O regime presidencialista dos EUA tem uma característica que o aproxima do parlamentarismo francês. Na França há um presidente que trata das questões de segurança e da política externa. E um primeiro-ministro que trata do governo.
Nos EUA há também dois presidentes. Só que incorporados em uma só pessoa. Há um presidente "para dentro" que exerce a função num regime quase-parlamentar. Não tem iniciativa de leis. O Congresso além de decidir sem limites, sobre o orçamento, ainda tem uma comissão mista que empenha as despesas, das quais o executivo é mero executor. Os lobbies são feitos sobre o Congresso e são oficiais. O Congresso é o ator relevante para dentro.
Mas há um segundo presidente. Aquele que coordena pessoalmente a secretaria (ministério de relações exteriores) de Estado, a secretaria de Defesa, o Pentágono, o Comando do Estado Maior das Forças Armadas, a CIA... Este é um presidente imperial, cujo poder é ilimitado e sempre que alega e demonstra questões de segurança nacional, o Congresso o acompanha em suas decisões e iniciativas de leis, de qualquer tipo.
O eleitor norte-americano vota em um voto, nos dois. Mas nunca - ou quase - vota em um presidente - que desconfie - que possa não exercer com verticalidade e autonomia a presidência imperial. O eleitor - apesar da admiração pelo personagem que cumpre - não quer um novo Carter na presidência.
Se a eleição fosse do presidente "para dentro" Obama estava eleito. Mas a decisão do eleitor sobre o presidente imperial enfraquece a candidatura de Obama e fortalece - e muito - a candidatura de McCain. Os contrastes são evidentes. Essa é uma das razões que explicam o aparente paradoxo entre o sucesso de Obama em Berlim e o empate nas pesquisas nos EUA, onde vinha liderando com seis a oito pontos, dias antes.
Nos EUA há também dois presidentes. Só que incorporados em uma só pessoa. Há um presidente "para dentro" que exerce a função num regime quase-parlamentar. Não tem iniciativa de leis. O Congresso além de decidir sem limites, sobre o orçamento, ainda tem uma comissão mista que empenha as despesas, das quais o executivo é mero executor. Os lobbies são feitos sobre o Congresso e são oficiais. O Congresso é o ator relevante para dentro.
Mas há um segundo presidente. Aquele que coordena pessoalmente a secretaria (ministério de relações exteriores) de Estado, a secretaria de Defesa, o Pentágono, o Comando do Estado Maior das Forças Armadas, a CIA... Este é um presidente imperial, cujo poder é ilimitado e sempre que alega e demonstra questões de segurança nacional, o Congresso o acompanha em suas decisões e iniciativas de leis, de qualquer tipo.
O eleitor norte-americano vota em um voto, nos dois. Mas nunca - ou quase - vota em um presidente - que desconfie - que possa não exercer com verticalidade e autonomia a presidência imperial. O eleitor - apesar da admiração pelo personagem que cumpre - não quer um novo Carter na presidência.
Se a eleição fosse do presidente "para dentro" Obama estava eleito. Mas a decisão do eleitor sobre o presidente imperial enfraquece a candidatura de Obama e fortalece - e muito - a candidatura de McCain. Os contrastes são evidentes. Essa é uma das razões que explicam o aparente paradoxo entre o sucesso de Obama em Berlim e o empate nas pesquisas nos EUA, onde vinha liderando com seis a oito pontos, dias antes.
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