Trechos do artigo do, rabino, Sergio Bergman (foto), publicado em La Nacion. É impressionante a analogia com a situação aqui.
1. A Argentina está hoje doente de uma patologia do poder que é autocracia para governar e a democracia para eleger. Assim, nossa patologia como nação é que, na forma legítima de eleições democráticas, se escolhe por maioria quem governa, mas, uma vez que assume o poder, o retém e o concentra. Assim, a autocracia determina as políticas do Estado desde um totalitarismo sofisticado, que mantém as formas e as instituições republicanas esvaziadas de todo poder para exercer o estabelecido pela Constituição, concentrado de forma discricionária num Executivo que abusa da legalidade de necessidade e de urgência ao abortar com seus super poderes toda a legitimidade constitucional.
2. O exercício do poder fica centrado na pessoa que, isolada em si mesmo, se alimenta da própria visão, potenciando não mais a nação, mas a noção de que todos nós dependemos de uma pessoa. As instituições ficam anuladas por um personalismo de auto referência. A vida política fica, então, reduzida ao comentário editorial, que é interpretação da personalidade em que aparecem representantes que já não fazem oposição, senão a descrição da patologia de uma sociedade que, tendo recuperado a democracia, se submete ao poder sem objeção.
3. Uma vez mais, como tanto gostam os argentinos, somos espectadores em lugar de protagonistas do espetáculo lamentável em que transformamos a política. Patológico também é voltar de maneira compulsiva sempre ao passado, já não mais para recordar e fazer memória, mas sim para manipulá-la em benefício de sua própria história de que a pessoa se apropria quando a quer editar. Ao contrário, todos os que fazem uma memória sã sabem que a viagem é de ida e de volta, para retomar o sentido do futuro.
4. Política é, ao contrário do patológico, uma ciência e uma consciência, que não se centra na estrutura da personalidade, nem nos desvios institucionais desdobrados entre o que se diz e o que se faz. Política é a ação cultural de seres humanos civilizados, que fixam as regras claras do jogo, pautadas na lei, que, para além das razões de cada parte, não se caia na barbárie de cumprir as regras quando convém e vulnerá-las quando o que tem a força as quer impor.
5. Condições que a política oferece no marco da lei, tanto de forma e de espírito, para aceder, exercer, controlar e suceder um poder que, longe de ser absoluto, é uma função para implementar no concreto, um projeto que transcende as pessoas e as instituições que a administram.
1. A Argentina está hoje doente de uma patologia do poder que é autocracia para governar e a democracia para eleger. Assim, nossa patologia como nação é que, na forma legítima de eleições democráticas, se escolhe por maioria quem governa, mas, uma vez que assume o poder, o retém e o concentra. Assim, a autocracia determina as políticas do Estado desde um totalitarismo sofisticado, que mantém as formas e as instituições republicanas esvaziadas de todo poder para exercer o estabelecido pela Constituição, concentrado de forma discricionária num Executivo que abusa da legalidade de necessidade e de urgência ao abortar com seus super poderes toda a legitimidade constitucional.
2. O exercício do poder fica centrado na pessoa que, isolada em si mesmo, se alimenta da própria visão, potenciando não mais a nação, mas a noção de que todos nós dependemos de uma pessoa. As instituições ficam anuladas por um personalismo de auto referência. A vida política fica, então, reduzida ao comentário editorial, que é interpretação da personalidade em que aparecem representantes que já não fazem oposição, senão a descrição da patologia de uma sociedade que, tendo recuperado a democracia, se submete ao poder sem objeção.
3. Uma vez mais, como tanto gostam os argentinos, somos espectadores em lugar de protagonistas do espetáculo lamentável em que transformamos a política. Patológico também é voltar de maneira compulsiva sempre ao passado, já não mais para recordar e fazer memória, mas sim para manipulá-la em benefício de sua própria história de que a pessoa se apropria quando a quer editar. Ao contrário, todos os que fazem uma memória sã sabem que a viagem é de ida e de volta, para retomar o sentido do futuro.
4. Política é, ao contrário do patológico, uma ciência e uma consciência, que não se centra na estrutura da personalidade, nem nos desvios institucionais desdobrados entre o que se diz e o que se faz. Política é a ação cultural de seres humanos civilizados, que fixam as regras claras do jogo, pautadas na lei, que, para além das razões de cada parte, não se caia na barbárie de cumprir as regras quando convém e vulnerá-las quando o que tem a força as quer impor.
5. Condições que a política oferece no marco da lei, tanto de forma e de espírito, para aceder, exercer, controlar e suceder um poder que, longe de ser absoluto, é uma função para implementar no concreto, um projeto que transcende as pessoas e as instituições que a administram.
Nenhum comentário:
Postar um comentário