terça-feira, julho 01, 2008

Sobrevivendo a um escândalo

Dick Morris (foto) - assessor de propaganda na segunda campanha a presidente de Clinton - em seu livro O Novo Príncipe (edições em inglês e espanhol), destacou um capítulo ("Como sobreviver a um escândalo"), para tratar dos escândalos com governos e políticos. Lembra que, quando abre um escândalo, o repórter (a polícia ou o MP), que o descreve tem munição guardada para os próximos dias e os editores fatiam a matéria, pedaço a pedaço, para produzir a cada dia uma nova revelação.
Ou seja, de nada adianta querer suturar o escândalo com uma contra-informação no nascedouro da notícia, no veículo que a publicou, pois virão outras logo depois, desmoralizando a defesa. Sem esquecer que outros veículos entram para concorrer com fatos novos.

Diz Morris, que "
a força de um escândalo é sua importância política", ou seja, quanto está vinculado às decisões de governo. E sublinha: "Não há maneira de - ganhar - na cobertura de um escândalo. A única maneira de sair vivo é dizer a verdade, agüentar o tranco e avançar."

A chave, para Morris, é não mentir. Para ele, o dano de mentir é mortal. "Uma mentira leva à outra, e o que era uma incomodidade se aproxima da obstrução criminal da Justiça." Morris diz que é sempre bom olhar e pesquisar bem a reação final do público em relação ao acusado. "Se os eleitores se mostram verdadeiramente escandalizados com o que dizem que você fez, é melhor que não tenha feito. Roubar dinheiro quase sempre não se perdoa." Em outros tipos de escândalo, os eleitores se mostram menos intransigentes, mais suaves e compreensíveis, especialmente com escândalos ligados a sexo e droga.

Da leitura no “O novo Príncipe" , uma conclusão se pode tirar: ou em escândalos de forte intensidade o político nada tem a ver ou o jogo está perdido. E se for um escândalo presidencial que afaste inteiramente do governo e sua convivência os responsáveis por traição de confiança (como aliás espertamente Lula o tem feito). Caso contrário terá perdido a batalha política. Mas quando os escândalos não são governamentais, e tem farta repercussão, a probabilidade de ter perdido a batalha, é muito grande.

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