Aqui a votação da CPMF deu o primeiro sinal. Lá foi a votação das retenções móveis na última semana.
Em entrevista ao Clarin, o politólogo e historiador argentino Natalio Botana (foto) analisa do ponto de vista da teoria, da história e da dinâmica política argentina, a votação no senado decidida em voto de minerva pelo vice-presidente contra o governo. Abaixo trechos de suas respostas.
1. É muito interessante o que ocorreu, porque toca a questão central da representação parlamentar. A quem responde o parlamentar ? Ao partido? A seu estado? A sua liberdade e consciência? A raiz do Parlamento consiste em que o representante é livre, não tem um mandato imperativo, nem de sua região, nem dos cidadãos. Esse é o mistério da representação política cuja teoria começou a esboçar-se a fins do século 18.
2. Desde o ponto de vista do que é um Parlamento e das funções de um vice-presidente, Cobos atuou com absoluta coerência. Pela primeira vez um vice-presidente serve para decidir nesse momento crucial, como manda a Constituição: desempatar no Senado.
3. Aqui se produz outro cruzamento muito importante entre representação política e mobilização cidadã. Isso que - com muito cuidado - chamo do “poder nas ruas". Não há duvida nenhuma que essa cultura dos piquetes se estendeu por toda a sociedade argentina e atravessa todas as classes sociais. Aqui intervêm também os estilos políticos, que buscam as ruas, a panela, para pressionar as autoridades sem mediações. A Argentina oscila subjetivamente entre uma reprodução hegemônica do Poder Executivo e a reação que frente a isso produz o poder das ruas.
4. Teria sido terrivelmente grave para o país que este conflito tivesse sido resolvido nessa relação cara a cara entre um Poder Executivo hegemônico e o Poder das Ruas.
5. Uma das chaves da política que está em marcha desde 2003, é a combinação de um federalismo político muito ativo no plano eleitoral com um unitarismo fiscal que reforça o poder do Executivo para alocar sanções à oposição e recompensas aos leais, o que exige uma reforma fiscal abrangente.
Em entrevista ao Clarin, o politólogo e historiador argentino Natalio Botana (foto) analisa do ponto de vista da teoria, da história e da dinâmica política argentina, a votação no senado decidida em voto de minerva pelo vice-presidente contra o governo. Abaixo trechos de suas respostas.
1. É muito interessante o que ocorreu, porque toca a questão central da representação parlamentar. A quem responde o parlamentar ? Ao partido? A seu estado? A sua liberdade e consciência? A raiz do Parlamento consiste em que o representante é livre, não tem um mandato imperativo, nem de sua região, nem dos cidadãos. Esse é o mistério da representação política cuja teoria começou a esboçar-se a fins do século 18.
2. Desde o ponto de vista do que é um Parlamento e das funções de um vice-presidente, Cobos atuou com absoluta coerência. Pela primeira vez um vice-presidente serve para decidir nesse momento crucial, como manda a Constituição: desempatar no Senado.
3. Aqui se produz outro cruzamento muito importante entre representação política e mobilização cidadã. Isso que - com muito cuidado - chamo do “poder nas ruas". Não há duvida nenhuma que essa cultura dos piquetes se estendeu por toda a sociedade argentina e atravessa todas as classes sociais. Aqui intervêm também os estilos políticos, que buscam as ruas, a panela, para pressionar as autoridades sem mediações. A Argentina oscila subjetivamente entre uma reprodução hegemônica do Poder Executivo e a reação que frente a isso produz o poder das ruas.
4. Teria sido terrivelmente grave para o país que este conflito tivesse sido resolvido nessa relação cara a cara entre um Poder Executivo hegemônico e o Poder das Ruas.
5. Uma das chaves da política que está em marcha desde 2003, é a combinação de um federalismo político muito ativo no plano eleitoral com um unitarismo fiscal que reforça o poder do Executivo para alocar sanções à oposição e recompensas aos leais, o que exige uma reforma fiscal abrangente.
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