Diante do fracasso anunciado na participação brasileira em Pequim, com poucas medalhas, indagamos sem rodeios: onde está a política de patrocínio? O que fazem os nossos governantes para estimular a iniciativa privada a investir no esporte? As lágrimas e o pedido de desculpas de Diego Hypólito, além de nos emocionar, deixaram ainda mais patente, para todos os que acompanham os jogos, o esforço magistral e a demonstração de competência dos nossos atletas; e por outro, a nítida falta de incentivo ao esporte nacional.
Essas olimpíadas, sediadas na China, enchem os nossos olhos com a tecnologia e a perfeição das imagens, mas também devem nos levar a um exercício de profunda reflexão sobre os rumos do esporte na "pátria de chuteiras". Quem deve pedir desculpas, o Diego ou os governantes do Brasil? Os governos do nosso País conferem ao esporte a necessária importância, ou políticos brasileiros apenas fazem discursos oportunistas, em momentos especiais, para se valerem dos feitos históricos dos nossos esportistas?
A responsabilidade maior pelo desperdício do potencial dos atletas é do Poder Executivo. Posso afirmar isso com toda isenção e experiência própria. Como governador do Paraná, tive a chance de implementar políticas públicas para assegurar um bom desempenho aos que se dedicavam e se destacavam na prática saudável dos esportes.
Não se trata de um auto-elogio, até porque não agi sozinho, mas na minha passagem pelo Executivo estadual criei a Secretaria de Esporte e a instrumentalizei para a execução de vários e bem sucedidos programas, coordenados pelo então Secretário Edson Gradia. Uma loteria, a Lotopar, foi criada especialmente para arrecadar recursos e custear o incentivo ao esporte. Cito como exemplos o Paraná Olímpico e o Frutos da Terra. O primeiro patrocinava atletas de destaque com recursos do Banco do Estado do Paraná e o Frutos da Terra se destinava a identificar jovens com potencial esportivo nas escolas paranaenses. Os mais talentosos eram indicados por professores de educação física e, depois de recebidos e homenageados com pompa pelo governador, passavam a receber salário e material esportivo para que pudessem estudar e treinar.
Os resultados alcançados foram reconhecidamente positivos, como atestam inclusive representantes da Academia. Dois professores, José Luiz e Lena, defenderam tese de doutorado sobre esporte na Universidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e ficaram surpresos com o número de atletas paranaenses competindo internacionalmente. Vinte e seis deles participavam, à época, das Olimpíadas de Atenas e os professores investigaram e descobriram que o número expressivo de atletas era conseqüência dos programas desenvolvidos no nosso governo. A imprensa nacional, à época, também investigou e chegou à mesma conclusão. Ressalto que foram iniciativas que lapidavam os atletas com criatividade e recursos oriundos da Lotopar e do Banco do Estado. O empurrão nos atletas gerava conquistas e não onerava os cofres públicos do Paraná.
A performance dos brasileiros nas Olimpíadas de Pequim nos leva a clamar pela urgente reorganização do esporte nacional. Aliás, assumi o compromisso de, a partir do próximo ano, empreender esforços para criar uma subcomissão de esportes na Comissão de Educação do Senado. O objetivo é promover o debate permanente com a participação de especialistas para motivar o Poder Executivo a adotar providências e programas, convocando também a iniciativa privada para desenvolver uma política de desportos capaz de explorar adequadamente as potencialidades brasileiras.
A nossa crítica não se dirige a nenhum dos competidores. Direciono a cobrança às autoridades constituídas do País, notadamente aos que estão investidos de uma função executiva, seja no Município, no Estado ou na União. Foi o descaso dos atuais governantes que relegou nossos atletas à própria sorte.
Devemos nos mobilizar para que nas próximas Olimpíadas o Brasil Olímpico possa fazer jus à dedicação, disciplina, aplicação e persistência de nossos atletas. Permito-me exibir o placar final: medalha de ouro aos atletas brasileiros que competiram em Pequim e cartão vermelho aos nossos governantes.
Essas olimpíadas, sediadas na China, enchem os nossos olhos com a tecnologia e a perfeição das imagens, mas também devem nos levar a um exercício de profunda reflexão sobre os rumos do esporte na "pátria de chuteiras". Quem deve pedir desculpas, o Diego ou os governantes do Brasil? Os governos do nosso País conferem ao esporte a necessária importância, ou políticos brasileiros apenas fazem discursos oportunistas, em momentos especiais, para se valerem dos feitos históricos dos nossos esportistas?
A responsabilidade maior pelo desperdício do potencial dos atletas é do Poder Executivo. Posso afirmar isso com toda isenção e experiência própria. Como governador do Paraná, tive a chance de implementar políticas públicas para assegurar um bom desempenho aos que se dedicavam e se destacavam na prática saudável dos esportes.
Não se trata de um auto-elogio, até porque não agi sozinho, mas na minha passagem pelo Executivo estadual criei a Secretaria de Esporte e a instrumentalizei para a execução de vários e bem sucedidos programas, coordenados pelo então Secretário Edson Gradia. Uma loteria, a Lotopar, foi criada especialmente para arrecadar recursos e custear o incentivo ao esporte. Cito como exemplos o Paraná Olímpico e o Frutos da Terra. O primeiro patrocinava atletas de destaque com recursos do Banco do Estado do Paraná e o Frutos da Terra se destinava a identificar jovens com potencial esportivo nas escolas paranaenses. Os mais talentosos eram indicados por professores de educação física e, depois de recebidos e homenageados com pompa pelo governador, passavam a receber salário e material esportivo para que pudessem estudar e treinar.
Os resultados alcançados foram reconhecidamente positivos, como atestam inclusive representantes da Academia. Dois professores, José Luiz e Lena, defenderam tese de doutorado sobre esporte na Universidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e ficaram surpresos com o número de atletas paranaenses competindo internacionalmente. Vinte e seis deles participavam, à época, das Olimpíadas de Atenas e os professores investigaram e descobriram que o número expressivo de atletas era conseqüência dos programas desenvolvidos no nosso governo. A imprensa nacional, à época, também investigou e chegou à mesma conclusão. Ressalto que foram iniciativas que lapidavam os atletas com criatividade e recursos oriundos da Lotopar e do Banco do Estado. O empurrão nos atletas gerava conquistas e não onerava os cofres públicos do Paraná.
A performance dos brasileiros nas Olimpíadas de Pequim nos leva a clamar pela urgente reorganização do esporte nacional. Aliás, assumi o compromisso de, a partir do próximo ano, empreender esforços para criar uma subcomissão de esportes na Comissão de Educação do Senado. O objetivo é promover o debate permanente com a participação de especialistas para motivar o Poder Executivo a adotar providências e programas, convocando também a iniciativa privada para desenvolver uma política de desportos capaz de explorar adequadamente as potencialidades brasileiras.
A nossa crítica não se dirige a nenhum dos competidores. Direciono a cobrança às autoridades constituídas do País, notadamente aos que estão investidos de uma função executiva, seja no Município, no Estado ou na União. Foi o descaso dos atuais governantes que relegou nossos atletas à própria sorte.
Devemos nos mobilizar para que nas próximas Olimpíadas o Brasil Olímpico possa fazer jus à dedicação, disciplina, aplicação e persistência de nossos atletas. Permito-me exibir o placar final: medalha de ouro aos atletas brasileiros que competiram em Pequim e cartão vermelho aos nossos governantes.
Senador Alvaro Dias - 2º Vice Presidente do Senado, vice-líder do PSDB
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