1. Os ansiosos candidatos e suas equipes não lêem as pesquisas. Querem logo saber como estão as intenções de voto e no máximo anotam quais são os principais problemas da cidade, estado ou país, conforme o caso e as avaliações dos governos.
2. A intenção de voto, que aparece como a primeira pergunta e assim deve ser, é na verdade o ponto final das razões que levam o eleitor a ter esta intenção de voto. Sendo assim, o mais importante numa pesquisa é saber estruturar bem o perfil do eleitor (além do óbvio "ibge-iano" - gênero, idade, níveis de renda e instrução, região) e fazer as perguntas que compõem o corpo da pesquisa de forma que as respostas e os cruzamentos permitam deduzir porque as intenções de votos são essas ou aquelas.
3. Além das questões funcionais - segurança, saúde, educação, transportes... - das questões administrativas - como avalia o governo - ainda há um conjunto de questões valorativas - sejam de comportamento, sejam de posicionamento - que permitem através dos cruzamentos identificar pontos fortes e fracos que devam ser estimulados ou desestimulados.
4. Um eleitor pode destacar um problema da cidade como importante e dar até os primeiros lugares a este ponto, nas pesquisas. Mas as razões de seu voto podem nada ter a ver com este ponto. Por exemplo: Segurança Pública. O eleitor acha que é o primeiro problema, mas - pessimista - pode achar que ninguém vai resolver e menos ainda o prefeito. Apenas a estrutura de pergunta pode levar a se dar ênfase ou não a este ponto se é uma razão de voto. Lembre-se: é apenas um exemplo.
5. Outros exemplos: Saúde é um tema muito destacado. Mas numa escala de preocupações quem está no topo são os que têm doença crônica. Educação pública é razão de voto, principalmente dos usuários das escolas públicas. Transportes é problema principal dos que se deslocam radialmente nos horários de rush. Emprego é problema para os que buscam emprego ou tem medo de perder o seu. E assim por diante.
6. Os valores servem menos para escolher candidatos como para eliminar candidatos da opção do eleitor. Temas como aborto, drogas, privatizações, religião, etc.. fazem parte do filtro inicial dos eleitores que vai tratar depois dos que sobraram. Neste âmbito, pode-se incluir os riscos que os candidatos imprimem na cabeça do eleitor. - Vou mudar tudo diz um candidato, mas os eleitores ficam inseguros com estas generalizações, a menos que se viva num quadro de caos. Finalmente há o voto "corporativo", lembrando que a clientela é um elemento deste. A racionalidade - nesse caso - é micro - e as pesquisas têm muita dificuldade de identificar.
7. Portanto nem há uma linearidade nem há uma só razão, para o voto. O processamento que faz o eleitor através de seus atalhos de informação e conhecimento, produzem um vetor resultante, que pode ser identificado em pesquisas. Mas para isso, elas devem ser feitas em série, dentro e fora das eleições, preparadas e analisadas em profundidade e intensidade. Não sendo assim, o melhor é economizar dinheiro e ler as pesquisas na imprensa dos institutos conhecidos. Dará no mesmo para os ansiosos!
2. A intenção de voto, que aparece como a primeira pergunta e assim deve ser, é na verdade o ponto final das razões que levam o eleitor a ter esta intenção de voto. Sendo assim, o mais importante numa pesquisa é saber estruturar bem o perfil do eleitor (além do óbvio "ibge-iano" - gênero, idade, níveis de renda e instrução, região) e fazer as perguntas que compõem o corpo da pesquisa de forma que as respostas e os cruzamentos permitam deduzir porque as intenções de votos são essas ou aquelas.
3. Além das questões funcionais - segurança, saúde, educação, transportes... - das questões administrativas - como avalia o governo - ainda há um conjunto de questões valorativas - sejam de comportamento, sejam de posicionamento - que permitem através dos cruzamentos identificar pontos fortes e fracos que devam ser estimulados ou desestimulados.
4. Um eleitor pode destacar um problema da cidade como importante e dar até os primeiros lugares a este ponto, nas pesquisas. Mas as razões de seu voto podem nada ter a ver com este ponto. Por exemplo: Segurança Pública. O eleitor acha que é o primeiro problema, mas - pessimista - pode achar que ninguém vai resolver e menos ainda o prefeito. Apenas a estrutura de pergunta pode levar a se dar ênfase ou não a este ponto se é uma razão de voto. Lembre-se: é apenas um exemplo.
5. Outros exemplos: Saúde é um tema muito destacado. Mas numa escala de preocupações quem está no topo são os que têm doença crônica. Educação pública é razão de voto, principalmente dos usuários das escolas públicas. Transportes é problema principal dos que se deslocam radialmente nos horários de rush. Emprego é problema para os que buscam emprego ou tem medo de perder o seu. E assim por diante.
6. Os valores servem menos para escolher candidatos como para eliminar candidatos da opção do eleitor. Temas como aborto, drogas, privatizações, religião, etc.. fazem parte do filtro inicial dos eleitores que vai tratar depois dos que sobraram. Neste âmbito, pode-se incluir os riscos que os candidatos imprimem na cabeça do eleitor. - Vou mudar tudo diz um candidato, mas os eleitores ficam inseguros com estas generalizações, a menos que se viva num quadro de caos. Finalmente há o voto "corporativo", lembrando que a clientela é um elemento deste. A racionalidade - nesse caso - é micro - e as pesquisas têm muita dificuldade de identificar.
7. Portanto nem há uma linearidade nem há uma só razão, para o voto. O processamento que faz o eleitor através de seus atalhos de informação e conhecimento, produzem um vetor resultante, que pode ser identificado em pesquisas. Mas para isso, elas devem ser feitas em série, dentro e fora das eleições, preparadas e analisadas em profundidade e intensidade. Não sendo assim, o melhor é economizar dinheiro e ler as pesquisas na imprensa dos institutos conhecidos. Dará no mesmo para os ansiosos!
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