Dentro de alguns dias, o ataque às torres gêmeas completará 5 anos. Sabemos o que aconteceu, pois vimos pela TV com horror os choques sucessivos de duas aeronaves contra os prédios. Mais de 3 mil pessoas morreram e bilhões tiveram suas vidas mudadas para sempre, no atentado terrorista mais vergonhoso e chocante da história, que tomara jamais seja superado.
O que ainda incomoda, passados 5 anos, é que faltam dois elementos concretos no episódio: um motivo pontual e um autor comprovado. Quanto ao motivo (ou conjunto de motivos), nada é absolutamente conclusivo. Não se tem sequer uma declaração formal de qualquer grupo sobre o motivo do ataque. Falta também um autor que, mesmo confesso, realmente convença.
Supondo-se que tenha sido Osama Bin Laden o autor intelectual e estimulador do evento, tendo ele obtido pleno êxito em sua execução, nada mais natural seria se houvesse um vídeo declarando a “vitória” da Al Qaeda contra os “infiéis”. Ao contrário, Bin Laden declarou nada ter tido a ver com o atentado e, portanto, podemos estar diante de um fato histórico sem motivo objetivo e sem autor confesso ou descoberto.
Coisas do terceiro milênio.
Aqui também prosperam casos estranhos, em que falta pelo menos um elemento que configure um fato completo e juridicamente capaz de ser contemplado como previsto em lei. O mais famoso é o assassinato do Prefeito de Santo André, Celso Daniel.
Temos, no caso em questão, um conjunto de autores, uma vítima, uma trama que envolve requintes quase de literatura policial, mas faltam duas partes importantes, pelo menos para que nós, leitores, possamos fazer um juízo correto do episódio. Trata-se, ao contrário do que dizem os petistas, de um crime altamente incomum, por causa exatamente das duas “pernas” que faltam e passo a descrever.
Primeiro, o motivo: Afinal, mataram Celso Daniel porque ele era contra a corrupção ou porque ele estava contra alguns corruptores? Ele morreu (e outras 7 pessoas o sucederam no “crime comum”) porque estava sendo pressionado e não estava aceitando? Morreu, afinal, por ser muito honesto ou por ser muito desonesto?
Segundo: Quem matou? Os dados até agora comprovam que foi morto por um grupo de pessoas. Quem são essas pessoas, porque não foram investigadas a fundo por sua relação, direta ou indireta, com negócios envolvendo a prefeitura municipal?
Mistério, desta vez no submundo do terceiro milênio.
Mais recentemente, os ataques do PCC na capital paulista. Quais os motivos para tanta balbúrdia? Quais as reivindicações? Quais as motivações, pelo menos, para tamanha movimentação de bandidos? Há uma relação entre os ataques e o momento eleitoral que se vive hoje? Afinal, quais os motivos e, principalmente, QUAIS AS VÍTIMAS do PCC em São Paulo? Quem são o “alvo” dos ataques?
Este último caso se parece muito com os outros dois anteriores. Ao compararmos os ataques do PCC com os atentados do 11 de setembro, o que temos em comum é a atitude covarde e de molde terrorista. Mas há outros detalhes comuns. Os autores não comemoram seus êxitos e, pela não-comemoração, tornam os feitos menos importantes. A ausência de um responsável comprovado, definido e único é prejudicial à avaliação do fenômeno que se abate sobre os paulistanos, principalmente.
Outro detalhe importante é o motivo do crime, o objeto do desejo do malfeitor. No caso dos ataques do PCC não há nada claro nem definido sobre quais os resultados desejados do crime, a famosa “compensação”. O resultado desejável de um crime é que ele “compense” de alguma forma. Alguém tem como apontar a compensação para os crimes do PCC?
O novo milênio adentra quebrando paradigmas outrora previstos não só nos códigos penais como nos contos de Agatha Christie, de Maigret, de Raymond Chandler e tantos outros. Agora, para que haja um crime, basta a vítima. O autor e o motivo são cada vez menos importantes.
Que saudade dos tempos em que o bandido era só um cara ruim, mas conhecido no fim do livro.
O que ainda incomoda, passados 5 anos, é que faltam dois elementos concretos no episódio: um motivo pontual e um autor comprovado. Quanto ao motivo (ou conjunto de motivos), nada é absolutamente conclusivo. Não se tem sequer uma declaração formal de qualquer grupo sobre o motivo do ataque. Falta também um autor que, mesmo confesso, realmente convença.
Supondo-se que tenha sido Osama Bin Laden o autor intelectual e estimulador do evento, tendo ele obtido pleno êxito em sua execução, nada mais natural seria se houvesse um vídeo declarando a “vitória” da Al Qaeda contra os “infiéis”. Ao contrário, Bin Laden declarou nada ter tido a ver com o atentado e, portanto, podemos estar diante de um fato histórico sem motivo objetivo e sem autor confesso ou descoberto.
Coisas do terceiro milênio.
Aqui também prosperam casos estranhos, em que falta pelo menos um elemento que configure um fato completo e juridicamente capaz de ser contemplado como previsto em lei. O mais famoso é o assassinato do Prefeito de Santo André, Celso Daniel.
Temos, no caso em questão, um conjunto de autores, uma vítima, uma trama que envolve requintes quase de literatura policial, mas faltam duas partes importantes, pelo menos para que nós, leitores, possamos fazer um juízo correto do episódio. Trata-se, ao contrário do que dizem os petistas, de um crime altamente incomum, por causa exatamente das duas “pernas” que faltam e passo a descrever.
Primeiro, o motivo: Afinal, mataram Celso Daniel porque ele era contra a corrupção ou porque ele estava contra alguns corruptores? Ele morreu (e outras 7 pessoas o sucederam no “crime comum”) porque estava sendo pressionado e não estava aceitando? Morreu, afinal, por ser muito honesto ou por ser muito desonesto?
Segundo: Quem matou? Os dados até agora comprovam que foi morto por um grupo de pessoas. Quem são essas pessoas, porque não foram investigadas a fundo por sua relação, direta ou indireta, com negócios envolvendo a prefeitura municipal?
Mistério, desta vez no submundo do terceiro milênio.
Mais recentemente, os ataques do PCC na capital paulista. Quais os motivos para tanta balbúrdia? Quais as reivindicações? Quais as motivações, pelo menos, para tamanha movimentação de bandidos? Há uma relação entre os ataques e o momento eleitoral que se vive hoje? Afinal, quais os motivos e, principalmente, QUAIS AS VÍTIMAS do PCC em São Paulo? Quem são o “alvo” dos ataques?
Este último caso se parece muito com os outros dois anteriores. Ao compararmos os ataques do PCC com os atentados do 11 de setembro, o que temos em comum é a atitude covarde e de molde terrorista. Mas há outros detalhes comuns. Os autores não comemoram seus êxitos e, pela não-comemoração, tornam os feitos menos importantes. A ausência de um responsável comprovado, definido e único é prejudicial à avaliação do fenômeno que se abate sobre os paulistanos, principalmente.
Outro detalhe importante é o motivo do crime, o objeto do desejo do malfeitor. No caso dos ataques do PCC não há nada claro nem definido sobre quais os resultados desejados do crime, a famosa “compensação”. O resultado desejável de um crime é que ele “compense” de alguma forma. Alguém tem como apontar a compensação para os crimes do PCC?
O novo milênio adentra quebrando paradigmas outrora previstos não só nos códigos penais como nos contos de Agatha Christie, de Maigret, de Raymond Chandler e tantos outros. Agora, para que haja um crime, basta a vítima. O autor e o motivo são cada vez menos importantes.
Que saudade dos tempos em que o bandido era só um cara ruim, mas conhecido no fim do livro.
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