capitais e é a que mais lê jornal. Em 1992 nessa época o Data-Folha dava a Cidinha 23%, ao Albano Reis 13%, Amaral Neto 8% (havia caído, pois começou com 17% e Cidinha com 35%), Benedita 8% e Cesar Maia 7%. O primeiro turno - dois meses depois - terminou com Bené com 24%, Cesar Maia 16% e Cidinha 14%.
5. Em 1996, nessa época, o Data-Folha dava a Sergio Cabral 26%, Miro Teixeira 21%, Chico Alencar 6% e Conde 4%. Dois meses depois foram 33% para Conde, 22% para Cabral e 18% para Chico Alencar (que foi prejudicado pelo fato dos institutos todos, só terem identificado seu crescimento com atraso) e Miro Teixeira 7%. Em 2006 na Capital, Cabral tinha 42%, Crivella 22% e Denise 12%. Dois meses depois - Denise 31%, Cabral 30% e Crivella 14%.
6. As restrições no Brasil exigem dos partidos a mudança da legislação eleitoral para criar regras de pré-campanha. Que os meios de comunicação antecipem o foco em pré-candidatos de fato, que os partidos antecipem suas decisões (tem feito através de pré-convenções) para que - em eleição sem governantes, de antes ou de agora, as pesquisas retratem mais a decisão do eleitor que uma intenção difusa. Os eleitores e políticos perdem confiança nos institutos (que não fazem mais do que retratar o nível de informação pré-existente) e que não são responsáveis por intenções de voto de mínima sustentabilidade.
7. Por isso no ultimo Data-Folha, na pesquisa espontânea 79% dos eleitores do Rio-Capital não marcaram um nome sequer dos 12 apresentados.
Um comentário:
Waldemar, por falta de informação sobre os candidatos e principalmente pela ignorância que leva ao desinteresse por uma escolha decente (se é isso possível em nosso brasil varonil), muitos acabam votando nos nomes mais conhecidos.
Aqui no Rio, por exemplo, muitos devem pensar que Gabeira é alguma fruta do nordeste.
VOCÊ SABE qual o MOTIVO DE OUTROS PAÍSES MAIS CIVILIZADOS E ADIANTADOS QUE O NOSSO AINDA NÃO USAREM A URNA ELETRÔNICA? Fico imagiando que este recurso é usado aqui por ser um meio fácil de adulterar os votos. O que você acha? Meu e.mail é
ju_cappelletti@yahoo.com.br
Blog A Casa da Mãe Joana
http://puteiro-nacional.blogspot.com
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