A Colômbia acaba de oferecer ao mundo um exemplo digno de ser seguido e replicado nos quatro cantos do planeta. O início das negociações entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) foi uma demonstração de sensatez, maturidade política e equilíbrio de um dirigente a quem o povo daquele país delegou poderes para conduzir os seus destinos.
Sob o estigma de um conflito que se arrasta há mais de 40 anos, o presidente Álvaro Uribe Vélez, reeleito em maio último com uma plataforma que ratificava o compromisso assumido desde o seu primeiro mandato de manter o mesmo rigor no combate ao terrorismo e ao narcotráfico, foi capaz de flexibilizar e permitir que fossem iniciadas as negociações com a guerrilha em busca do estabelecimento de um pacto humanitário entre as partes conflitantes.
O gesto deste filho da cidade de Medelín se reveste de magnitude ainda maior se recordarmos que ele próprio foi alvo de inúmeros atentados quase fatais e teve a vida do seu próprio pai ceifada pelas Farc no passado.
O ato de deflagrar um processo de entendimento para pôr fim a uma guerra insurrecional, que arrastou o país a um ciclo interminável de violência urbana e rural, demonstra que a estratégia adotada para combater a guerrilha foi acertada e firme.
O seu antecessor Andrés Pastrana – que governou de 1999 a 2002 – cometeu um grave equívoco ao estabelecer uma trégua baseada na fixação de uma zona desmilitarizada de aproximadamente 42 mil km2, cujo espaço acabou servindo de “teatro de operações” para as Farc. Nessa extensão concedida os revolucionários edificaram suas trincheiras e instalaram a infra-estrutura que abrigou a indústria dos seqüestros, os campos de treinamento e o cultivo da coca, além da instalação de laboratórios para o refino da pasta da droga.
No final da gestão Pastrana era visível o fortalecimento e a intensificação das ações criminosas, planejadas num território livre pelo qual não transitavam nem o exército nem as forças policiais. Quando se deu conta de que o acordo havia sido um logro era tarde demais.
Ao assumir a presidência da República em 2003 Álvaro Uribe recuperou o terreno perdido, a partir de ações enérgicas e bem articuladas. Sem hesitar diante do grave quadro institucional que ameaçava comprometer irremediavelmente o futuro dos colombianos, ele firmou acordos com os Estados Unidos e recebeu aporte financeiro para equipar as forças armadas, sem recusar inclusive o oferecimento de treinamento especializado.
Pouco a pouco foram sendo dizimados os focos de guerrilha e neutralizadas as forças paramilitares que proliferaram nos anos de chumbo. A ofensiva militar deixou de ser pontual e adquiriu um caráter sistemático. Os resultados foram ostensivos. Os índices de criminalidade foram reduzidos consideravelmente e houve uma interrupção na seqüência de seqüestros.
A primeira etapa das atuais negociações será marcada pela troca de prisioneiros por reféns da guerrilha. Entre os mantidos em cativeiro pelas Farc encontra-se uma senadora – Ingrid Betancourt – seqüestrada desde 2002. Os termos impostos por Uribe para entabular negociações são bastante rígidos para não possibilitar que se repita a fraude anterior. A zona desmilitarizada, que será o palco da troca de reféns, estará restrita a apenas dois municípios, vigorará por apenas 45 dias e será interditada tanto às forças oficiais como às da guerrilha.
Enquanto assistimos a Colômbia perfilar equilíbrio e bom senso, numa outra ponta do globo a Coréia do Norte põe em linha um arsenal de insensatez. O teste atômico anunciado por aquele país é um golpe certeiro que volta a abrir uma perigosa temporada da proliferação nuclear. O artefato deflagrado sob os auspícios de um tresloucado senhor Kim ameaça impor um novo e preocupante mosaico geopolítico. Só nos resta torcer para que prosperem iniciativas de paz similares à da Colômbia.
Sob o estigma de um conflito que se arrasta há mais de 40 anos, o presidente Álvaro Uribe Vélez, reeleito em maio último com uma plataforma que ratificava o compromisso assumido desde o seu primeiro mandato de manter o mesmo rigor no combate ao terrorismo e ao narcotráfico, foi capaz de flexibilizar e permitir que fossem iniciadas as negociações com a guerrilha em busca do estabelecimento de um pacto humanitário entre as partes conflitantes.
O gesto deste filho da cidade de Medelín se reveste de magnitude ainda maior se recordarmos que ele próprio foi alvo de inúmeros atentados quase fatais e teve a vida do seu próprio pai ceifada pelas Farc no passado.
O ato de deflagrar um processo de entendimento para pôr fim a uma guerra insurrecional, que arrastou o país a um ciclo interminável de violência urbana e rural, demonstra que a estratégia adotada para combater a guerrilha foi acertada e firme.
O seu antecessor Andrés Pastrana – que governou de 1999 a 2002 – cometeu um grave equívoco ao estabelecer uma trégua baseada na fixação de uma zona desmilitarizada de aproximadamente 42 mil km2, cujo espaço acabou servindo de “teatro de operações” para as Farc. Nessa extensão concedida os revolucionários edificaram suas trincheiras e instalaram a infra-estrutura que abrigou a indústria dos seqüestros, os campos de treinamento e o cultivo da coca, além da instalação de laboratórios para o refino da pasta da droga.
No final da gestão Pastrana era visível o fortalecimento e a intensificação das ações criminosas, planejadas num território livre pelo qual não transitavam nem o exército nem as forças policiais. Quando se deu conta de que o acordo havia sido um logro era tarde demais.
Ao assumir a presidência da República em 2003 Álvaro Uribe recuperou o terreno perdido, a partir de ações enérgicas e bem articuladas. Sem hesitar diante do grave quadro institucional que ameaçava comprometer irremediavelmente o futuro dos colombianos, ele firmou acordos com os Estados Unidos e recebeu aporte financeiro para equipar as forças armadas, sem recusar inclusive o oferecimento de treinamento especializado.
Pouco a pouco foram sendo dizimados os focos de guerrilha e neutralizadas as forças paramilitares que proliferaram nos anos de chumbo. A ofensiva militar deixou de ser pontual e adquiriu um caráter sistemático. Os resultados foram ostensivos. Os índices de criminalidade foram reduzidos consideravelmente e houve uma interrupção na seqüência de seqüestros.
A primeira etapa das atuais negociações será marcada pela troca de prisioneiros por reféns da guerrilha. Entre os mantidos em cativeiro pelas Farc encontra-se uma senadora – Ingrid Betancourt – seqüestrada desde 2002. Os termos impostos por Uribe para entabular negociações são bastante rígidos para não possibilitar que se repita a fraude anterior. A zona desmilitarizada, que será o palco da troca de reféns, estará restrita a apenas dois municípios, vigorará por apenas 45 dias e será interditada tanto às forças oficiais como às da guerrilha.
Enquanto assistimos a Colômbia perfilar equilíbrio e bom senso, numa outra ponta do globo a Coréia do Norte põe em linha um arsenal de insensatez. O teste atômico anunciado por aquele país é um golpe certeiro que volta a abrir uma perigosa temporada da proliferação nuclear. O artefato deflagrado sob os auspícios de um tresloucado senhor Kim ameaça impor um novo e preocupante mosaico geopolítico. Só nos resta torcer para que prosperem iniciativas de paz similares à da Colômbia.
Senador Alvaro Dias – líder da oposição e vice-presidente nacional do PSDB
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