O alvissareiro anúncio de que os governos do Brasil e da Colômbia negociam um plano de defesa da fronteira na Amazônia foi seqüenciado por um acontecimento de grande importância política e humanitária: a libertação de Ingrid Bettancourt e outros reféns mantidos em cativeiro pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
As declarações à imprensa do embaixador da Colômbia no Brasil, Tony Jozame Amar, sobre a possível construção de uma base militar conjunta ou de postos de vigilância ao longo da fronteira - "o que for possível tecnicamente, onde for mais estratégico" - reforçam a necessária e urgente articulação de um plano estratégico entre os dois países, considerando o teatro de operações das FARC na fronteira com Brasil, Equador e Venezuela.
Esperamos que o tema seja realmente incluído na agenda do encontro entre os presidentes Lula e Álvaro Uribe, na cidade colombiana de Letícia, programado para o dia 19 de julho corrente. A defesa de nossas fronteiras em parceria com os países vizinhos não pode ser negligenciada em nome de obstáculos ideológicos ou dificuldades semânticas, como o reconhecimento do status de "força beligerante" das FARC.
O resgate de Ingrid Bettancourt, mantida prisioneira pelas FARC nas selvas colombianas desde 23 de fevereiro de 2002, reabre a questão e constrange aqueles que insistem em tratar com tolerância uma organização criminosa a serviço do narcotráfico.
No reencontro da ex-candidata à presidência com a liberdade, suas primeiras palavras foram de agradecimento a Deus e aos soldados da Colômbia, responsáveis por uma operação militar qualificada por ela mesma como "absolutamente impecável".
Sua lucidez, que sempre contrastou com a insanidade dos seus carcereiros terroristas, permaneceu intacta e está estampada nas suas falas na chegada à capital, Bogotá. Ela interpreta sua libertação como um sinal de paz para o seu país e, dessa forma, renova as esperanças do povo colombiano.
Não podemos esquecer que, há seis anos, Ingrid Bettancourt assumiu a luta contra o conluio entre a corrupção e o tráfico de drogas. Trilhou uma vitoriosa carreira política, interrompida bruscamente quando foi raptada pelos integrantes das FARC.
Sua tenacidade ficou patenteada na trajetória que percorreu. Sem dar trégua aos cartéis da droga, se elegeu senadora com a maior votação do país, mesmo candidatando-se por um partido pequeno, que ela mesma criou pouco antes das eleições. Com o atentado à sua vida, obrigada a se afastar dos filhos para preservar a segurança deles, só não pôde realizar o teste das urnas presidenciais. Foi seqüestrada antes disso.
Na sua biografia - filha de um político colombiano que foi designado embaixador do seu país em Paris - ela se educou na Europa mas jamais se distanciou dos dramas e impasses da sua gente.
Em carta divulgada no início deste ano, descrevia assim a prisão: "Aqui vivemos como mortos". Ingrid Bettancourt retorna à Colômbia e transmite vida pulsante e vibrante ao mundo numa mensagem e semblante de esperanças. Ingrid, em liberdade, liberta em todo o continente sul-americano um sentimento de fé inabalável. Os que julgavam impossível resgatá-la renderam-se à "boa nova". Saudamos e louvamos a competência do governo Uribe no processo de resgate.
Seja bem-vinda Ingrid Bettancourt.
As declarações à imprensa do embaixador da Colômbia no Brasil, Tony Jozame Amar, sobre a possível construção de uma base militar conjunta ou de postos de vigilância ao longo da fronteira - "o que for possível tecnicamente, onde for mais estratégico" - reforçam a necessária e urgente articulação de um plano estratégico entre os dois países, considerando o teatro de operações das FARC na fronteira com Brasil, Equador e Venezuela.
Esperamos que o tema seja realmente incluído na agenda do encontro entre os presidentes Lula e Álvaro Uribe, na cidade colombiana de Letícia, programado para o dia 19 de julho corrente. A defesa de nossas fronteiras em parceria com os países vizinhos não pode ser negligenciada em nome de obstáculos ideológicos ou dificuldades semânticas, como o reconhecimento do status de "força beligerante" das FARC.
O resgate de Ingrid Bettancourt, mantida prisioneira pelas FARC nas selvas colombianas desde 23 de fevereiro de 2002, reabre a questão e constrange aqueles que insistem em tratar com tolerância uma organização criminosa a serviço do narcotráfico.
No reencontro da ex-candidata à presidência com a liberdade, suas primeiras palavras foram de agradecimento a Deus e aos soldados da Colômbia, responsáveis por uma operação militar qualificada por ela mesma como "absolutamente impecável".
Sua lucidez, que sempre contrastou com a insanidade dos seus carcereiros terroristas, permaneceu intacta e está estampada nas suas falas na chegada à capital, Bogotá. Ela interpreta sua libertação como um sinal de paz para o seu país e, dessa forma, renova as esperanças do povo colombiano.
Não podemos esquecer que, há seis anos, Ingrid Bettancourt assumiu a luta contra o conluio entre a corrupção e o tráfico de drogas. Trilhou uma vitoriosa carreira política, interrompida bruscamente quando foi raptada pelos integrantes das FARC.
Sua tenacidade ficou patenteada na trajetória que percorreu. Sem dar trégua aos cartéis da droga, se elegeu senadora com a maior votação do país, mesmo candidatando-se por um partido pequeno, que ela mesma criou pouco antes das eleições. Com o atentado à sua vida, obrigada a se afastar dos filhos para preservar a segurança deles, só não pôde realizar o teste das urnas presidenciais. Foi seqüestrada antes disso.
Na sua biografia - filha de um político colombiano que foi designado embaixador do seu país em Paris - ela se educou na Europa mas jamais se distanciou dos dramas e impasses da sua gente.
Em carta divulgada no início deste ano, descrevia assim a prisão: "Aqui vivemos como mortos". Ingrid Bettancourt retorna à Colômbia e transmite vida pulsante e vibrante ao mundo numa mensagem e semblante de esperanças. Ingrid, em liberdade, liberta em todo o continente sul-americano um sentimento de fé inabalável. Os que julgavam impossível resgatá-la renderam-se à "boa nova". Saudamos e louvamos a competência do governo Uribe no processo de resgate.
Seja bem-vinda Ingrid Bettancourt.
Senador Alvaro Dias - 2º Vice Presidente do Senado, vice-líder do PSDB
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