Pelo que revelam as últimas pesquisas, a nossa eleição presidencial já está praticamente decidida. O esforço que muita gente fez, principalmente neste segundo turno, para tentar uma virada pró Alckmin não está dando resultado. Embora restando ainda poucos dias para a eleição é bom ir se preparando: com Lula reeleito o Brasil dará continuidade ao seu projeto social-populista. Isto é muito ruim?
A HISTÓRIA CONTA
A história conta, com total transparência, que os países de economia forte, que mais produzem e tem a melhor distribuição de renda, são aqueles que vivem num ambiente capitalista, de economia de mercado. São países que têm custos sociais adequados às suas receitas fiscais, com baixa carga tributária. Receita infalível para que os investimentos prosperem, aumentem a renda dos povos e se estabeleça, assim, um círculo virtuoso de crescimento e desenvolvimento.
O CAMINHO ERRADO
Já os países que procuraram o caminho do populismo, do socialismo, do assistencialismo, pelo alto custo que representa o processo, não decolam. Certos países que, em outros tempos, conseguiram posições invejáveis no crescimento social e econômico, ao enveredarem para o social-populismo acabaram perdendo tudo. Entraram no círculo vicioso que só dificultaram a vida de seus cidadãos. Um exemplo? A Argentina.
ARGENTINA
Como bem lembra Cândido Prunes, em artigo escrito recentemente, a Argentina, que já foi a 4ª economia do mundo, optou por dar uma guinada estúpida quando acabou a 2ª Guerra Mundial. Prunes, com toda a razão, disse: O Coronel Perón, ainda adorado pelo povo argentino como se viu ontem, foi eleito presidente do país vizinho em 1946, conquistando 54% dos votos. A Argentina saíra rica da II Guerra, tanto que Perón reconhecera que entrou no Banco de la Nación tropeçando em barras de ouro. As reservas de ouro e moedas conversíveis atingiam a quantia de US$ 1,2 bilhão, à qual se somavam US$ 0,43 bilhão de moedas bloqueadas. Tanto a agricultura quanto a indústria vinham trabalhando a toda carga atendendo aos mercados interno e externo.
CENÁRIO
O cenário econômico mundial do pós-guerra não poderia ser mais favorável para um país como a Argentina: excedentes agrícolas disponíveis e um parque industrial moderno, inclusive com tecnologia de ponta, que geravam empregos e garantiam uma balança comercial superavitária. Tanto que europeus em massa acorriam para Buenos Aires em busca de prosperidade.
LULA-PERÓN
Mas o governo do Coronel Perón implementou uma agenda socialista. O Estado argentino passou a ser um agente da distribuição de riqueza (na verdade, inchando a burocracia assistencialista, sem resolver o problema da miséria). Os sindicatos foram fortalecidos conseguindo, a força de greves, elevados ganhos reais (correspondentes a 70% no período 1945-49). Diversas gangues de criminosos se instalaram no poder, a principal delas liderada pela Primeira Dama e seu irmão. Ela foi provavelmente a primeira na América do Sul a empregar a técnica de extrair recursos do Tesouro por meio de uma ONG, no caso, a fundação que levava seu próprio nome. O aparelho estatal argentino foi “peronizado”, incluindo as universidades e a mídia. Até a Suprema Corte perdeu autonomia. As despesas públicas na Argentina dispararam no período, elevando-se para 34,3% do PIB em 1947-48, quase o dobro do verificado três anos antes.
Se reeleito, o atual presidente brasileiro tem tudo para tornar-se o Perón do Brasil. Suas políticas continuarão a prejudicar os miseráveis e a esmagar a classe média. Mas o povo cego pelo seu carisma é capaz de sufragá-lo, achando que é um dos seus e que lutará pelo que é justo. E, mesmo depois de morto, não faltarão sucessores para continuar infelicitando a Nação em nome de velhos ideais que demonstraram ser tremendos fracassos.
O Lula-Perón é uma realidade. E, mesmo que perca as eleições em 29 de outubro, coisa pouco provável agora, a ideologia que lhe move não estará desacreditada. O problema é que o Brasil não dispõe da riqueza que a Argentina se deu ao luxo de jogar fora na segunda metade do século XX. E nem tem uma elite tão ampla ou esclarecida capaz de identificar os prejuízos causados pelo intervencionismo estatal.
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