terça-feira, agosto 29, 2006

Alckmin no Jornal da Globo: "Vai ter segundo turno; nós vamos ganhar"

Geraldo Alckmin concedeu, no início desta madrugada, entrevista ao Jornal da Globo. Teve um bom desempenho. Fez um crítica dura ao governo Lula, adequada à linguagem de uma entrevista. Abaixo, uma síntese. Segue o link do JG, com a íntegra.
POLÍTICA ECONÔMICA DE LULA
“A política é ruim na medida em que a política fiscal aumenta impostos, e o Brasil precisa do contrário. Hoje, o que nós temos (...)? Aumento de gastos e aumento de impostos. Eu vou fazer o contrário: vou reduzir os gastos e reduzir impostos, para o país poder crescer. Ela (a política) é ruim na medida em que a taxa de juros é muito alta, a maior do mundo. Porque a política fiscal é de má qualidade, e aí o país não cresce. E ela é ruim porque o câmbio – hoje nós temos o dólar artificialmente desvalorizado, e aí você começa a ter crise, na agricultura, na indústria têxtil, de sapato, de brinquedo, automobilística.(...). o candidato Lula prometeu 10 milhões de empregos, e não chegou à metade. O Brasil cresceu ano passado 2,3% do PIB, foi o penúltimo, só na frente do Haiti. É preciso verificar o contexto em que nós estamos. A Argentina cresceu 9%. Crescendo 2,5% ao ano, nós vamos levar 100 anos para dobrar a renda per capita. (...)”
CORTE DE GASTOS E INVESTIMENTOS SOCIAIS
“(...) A grande despesa do governo é juros. Cada 1% na taxa Selic representa quase R$ 8 bilhões, R$ 9 bilhões. Segundo, custeio; veja o desperdício. O que é o Sanguessuga? É o sobrepreço na compra de ambulâncias. O Brasil precisa ter 34 ministérios? Não precisa. (...) Dois por cento da taxa Selic já dá R$ 18 bilhões. (...) O Brasil precisa crescer, sem crescimento, não tem solução. E o Brasil crescendo, e você não deixando crescer os gastos correntes, abre o espaço para poder investir. (...)”
QUAIS IMPOSTOS BAIXAR?
“Começando pelo Imposto de Renda, porque hoje os assalariados de menor renda pagam o Imposto de Renda. E, analisando as cadeias produtivas, você tem IPI, você tem as contribuições todas. Então, eu entendo que é possível sim, nós fizemos isso. (...) Isso é o que eu aprendi a fazer com Mário Covas: fazer ajuste fiscal, para não ter desperdício. Acho que o que Brasil precisa é ter eficiência no gasto público, para poder fazer mais, fazer melhor, arrumar as estradas, fazer saneamento básico – 100 milhões de pessoas não têm rede de esgoto, 30 milhões de pessoas não têm rede de água – , as estradas esburacadas. Alguma coisa está errada. O governo tem quase 40% de carga tributária e não tem dinheiro para investir.
POLÍTICA SOCIAL É A MESMA DO PT?
“A rede de proteção social, ela começou conosco. Quem implantou a rede de proteção social foi o presidente Fernando Henrique. Ela mudou de nome, foi ampliada, e nós vamos manter. Agora, o Brasil não pode viver só disso. O Brasil precisa crescer, precisa ter emprego e renda. Eu pretendo mudar três coisas, nós somos bem diferentes: primeiro, o aspecto ético. Primeira coisa. Eliminar essa praga da corrupção. Segundo, gestão, governo que funcione, governo que seja eficiente. E terceiro, o Brasil voltar a crescer, voltar a ser um país de oportunidades.”
CRIME ORGANIZADO
“O governo de são Paulo retirou das ruas 90 mil criminosos. Nós tínhamos em torno de 50 mil presos, hoje temos 144 mil presos. E os índices de criminalidade, todos caíram: homicídio, latrocínio (...) Os líderes do crime organizado estão presos em tranca dura, Regime Disciplinar Diferenciado, estão detidos lá. (...) Como presidente da República, vou trabalhar e vou enfrentar essa questão (...) E eu não tenho medo do crime organizado, eu tenho lado. (...) A lógica do bandido, do ladrão, é o maior benefício material com o mínimo de risco de vida. Não interessa para ele ganhar dinheiro se ele vai morrer. Então, a polícia está aqui, ele passa longe. Qual lógica tem o criminoso de atacar polícia? (...) Isso é feito porque o governo foi duro (...) e [porque] eles querem interferir no processo eleitoral (...).Eu fiz 75 unidades prisionais. O governo federal conseguiu, em quatro anos, fazer uma penitenciária, que tem até agora 30 presos. (...)”
REFORMA POLÍTICA
“A corrupção não se combate com reforma política. Corrupção se combate com cadeia. É questão de polícia. Não tem reforma política que vai resolver problema de desvio de dinheiro. Você pode melhorar a governabilidade, isso pode. Por isso que eu disse: em janeiro, eu pretendo mandar a minha proposta de reforma política, e não tem o menor sentido fazer uma outra Constituição brasileira. Veja que absurda essa proposta do candidato Lula: você pára o Brasil para fazer uma outra Constituição. Com uma Constituição que não tem 18 anos. A Constituição Americana tem mais de 200 anos. Para fazer uma reforma política, o que é essa reforma? É fidelidade partidária, não precisa fazer uma Constituinte. É voto distrital. Não tem mais nada além de duas, três coisas. O problema do Brasil não é esse. O problema do Brasil é de seriedade, é de probidade, é de acabar com a impunidade. (...)”
REFORMA DA PREVIDÊNCIA
“(...) Querer tirar o piso do aposentado (...). Eu sou contra. Não vou fazer isso. A outra, você ter uma idade mínima para um Brasil cuja expectativa de vida média é tão diferente, mas tão diferente? Se você estabelece uma expectativa, um limite de idade, vai punir as regiões mais pobres e as pessoas mais pobres, que morrem mais cedo. Você tem regiões do Brasil em que a expectativa média de vida é menor que 65 anos de idade. Se for 65, ninguém vai aposentar. Então, o problema da Previdência, é que metade dos trabalhadores está na informalidade. (...)
VAI DAR TEMPO?
“Nós estamos crescendo, todas as pesquisas indicam. Vai ter segundo turno, não tenho a menor dúvida. Agora é que começa a ter uma atenção maior, os temas são colocados, a população presta mais atenção, se sintoniza melhor. E no segundo turno nós vamos ganhar a eleição.”

Clique aqui para ler a íntegra da entrevista no site do Jornal da Globo

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