
Campanha contra mensaleiros
Mas ele avalia que, no geral, houve uma melhora no padrão do eleitor brasileiro. "Além disso, temos a atuação de ONGs e instituições que estão apurando as informações. É o caso da ONG transparência Brasil que, não por acaso, está recebendo ameaças e protestos do PT, porque coloca claramente aos eleitores: nada de votar em mensaleiros". A jornalista Lillian Witte Fibe ainda questiona se não foi exatamente esse o recado que o Ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Marco Aurélio, deu em seu pronunciamento no início do horário eleitoral, com recados como: prestem atenção na biografia do candidato, não votem em pessoas sobre as quais há suspeitas. O professor concorda e afirma que o Ministro só não usou a palavra "mensaleiros" pelo empecilho de ser uma autoridade.
Para Roberto Romano, há um defeito nas eleições brasileiras que deve ser corrigido o quanto antes. "Os partidos podem apresentar candidatos que não têm a ficha pública limpa. No entanto, um cidadão que concorre a um cargo público deve ter uma reputação ilibada", afirma. "Aquele que vai fazer a lei, que foi acusado com provas, absolvido por votos secretos, votos de pessoas que estão agora envolvidas ainda mais em corrupção com o caso dos sanguessugas, é apresentado apenas para atrair votos ao partido". Situação essa que, para o professor, mostra uma triste realidade da política brasileira. "Estão todos se devorando.
Eles estão devorando a carne da República, a cada momento estamos chegando mais no osso."
Mesmo com tantas críticas, o especialista acredita que não podemos generalizar os políticos brasileiros. "Existem deputados isentos no Parlamento. Aqueles que bateram o pé e conseguiram instaurar a CPI dos Sanguessugas merecem todo o respeito do povo brasileiro. Nós não estamos no paraíso, nem no inferno. Mas é evidente que o demônio anda no meio da política com o rabo erguido". Perguntado por Lillian sobre Collor e José Roberto Arruda, o professor só foi capaz de uma única resposta: "sobre eles eu me permitiria não comentar, porque nesse caso o silêncio é mais eloqüente."
Nenhum comentário:
Postar um comentário